A remoção do ex-ditador do Sudão, Omar al-Bashir, em 11 de abril, não significou o fim da Revolução Sudanesa. Pelo contrário, longe de atender às principais demandas da revolução, a tomada do poder pelo exército é uma tentativa de desorientar as massas e roubar suas realizações. No entanto, as massas não estão deixando escapar tão facilmente sua suada vitória.
Em 11 de abril, o Conselho Militar de Transição (TMC, em suas siglas em inglês) – um conselho autonomeado dos altos escalões das forças armadas e dos serviços de segurança – declarou que estava removendo o ex-presidente Omar al-Bashir e assumindo o poder, nomeando o anterior vice-presidente de Bashir, Ahmed Awad Ibn Auf, como chefe de estado interino.
No entanto, as massas viram imediatamente o engodo dos militares e encheram as ruas, rompendo o novo toque de recolher anunciado pelo exército, exigindo que ele volte atrás e que Ibn Auf seja removido. Essa pressão, e em particular os fortes laços de fraternidade entre o movimento e as fileiras inferiores do exército, forçaram o TMC a remover Ibn Auf 24 horas após sua nomeação – fazendo dele o segundo chefe de estado a cair em três dias – e a substituí-lo pelo General Abdel Fattah al-Burhan.
“Estamos aqui para remover todo o sistema”
Após a tomada do poder pelo exército, os protestos das massas continuaram inabaláveis, com o ponto focal do movimento se tornando o Ministério da Defesa em Khartum. As demandas são claras: um governo civil democrático, a retirada imediata do exército, a prisão imediata e o julgamento de ex-chefes do regime que brutalizaram as massas durante anos e justiça social, pondo um fim às medidas de austeridade ditadas pelo Banco Mundial e o FMI. Estas últimas, e em particular uma tentativa de acabar com os subsídios aos combustíveis e ao trigo, foram a centelha inicial do movimento, inflamando a raiva reprimida contra o regime que sistematicamente roubava e explorava as massas.
Esses desenvolvimentos destacaram ainda mais a diferença entre este e os movimentos anteriores no Sudão. No passado, eles eram liderados pela classe média da capital. No entanto, este movimento viu a mobilização coletiva dos pobres urbanos e rurais, espalhando-se para 15 dos 18 estados, todos exigindo uma mudança radical no sistema político.
Como disse um manifestante à AFP:
“Estamos aqui para remover todo o sistema, um sistema que não presta serviços de forma igualitária às pessoas. Um sistema que deixa o povo na pobreza. Um sistema que não permite ao Sudão, um país rico de recursos humanos e naturais, agir como qualquer outro país do mundo”.
Embora o exército tenha se declarado formalmente como o governo interino, não há dúvida que o poder está nas ruas. Opheera McDoom, uma ex-repórter da Reuters, deu uma descrição do estado de ânimo que merece ser citada extensamente:
“Só para dar a vocês de fora do país uma ideia da atmosfera interna:
Sudão agora: Governando sem um governo
Ao entrar na área central de Khartum agora completamente controlada pelos jovens “revolucionários”, você vê a diferença.
Ruas do lado de fora: cheias com sacos plásticos de lixo espalhados pelos caminhos.
Ruas do lado de dentro: limpas do lixo – com sacos para guardar o lixo colocados estrategicamente nas proximidades e jovens de cabelos longos e jeans ajustados perambulando por perto, apanhando o lixo e encorajando outros a ajudar.
Durante a noite, quando a multidão diminui, as ruas são lavadas por equipes.
Pessoas organizando áreas para oração e garantindo a privacidade para fazer isso.
Voluntários organizando postos de controle a cada poucos metros para assegurar que ninguém passe com armas. Mulheres verificam mulheres e homens verificam homens.
“Pedimos desculpas por verificar irmãos e irmãs. Isso é para sua própria segurança e para a segurança de seus irmãos”, é o refrão repetido para todos que se deslocam.
