Os militantes da Esquerda Marxista e do Partido Comunista Brasileiro – Reconstrução Revolucionária estiveram reunidos, na tarde desta quinta-feira (2), no “Ato contra as guerras imperialistas – Ucrânia e Palestina”, convocado pelo PCB-RR e pela Esquerda Marxista. A atividade contou com a participação de 200 pessoas, entre militantes e convidados, com informes políticos de Jorge Martin, representando a Corrente Marxista Internacional (CMI), Gabriel Lazzari, representando o PCB-RR, e Serge Goulart representando a Esquerda Marxista.
Em seu início, Jorge Martin parafraseou Lênin dizendo que o capitalismo é um horror sem fim, e o que estamos vendo atualmente na Palestina, certamente, reproduz isso muito bem. “São milhares de mortos. Pessoas obrigadas a sair de suas casas, hospitais, mesquitas, escolas e edifícios bombardeados diariamente. O acesso aos direitos básicos, como água, energia elétrica, telecomunicação e comida, foram limitados. O que estamos vendo, camaradas, não é uma guerra ou um conflito. Estamos vendo um massacre. Um povo sitiado, submetido a um bombardeio incessante”, comentou em seu informe político.
Jorge continuou seu relato abordando a situação da Guerra da Ucrânia, que já ultrapassa os 600 dias. Em sua fala, denunciou o papel reacionário dos governos russo e ucraniano ao defender somente seus interesses econômicos nesta guerra. “Rússia, Estados Unidos e OTAN defendem interesses burgueses, uma ‘hipocrisia repugnante’”, destacou. A postura dos comunistas diante desse cenário deve ser a luta contra o imperialismo, representado pela OTAN e pelo governo Zelensky, e o combate à burguesia russa, representada por Putin.
Concluindo sua contribuição, o camarada defendeu que a “solução de dois Estados” não resolve a situação da Palestina. O Estado de Israel defende os interesses econômicos e políticos do imperialismo na região, e apresentou o levante da classe trabalhadora palestina como solução. Por isso os comunistas defendem “intifada até a vitória” e a necessidade de uma Palestina livre.
Gabriel Lazzari foi o segundo informante do ato, e iniciou falando sobre a urgência dos movimentos de esquerda em entenderem o que é, de fato, o imperialismo. “O Hamas não é de esquerda, não é socialista, e não é uma organização revolucionária, mas é uma das expressões de resistência da Palestina, que tem essa característica porque houve uma forte pressão imperialista e burguesa sobre as tradições operárias da região”, destacou Gabriel, que defendeu também a necessidade da defesa do internacionalismo na luta dos trabalhadores, a exemplo dos operários belgas diante da guerra.
Em sua exposição, Lazzari defendeu que é comum algumas seções de esquerda defenderem a ideia de um multipolarismo, mas isso precisa ser combatido no seio do movimento operário. “A perspectiva reformista é cheia de ilusões, especificamente quando falam sobre a ‘solução de dois Estados’ na questão da Palestina. Nós, como organizações revolucionárias, como classe trabalhadora, precisamos acabar com essas ilusões. Não será um multipolarismo burguês que irá solucionar os cenários de guerra na Ucrânia e de massacre na Palestina. Não é assim que haverá uma paz duradoura, pelo contrário, é assim que vamos desenvolver novos ciclos de guerra, de conflitos militares globais. Somente a luta internacional da classe trabalhadora pode derrubar a burguesia, unindo seus esforços para construir as organizações e a revolução”, disse.
O camarada Serge Goulart, representando a Esquerda Marxista, encerrou o primeiro momento do ato com uma intervenção crítica aos setores da esquerda que defendem a “a solução de dois Estados” e capitulam à burguesia imperialista. Relatou também a suposta democracia em Israel, que sequer garante direitos políticos básicos para parte de sua população. Serge destacou a importância das mobilizações que vêm sendo realizadas em todo o mundo em apoio à luta na Palestina. Finalizou ressaltando a necessidade da revolução como única solução para resolver a questão da Palestina. “Somente a mobilização dos trabalhadores e a organização dos comunistas poderão levar à libertação da Palestina e ao fim das guerras imperialistas”, concluiu.
No segundo momento do ato contra as guerras imperialistas, os militantes presentes fizeram intervenções mostrando-se dispostos na luta contra o imperialismo e pela luta de classes. Além disso, houve um momento em solidariedade a Boris Kagarlitsky, e todos os 600 presos políticos na Rússia que se posicionaram contra a guerra. A conclusão da atividade pode ser sintetizada pela consideração final de Jorge Martin “Não somos pacifistas, somos revolucionários. Se vocês querem a paz, devem lutar pelo socialismo”.
- Abaixo a guerra e o imperialismo!
- Abaixo os governos reacionários de Putin e Zelensky!
- Fim da OTAN!
- Abaixo o Estado sionista de Israel!
- Palestina livre!
- Intifada até a vitória!
- Trabalhadores de todo o mundo, uni-vos!
- Viva o socialismo!