A ÚNICA SAÍDA PARA A CRISE DO PT É A RUPTURA COM OS PARTIDOS DA BURGUESIA E A LUTA PELO SOCIALISMO!
É necessária uma reflexão sobre o rumo político que o Partido dos Trabalhadores tem tomado nos últimos anos. A opção pela colaboração de classes, as alianças com os partidos da burguesia, tem trazido consequências desastrosas para o conjunto do partido.
O PT, ao buscar atender os interesses de partidos da dita “base aliada”, desrespeita seguidamente a vontade dos filiados. Os verdadeiros militantes se sentem desvalorizados e, com isso, o partido perde sua principal força, os jovens e trabalhadores que, por convicção e esperança de um mundo melhor, fazem campanha e defendem o PT. É vergonhoso que nas eleições, cada vez mais, as campanhas militantes têm sido substituídas por campanhas milionárias com cabos eleitorais pagos.
O PT nasceu nas ruas, nas praças, nas fábricas, para ser uma ferramenta de luta da classe operária para a transformação da sociedade, transformação que colocava no horizonte a construção do socialismo, uma sociedade sem explorados, nem exploradores. O PT nasceu e se fortaleceu ao incorporar as bandeiras dos movimentos sociais, a luta pela terra, o não pagamento da divida externa, o fim da Ditadura Militar, a luta pela democracia, a construção de um partido sem patrões. Mas o PT foi se distanciando cada vez mais dessas bandeiras. Grande parte dos nossos parlamentares hoje não presta contas do mandato e muitas vezes votam nos projetos dos interesses da burguesia contra os interesses dos trabalhadores. Os nossos gestores públicos, muitas vezes reprimem as mobilizações dos trabalhadores com métodos que sempre condenamos e fazem bondades aos grandes empresários, como privatizações e desonerações.
Essa concepção que a maioria da direção do partido implantou, dizendo que eram necessárias as alianças com setores da burguesia para ganharmos eleições, abrindo cada vez mais espaço aos partidos burgueses, levou ao rebaixamento do programa do próprio PT, trazendo sérias consequências para os trabalhadores e para o próprio partido. Hoje, no marco da democracia burguesa, temos Presidenta, Governadores, Senadores, Prefeitos, Deputados e Vereadores. Mas cabe a pergunta: para que mesmo elegemos esses companheiros/as? É para darmos continuidade aos projetos que a burguesia gerenciava, ou para realizarmos as transformações tão sonhadas e necessitadas pela nossa classe? Esse imbróglio político precisa ser resolvido.
A burguesia se sente fortalecida e busca criminalizar o PT, a CUT, o movimento operário e popular. A burguesia, a grande mídia e o judiciário estão em uma ofensiva para destruir todas as organizações dos trabalhadores, esse é o significado da farsa do julgamento do mensalão e da condenação sem provas de Zé Dirceu, Genoíno e João Paulo. O que estamos assistindo é o ódio mortal dos nossos inimigos de classe. Este é o resultado da política de alianças com os nossos inimigos históricos, mas a direção do PT não compreende e continua tratando como “aliados” os capatazes. Nós, da Esquerda Marxista, defendemos a realização de um Encontro Nacional de Trabalhadores em Defesa do PT, da CUT e Contra a Criminalização do Movimento Operário e Popular, estamos coletando assinaturas para essa proposta que entregaremos na próxima reunião da Direção Nacional do PT e da CUT.
O PT EM PERNAMBUCO
Sobre o processo aqui em Pernambuco vemos com muita preocupação o estágio que o partido chegou. O problema é de natureza política e não de indivíduos. A direção tenta camuflar a verdadeira causa do problema e fica procurando um bode expiatório para justificar a política errada. A direção não se reúne há muito tempo e não foi capaz de respeitar as decisões das instâncias. Em Recife, o candidato escolhido pela maioria, João da Costa, foi posto de lado para em seu lugar ser imposto de cima o nome de Humberto Costa. A tragédia eleitoral estava anunciada, foi o caminho que a direção tomou que levou o partido ao abismo.
Em nosso Estado, o governo de Eduardo Campos ataca com as políticas de privatizações na saúde e nosso partido fica em silêncio como se nada estivesse acontecendo, privatiza as estradas do estado e o nosso partido fica calado e não mobiliza os trabalhadores. O governador, que é do PSB, partido da base aliada, se fortalece e já aparece como uma ameaça nas próximas eleições para a presidência da república.
No último processo eleitoral em Recife o PT sofreu uma grande derrota, ficando em 3º lugar perdendo para o PSDB e para o PSB de Geraldo Julio, o candidato eleito. A campanha não conseguiu empolgar a cidade depois de 12 anos à frente da Prefeitura. Qual balanço desse processo? Precisamos fazê-lo, pois não foi qualquer eleição que perdemos, nós fomos derrotados por culpa exclusiva da política adotada pela maioria da direção do partido. Temos que fazer um balanço político desta derrota e decidir pela saída do PT do governo Eduardo Campos. Temos que ser oposição ao prefeito Geraldo Júlio. Se não tomarmos estas decisões o PT continuará a ser destroçado!
O partido necessita virar à esquerda e reatar com o socialismo. É preciso trazer a base para participar das decisões, garantir e respeitar o que ela decidir, é preciso construir o PT nas periferias, nas Fábricas e nos movimentos sociais, lutando cotidianamente pelos interesses dos excluídos pelo sistema capitalista. Foi para isso que o PT nasceu e é esse o caminho que precisa ser trilhado para impedir a vitória da burguesia e garantir um futuro feliz para a classe trabalhadora.