Um novo ano começa. As lutas já estão nas ruas, muito mais está por vir. Segue a crise econômica mundial. No Brasil, também se aprofunda uma situação em que “os de cima não conseguem mais governar como antes e os debaixo não querem mais viver como antes”.
Um novo ano começa. As lutas já estão nas ruas, muito mais está por vir.
Segue a crise econômica mundial, com uma nova recessão global no horizonte, seguem os ataques às conquistas e direitos da classe trabalhadora. A instabilidade domina os regimes empenhados na tentativa de salvar o sistema. Os povos ao redor do mundo seguem lutando, resistindo e buscando por uma saída para a catástrofe organizada pelo capitalismo decadente.
No Brasil, também se aprofunda uma situação em que “os de cima não conseguem mais governar como antes e os debaixo não querem mais viver como antes”. O levante dos secundaristas de SP no fim do ano passado foi uma amostra disso, com os jovens estudantes enfrentando corajosamente a repressão policial, as manipulações da mídia, as manobras do governo, e obrigando Geraldo Alckmin a recuar.
O governo Dilma anuncia novos ataques: a volta da CPMF (mais um imposto sobre os ombros dos trabalhadores), uma reforma da previdência para instituir a idade mínima de 65 anos para aposentadoria e acabar com a equiparação do reajuste das pensões com o reajuste do salário mínimo e a discussão de uma reforma trabalhista que pretende instituir que o negociado entre trabalhadores e patrões se sobreponha à lei. Essas medidas, defendidas pelo novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, evidenciam que é uma farsa a “virada à esquerda” do governo, alardeada por alguns setores, e que, afinal, o problema não era só Joaquim Levy.
O processo do impeachment de Dilma voltará à discussão após o recesso parlamentar. A revista imperialista The Economist já havia explicado que “o movimento de Cunha para um impeachment pode ter feito ser mais provável, e não menos, a sobrevivência de Rousseff até 2018”. As decisões do Supremo Tribunal Federal, em 17/12, sobre o chamado “rito do impeachment”, com a maioria dos ministros tendo aprovado as posições que favorecem o governo, mostram qual a real posição da maioria da classe dominante, que sempre pensa no melhor cenário para os seus negócios e não quer se arriscar no incerto caminho aberto pela deposição da atual presidente.
A direção do PT, Lula e o governo, buscam utilizar a abertura do processo de impeachment (apoiado pela minoria da burguesia e frações da grande mídia), como pretexto para tentar capturar os movimentos sociais para a defesa incondicional do governo e da “democracia”. Enquanto seguem aplicando o ajuste fiscal e um conjunto de medidas que atacam os direitos conquistados pela classe trabalhadora.
Cresce o desemprego, a inflação e ampliam-se os ataques. A população que depende dos serviços públicos e os servidores são duramente atingidos. Segue o sucateamento generalizado, como o caos instaurado na saúde pública no Rio de Janeiro, que eleva a corriqueira morte nas filas dos hospitais, etc. Servidores públicos sofrem com atraso nos salários e retirada de direitos.
As tarifas do precário transporte público aumentaram em diversas cidades no início do ano e a repressão policial já entrou em cena em 2016. O 2º ato contra o aumento da tarifa em São Paulo, no dia 12 de janeiro, começou com o local da concentração cercado por barreiras policiais, presença ostensiva do aparato repressivo, manifestantes a caminho do ato sendo revistados e detidos.
A simples tentativa do ato em iniciar sua caminhada, desencadeou uma brutal repressão com bombas, gás, cassetetes, balas de borracha. Resultando em ao menos 13 manifestantes presos e dezenas de feridos. Para avançar na luta, é preciso também apontar os erros da direção do movimento, o MPL (Movimento Passe Livre), que com métodos antidemocráticos e aventureiros, definindo unilateralmente dia, local e trajeto dos atos, impedindo o uso de carro de som, incentivando ações diretas de pequenos grupos, propicia a confusão e o enfraquecimento da luta.
A repressão e criminalização dos movimentos sociais são as armas da burguesia para tentar intimidar a crescente ira com a ordem vigente. Mas jovens e trabalhadores seguem resistindo e lutando. Só um governo dos trabalhadores e uma Assembleia Popular Constituinte, que varra as podres instituições burguesas, podem abrir uma saída para a crise do sistema.
Uma primeira importante vitória do movimento operário e popular foi a suspensão da reintegração de posse da ocupação Vila Soma, que estava determinada para o próximo dia 17/01. A reintegração desalojaria 2,5 mil famílias, com uma brutal repressão preparada pela polícia.
2016 já começou quente, embalado pelos combates de 2015, pela nova situação aberta em junho de 2013. Grandes lutas nos aguardam esse ano.
Convidamos todos a se juntar à Esquerda Marxista para estarmos na batalha por uma saída, por uma Frente da Esquerda Unida que lute pela unidade dos que querem combater por um novo mundo, pela revolução socialista.
Convidamos a juventude a participar do Acampamento Revolucionário 2016 da campanha “Público Gratuito e Para Todos: Transporte, Saúde, Educação! Abaixo a Repressão!”, que ocorrerá de 28 à 31 de janeiro na Fábrica Ocupada Flaskô (inscreva-se aqui), nesse Acampamento serão realizadas discussões sobre a situação nacional e internacional, o combate ao machismo, a luta dos estudantes, e será fundada uma nova organização de juventude, um instrumento para potencializar a intervenção revolucionária nos combates que se avizinham.
À luta companheiros!