Uma farmácia administrada por jovens farmacêuticos voluntários para distribuir medicamentos àqueles que deles necessitam. Remédios fornecidos por empresas e particulares de forma gratuita.
Duas viaturas para doação de sangue para garantir àqueles que se feriram nos protestos obter o sangue que necessitam.
Pessoas coletando contribuições em dinheiro e bolsas com dinheiro penduradas ao lado dos caminhos para qualquer um pegar se precisar de dinheiro para voltar para casa.
Substituições organizadas – os “revolucionários do dia” voltam para casa à noite depois que os “revolucionários da noite” chegam para assumir o posto.
Tendas montadas e administradas por voluntários para arrecadar dinheiro e doações de água e alimentos.
A tradicional hospitalidade sudanesa não foi esquecida – quem visita DEVE beber chá ou água.
Nenhum veículo é permitido, salvo se estiver trazendo doações – água, bebidas, alimentos. Sem exceções ou “mujamala” até mesmo para diplomatas estrangeiros – o Encarregado dos Negócios dos EUA foi detido do lado de fora quando apareceu para visitar.
Crianças de rua sendo alimentadas e cuidadas – incluídas nessa nova sociedade.
Festas de grupos em todas as esquinas cantando canções nacionais sudanesas e apresentando danças tradicionais.
Segurança? Tomem cuidado. Bloqueios improvisados feitos de tijolos e arame bloqueiam os caminhos para deter qualquer ataque noturno depois de algumas tentativas fracassadas, mas violentas, de dispersar a concentração à força.
Perdendo o jogo de futebol? Torcedores enviaram uma tela enorme para se assistir ao último grande jogo do Barcelona.
As estradas no Sudão são normalmente caóticas e, durante um blecaute, a polícia rodoviária (quando aparece), pode atrapalhar mais que ajudar.
Mas as estradas que levam ao QG do exército foram tomadas pelo povo que está direcionando eficazmente enormes volumes de tráfego e centenas de carros estacionados.
Dão às crianças bandeiras e biscoitos, elas são carregadas nos ombros para poderem ver acima das multidões de pessoas. Festas de aniversário, de casamento – o que você pensar, está acontecendo ali mesmo na rua.
Os cristãos coptas sudaneses segurando panos de tecidos sobre as cabeças de seus irmãos muçulmanos enquanto estes últimos rezam sob o sol ardente.
Sem quaisquer “líderes”, esses jovens sudaneses conseguiram efetivamente realizar esse protesto, esse mini “Estado” dentro da capital, e o fazem educadamente, sem brigas, ego ou provocações.
Em vez disso, humor, cooperação, unidade e solidariedade estão na ordem do dia.
O povo sudanês tem uma longa e orgulhosa história de mudança pacífica”.
A citação acima nos dá o gostinho da infinita criatividade e recursos das massas trabalhadoras, que estão muito mais capacitadas para dirigir a sociedade do que os elementos descarados que estão no poder há décadas.
A confiança cresce
O TMC anunciou uma série de decisões, entre elas: novos chefes do exército e da polícia, um novo chefe para o poderoso Serviço Nacional de Inteligência e Segurança (NISS, em suas siglas em inglês), comitês para combater a corrupção e investigar o antigo partido dominante, o levantamento de todas as restrições e censuras à mídia, a libertação de policiais e agentes de segurança detidos por apoiar os manifestantes, uma revisão das missões diplomáticas e a demissão dos embaixadores do Sudão nos EUA e na ONU em Genebra.
A derrubada de dois chefes de estado deu à revolução um enorme impulso de confiança em seu próprio poder. As massas percebem que foram elas que derrubaram Bashir e Ibn Auf. A cada dia se tornam mais confiantes em sua própria capacidade. O TMC está tentando desesperadamente minar esse processo e perpetuar o mito de que, sem a classe dominante (e suas instituições estatais), ocorreria o caos.
