A situação da maior universidade da região Norte de Santa Catarina coloca em pauta a necessidade de sua federalização.
A Universidade da Região de Joinville (Univille) vem sofrendo com um altíssimo índice de ociosidade das cadeiras nas salas de aula. Segundo entrevista dada ao jornal A Notícia pela reitora da universidade, Sandra Furlan, a ociosidade da Univille chega a 40% das cadeiras das 165 salas e laboratórios. As principais motivações são as desistências e o não preenchimento de vagas.
A Univille faz parte do Sistema Acafe, sistema que tem seus fundamentos baseados no comunitarismo cuja origem remete às instituições religiosas europeias. Essas tinham o objetivo de oferecer educação superior para leigos, que pagavam pelo ensino. No Brasil esse modelo teve influência no sistema educacional principalmente dos estados do Sul, devido à colonização. Contudo, sua prática corresponde a uma instituição privada comum, com a diferença de também utilizarem recursos advindos do Estado, embora cobre altas mensalidades.
Em Santa Catarina, cerca de 70% dos estudantes de ensino superior estudam em instituições do Sistema Acafe. Com as instituições comunitárias, o Estado alivia as pressões imediatas da falta de ensino superior; diminui os gastos públicos demandados pela população pobre; além de reduzir os recursos destinados à educação, já que as comunitárias são sustentadas também pelas mensalidades cobradas dos acadêmicos, cerca de 80%.
Atualmente, a Univille conta com 10.100 alunos distribuídos em 40 cursos de graduação, 30 de especialização, cinco mestrados e um doutorado. Segundo dados da entrevista, a receita de 2015 da instituição foi de R$ 132 milhões. Isso representa um valor mensal médio de R$ 1.089 por estudante. Ou seja, o valor médio está acima do salário mínimo nacional (R$ 880).
Indiscutivelmente, as mensalidades são enormes barreiras para se chegar ao ensino superior. Por tudo isso, é que a federalização da Univille é tão urgente. Do lado de dentro das cancelas temos uma enorme estrutura subutilizada e do lado de fora, milhares de jovens que querem estudar.
– Abaixo o Sistema Acafe!
– Por uma educação pública, gratuita e para todos!