Dias 15 e 31 de março mostraram disposição capaz de transbordar dirigentes reformistas na greve geral de 28 de abril

A crise atual e a reação dos trabalhadores

No dia 15 de março, as TVs e os jornais burgueses tiveram que noticiar as manifestações. Agora, no dia 31, as notas nos jornais eram mínimas. Apesar disso, o medo faz tremer a burguesia, cuja única saída é atacar ainda mais os trabalhadores. E ela conta para isso com as direções do movimento sindical.

O dia 31 foi um exemplo. Agora, todas as centrais marcaram uma data para uma “greve geral” no dia 28 de abril. Recusam qualquer proposta que permita à base se expressar plenamente. Assim foi que a Direção Nacional da CUT reuniu-se nos dias 29 e 30 de março e a proposta apresentada pelo militante da Esquerda Marxista Urich Beathalter, de um Encontro da Classe Trabalhadora, é deixado de lado pela maioria absoluta dos presentes.

O governo, por sua vez, sabe onde o calo aperta para esses sindicalistas “combativos”. Ele joga com a perspectiva de acabar com o Imposto Sindical na Reforma Trabalhista e todos os dirigentes sindicais, a começar pelos cutistas, vêm a público defender o imposto.

Os trabalhadores, por sua vez, ainda que desconfiados, lotam as passeatas e muito provavelmente dia 28 de abril vai transbordar muito além de vãs expectativas.

Crise Política

Temer, enquanto isso, padece sem saber onde deve prestar atenção. Qual um leão ferido, dá patadas pra todo lado e a burguesia, tonta, tenta dar alguma ordem nestes disparates, enquanto a economia continua a sua trajetória de queda e o número de desempregados chega a 13,5 milhões de trabalhadores.

No Congresso, deputados e senadores, desesperados, tentam livrar suas caras com projetos de anistia disfarçada, contra o abuso de autoridade e uma nova proposta eleitoral, que tentam fazer com que só sejam financiados os grandes partidos e proíbem os trabalhadores de doar dinheiro para os partidos de esquerda. Os milhares que deram dinheiro para a campanha de Freixo (PSOL) no Rio acenderam a luz amarela destes senhores que fogem mais dos eleitores que o diabo foge da cruz.

Quanto tempo tem Temer e o Congresso Nacional?

A burguesia não sabe o que fazer com o governo. Ruim com Temer, cujo governo tem uma popularidade insignificante (10%, segundo o IBOPE) e  ignora solenemente as manifestações, pior sem ele porque se este Congresso “eleger” um novo presidente, ainda que para um mandato tampão, levaria a uma revolta popular maior ainda.

Mas o processo no TSE faz a burguesia tremer porque uma condenação seria dizer que o governo é totalmente ilegítimo. Tanto é que o relator do processo pediu que cobrissem com tarja preta as menções a Aécio Neves no processo. Sim, a lama e a podridão vêm à tona, mas a burguesia não dispões hoje de alguém “ético” minimamente confiável para preencher a vaga.

A classe trabalhadora começa a se fazer ouvir e o seu rugido incomoda todos, tanto a burguesia como os dirigentes reformistas dos sindicatos, que procuram uma saída “legal” defendendo que a única solução é eleger Lula em 2018.  A massa, ao que parece, olha com mais simpatia os manifestantes do Paraguai que botaram fogo no Congresso. O problema todo é como dar voz e organização a todos que hoje não estão representados?

A Esquerda Marxista está junto com todos os trabalhadores e jovens que gritam nas ruas Fora Temer e o Congresso Nacional e propõe como perspectiva a discussão de um Governo dos Trabalhadores e uma Assembleia Popular Nacional Constituinte, com delegados eleitos diretamente pelas assembleias de bairros e empresas.

E agora, o que fazer?

Todo sindicalista honesto está fazendo o básico: convocando assembleia ne sua categoria para decidir sobre a greve geral do dia 28. Os marxistas propõem que, além disso, sejam aprovadas em todas as assembleias apelos por um Encontro Nacional da Classe Trabalhadora, com representantes de todos os sindicatos, movimentos populares e estudantis. Para dar voz e voto a base que hoje fica desconfiada dos vai e vem das direções sindicais, da sua falta de firmeza. Este é o trabalho que estamos fazendo e convidamos a todos os ativistas a que venham conhecer as posições da Esquerda Marxista.