Naturalmente, a realidade é exatamente o oposto, como pudemos ver no informe acima desde o local. Com o anúncio das concessões acima mencionadas, o TMC está tentando dar a impressão de que essas demandas foram concedidas pelo próprio TMC. Estão tentando tergiversar o fato de que todas as liberdades que as massas sudanesas têm atualmente foram alcançadas por sua própria luta determinada, enfrentando todas as camadas da classe dominante.
Ao mesmo tempo, o TMC está tentando parecer estar do lado da revolução. O enorme poder da revolução, que contaminou totalmente os escalões inferiores do exército, fez com que os altos escalões (apesar de todas as tentativas) não conseguissem enfrentar a revolução. Exatamente como na Argélia, eles decidiram que seria melhor tomar a iniciativa, proporcionar uma série de concessões menores vindas de cima e, assim, impedir que uma revolução vinda de baixo derrube todo o regime e, com isto, a posição privilegiada da classe dominante, a que pertencem os altos comandos do exército e dos serviços de segurança.
Depois de assumir o papel de chefe de estado, Abdel Fattah al-Burhan tem sido muito vocal, adotando uma retórica ousada e prometendo realizar a vontade do povo, purgar o Estado de antigos oficiais do regime e promulgar a vontade da revolução em geral. No entanto, ao mesmo tempo, não foram registradas prisões concretas e de alto nível.
Ninguém sabe do paradeiro de Bashir e o TMC está se recusando a entregá-lo ao ICC [Tribunal Criminal Internacional] ou a qualquer outro órgão. Também não foram feitos planos para sua extradição. Enquanto isso, existem fortes indícios de que se está negociando com outros países africanos para facilitar seu exílio.
Salah Gosh, o odiado ex-chefe da Inteligência, também foi autorizado a renunciar em vez de ser preso por crimes de guerra. O mesmo vale para o procurador público do país e para o chefe das emissoras de rádio e televisão estatais. Junto a membros do NCP de Bashir, todos eles foram vistos caminhando livremente sem ninguém os incomodando e sem mandados de prisão. A demanda das ruas é pelo desmantelamento do NCP e pela prisão e julgamento de todo o regime de Bashir. Claramente, Burhan e o TMC não têm nenhuma intenção de fazer nada disso.
Enquanto isso, muitos prisioneiros políticos, em particular os Darfuris, permanecem por trás das grades. Nas primeiras etapas da revolução, Bashir tentou culpar os Darfuris pela revolta, mas o povo respondeu cantando slogans como “somos todos Darfuris!”
Como Marx explicou há muito, o aparato do Estado, os altos escalões da burocracia e o exército não são nada mais que forças para defender e preservar a posição da classe dominante. O próprio TMC está cheio de membros do regime anterior, ligados por mil fios à elite, aos capitalistas, aos latifundiários e ao regime de Bashir. Embora esteja ele próprio dividido por facções e contradições internas, é claro que está unido em sua determinação de preservar o núcleo do capitalismo e do latifúndio sudanês.
As massas aprendem da experiência
Tudo isso está se tornando visível para as massas, que estão aprendendo dos acontecimentos à velocidade da luz. As ruas suspeitam altamente do TMC e enxergam a demagogia de al-Burhan. Ele próprio era um oficial superior, envolvido na bárbara guerra saudita no Iêmen e na brutal guerra civil de Bashir em Darfur. Ontem, enquanto al-Burhan andava por aí posando de revolucionário, as forças militares tentaram remover as barricadas em torno do Ministério da Defesa. Isso foi interrompido por um só telefonema da Sudan Professionals Association (SPA), a organização que vem liderando os protestos, para mobilizar e defender a ocupação pacífica. Com muitos soldados do lado da revolução confraternizando abertamente com os manifestantes, o alto escalão do exército preferiu se retirar imediatamente.
Está muito claro para todos que o TMC está manobrando contra a revolução. Através de suas chamadas concessões e declarações, está tentando jogar poeira nos olhos das massas a fim de ganhar tempo para se reagrupar e revidar. De forma arrogante, al-Burhan declarou que concederá ao povo do Sudão um período de transição “de não mais do que dois anos”. Isso é exatamente o que parece ser: uma fraude gigantesca planejada para dar tempo à contrarrevolução para recuperar o controle da situação.
