2º Ato, em SP, contra a Copa. Desorganização, desorientação e muita repressão

Em 22/02 foi realizado em SP um segundo Ato contra a Copa. A marca foi a repressão e ação inédita da PM. Atacou os manifestantes sem que houvesse qualquer razão, prendeu 269 pessoas e agrediu todo mundo.

No dia 22 de fevereiro de 2014 foi realizado o segundo Ato contra a Copa. Estavam presentes os partidos e organizações de esquerda, adeptos da tática Black Blocks e grupos “independentes”, como o GAAP (Grupo de Apoio aos Atos Populares).  O ato iniciou com aproximadamente mil manifestantes. Embora tenha crescido durante, chegando a pouco mais de duas mil, foi ainda sim menor que o primeiro.

A maior surpresa foi certamente o início do ato. Um representante do GAAP, usando uma camisa com a palavra “Corrupção” (geralmente bandeira de direita) se posicionou a frente do ato, junto a seus companheiros, e iniciou uma fala em jogral bastante despolitizada, sem apresentar nenhuma bandeira clara. Basicamente queriam um ato pacífico e pelos serviços públicos. Porém, educação, transporte e saúde até organizações de direita querem, porém privatizadas, de alta qualidade só pra quem pode pagar. Ou seja, não disseram absolutamente nada. O mais absurdo é que partidos tradicionais de esquerda como PSOL e PSTU repetiram o que eles disseram e, não só isso, aplaudiram. Claramente, eles foram dirigidos pelo GAAP e Black Blocs. Os militantes da Esquerda Marxista nesse momento saíram do cordão e acompanharam o ato como observadores.

Inicialmente o policiamento contou com três cordões em cada lateral do ato, na traseira a Tropa de Choque e 10 carros da força tática e 4 micro-ônibus da PM, acima um helicóptero e na frente aproximadamente 15 oficiais da ROCAM. O ato foi tenso do início até o momento da repressão.

A PM parecia saber exatamente por onde o ato ia passar, haja vista o número de policiais preparados em cada banco onde passávamos e a ROCAM sempre posicionada bem a frente do ato, virando exatamente nas ruas que viraríamos. O trajeto era certamente conhecido pela PM, que tinha TOTAL controle da situação.

A repressão teve início na Rua Cel. Xavier de Toledo, após deixarmos a Praça Ramos. Os militantes da Esquerda Marxista estavam atentos e se posicionaram já no Viaduto do Chá, onde o ato entraria em direção à Prefeitura. Estávamos tentando perceber a atuação do PM e confirmar a hipótese de que eles sabiam o trajeto. Nesse momento começa a correria, manifestantes são cercados e atacados pela PM, a ação direta dos Black Blocks inicia e o confronto braçal com a PM também. Bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo são lançadas e, em segundos, junta-se ao contingente já grande de policiais mais 5 micro-ônibus da Tropa de Choque e carros da força-tática que isolaram a Prefeitura.

Os militantes da Esquerda Marxista se retiraram no momento certo, pois assim que saíram em direção à prefeitura a PM já havia fechado o Viaduto do Chá para prender todos os manifestantes ali presentes. Algumas horas depois o centro ainda estava completamente tomado pela PM, com muitos manifestantes cercado e detidos, além de controle sobre as bolsas de cada pessoa que passava por ali.

Em suma, foi mais um ato desorganizado e sem direção, concluindo-se da mesma forma, com manifestantes presos e sem mobilização de massa. O que mostra como a palavra de ordem “Não vai ter Copa” é incorreta. A surpresa ficou por parte dos partidos e organizações de esquerda ali presentes que se submeteram aos métodos anarquistas na manifestação.

Só com trabalho de base e uma orientação política correta e clara teremos mobilização de massas consequente. É por isso que vai muito bem a Campanha Público, Gratuito e Para Todos. É assim que vamos virar o jogo.