No domingo, foi revelado que houve reuniões secretas entre a SPA e o TMC. Isso provocou comoções nas massas que ficaram indignadas com os líderes do SPA por negociarem com a contrarrevolução. Quem elegeu os delegados? Quem decidiu sobre a agenda? Todo o processo estava envolto em sigilo. As massas não querem substituir um regime não-eleito por outro. Embora a liderança da SPA tenha sido muito valorizada, isso causou um estrago significativo em sua autoridade.
A SPA condenou os militares e pede um governo civil, o desmantelamento do Partido do Congresso Nacional (NCP, em suas siglas em inglês) de Bashir, a dissolução das milícias do NCP e do aparato de segurança, a demissão dos chefes do judiciário e do procurador geral, a remoção do TMC e outras demandas similares que levariam ao desmantelamento do regime anterior.
Estas são todas elas demandas muito boas, que devem ser implementadas imediatamente. Mas o erro que a SPA está cometendo é o de confiar no TMC, composto unicamente pelos fósseis mais reacionários do velho regime, para realizá-las. De fato, na declaração da organização, que saiu das negociações com o TMC, afirma-se que quer nomear um governo civil provisório, que governaria o país durante “quatro anos (!) sob a proteção das Forças Armadas”.
Mas isso se opõe diametralmente ao espírito da revolução, que exige democracia e responsabilidade. Quem irá nomear esse governo? E por que são necessários quatro anos antes de se realizar eleições democráticas? Ademais, o que significa “sob a proteção do exército”? Sob a proteção das mesmas pessoas que estavam oprimindo e matando os trabalhadores, camponeses e pobres sudaneses durante décadas? Sob a proteção das mesmas pessoas que há apenas algumas semanas estavam atacando violentamente a revolução?
As massas sudanesas mostraram mais de uma vez que não necessitam de protetores. Diferentemente do regime, incluindo o exército, as massas estão muito melhor equipadas para administrar uma sociedade sem derramamento de sangue e sem opressão. De fato, a declaração da SPA está em linha com a posição do exército e de al-Burhan, que afirmaram não quererem fazer parte de um governo. Eles apenas se reservam o direito de reivindicar os Ministérios da Defesa e do Interior. Ou seja, as duas posições que são cruciais à manutenção do aparato opressivo permaneceriam nas mãos do regime sem supervisão democrática. Com efeito, isso não é senão um projeto para uma ditadura civil-militar pouco camuflada. Não é de admirar que governos de todo o mundo, incluindo os aliados de Bashir, como a reacionária ditadura militar egípcia e os estados do Golfo, estejam apoiando o exército.
Os líderes da SPA estão agora correndo o risco de cair na armadilha em que os líderes do movimento Tamarrod no Egito caíram em 2013. Depois de ter derrubado o regime de Morsi, Tamarrod tinha de fato o poder em suas mãos. Mas sem saber o que fazer com ele, o movimento o entregou a Sisi e ao SCAF, que, por sua vez, não hesitaram, com êxito parcial, em tentar esmagar o movimento popular.
É claro que as massas sudanesas aprenderam com isso e as ruas entendem perfeitamente que não podem confiar no exército ou em qualquer outro pilar do velho regime. Todo o aparato estatal está infestado pela podridão do velho regime. Eles nunca realizarão a vontade da revolução. Acampar do lado de fora do Ministério da Defesa, se bem que possa aterrorizar os chefes do exército, obrigando-os a manobrar em vez de enfrentar a revolução de frente, não mudará seus interesses fundamentais que se opõem aos interesses das massas.
Não há nenhuma necessidade de se esperar que alguém realize os desejos da revolução. As massas mostraram que estão plenamente capacitadas a mudar a sociedade por si mesmas.
Nos comitês organizadores dos protestos, das greves, da vigilância dos bairros, das equipes de administradores da ocupação, vemos os embriões das instituições que as massas necessitam para impor sua vontade.
A SPA declarou que não é uma organização política e que não participará da política. Mas não está ela liderando uma revolução que é o ato mais político de todos? Em vez de se retirar e entregar o poder ao exército, os líderes da SPA deveriam organizar comitês e conselhos a serem eleitos em todos os locais de trabalho, escolas, quartéis, bairros e aldeias onde a revolução está presente. Estes últimos devem ser conectados em nível regional e nacional e devem organizar a eleição de uma assembleia constituinte todo-poderosa para realizar a vontade das massas. Não há nenhuma razão para esperar que o velho regime garanta às massas os seus direitos, elas devem tomá-los antes que a contrarrevolução tenha tempo para preparar um contra-ataque.
Abaixo o capitalismo!
Ao mesmo tempo, devem ser tomadas medidas para se abordar os agudos problemas sociais das massas. Enquanto a elite vive nababescamente da exploração das massas e da pilhagem das riquezas naturais do país, as condições no terreno são desesperadoras. Os números recentes são imprecisos, mas foi informado, em 2009, que 46% da população vivia abaixo da linha nacional de pobreza, mais de 70% recebiam menos do que o equivalente a 5 dólares ao dia e 17% sobrevivem com menos de 1 dólar ao dia. Mais de 5 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar ou estão em risco de desnutrição, e 32% das crianças sudanesas são desnutridas. Além disso, 20% dos homens sudaneses e 40% das mulheres são analfabetos. Além disso, só 5% do orçamento nacional vão para a saúde, comparados aos 70% que vão para os militares. O setor da saúde foi minado propositadamente pelos gastos inflados no establishment militar e de segurança para a proteção do regime. O salário mensal dos médicos é, em média, de aproximadamente 45 libras, o que não é suficiente para se ir levando. Essas condições atraíram essas camadas, nominalmente pequeno-burguesas, à luta popular.
A única forma de se resolver esses problemas é a organização imediata da classe trabalhadora para a tomada das minas, fábricas e instalações petrolíferas, junto à ocupação da terra pelos camponeses e fazendeiros pobres. Reunindo esses recursos em uma economia nacionalizada e planificada, administrada sob linhas democráticas, e canalizando os lucros em investimentos para a modernização da sociedade e para a melhoria dos padrões de vida, todos os problemas acima citados poderiam ser facilmente resolvidos.
Em questão de poucos meses, as massas revolucionárias sudanesas conseguiram superar enormes obstáculos e se mostraram todo-poderosas diante de qualquer oposição. Sem nenhuma preparação ou plano real, elas puseram a ditadura cruel de joelhos. As mesmas pessoas que governaram com arrogância e impunidade antes são forçadas a se curvar diante das massas. De fato, as massas poderiam tomar o poder a qualquer momento, mas elas não estão suficientemente organizadas e carecem de um programa para fazer isso.
Enquanto isso, os generais e os diplomatas domésticos e estrangeiros estão manobrando nos corredores dos ministérios e embaixadas, e no Ocidente, para roubar a vitória das mãos das massas; para dividir, desorientar e enganar a revolução, a fim de preparar sua ruína. A revolução não deve confiar nessas pessoas. Ela só pode confiar em suas próprias forças, que a realizaram à cada volta dos acontecimentos. Deve derrubar todo o edifício do podre regime de Bashir e substituí-lo por um estado administrado pelos trabalhadores, pelos camponeses e pelos pobres. Mais importante ainda: deve desmantelar o capitalismo sudanês, que não trouxe nada além de infindável miséria e pobreza ao povo orgulhoso do país.
Nenhuma confiança nos generais!
Abaixo o Conselho Militar de Transição!
Prisão imediata de Bashir e de todos os criminosos de seu regime!
Dissolução do NCP junto às forças da repressão!
Formação de comitês em níveis local, regional e nacional para a tomada do poder!
Pela convocação imediata de uma assembleia constituinte organizada pelos sindicatos e comitês revolucionários!
Abaixo o capitalismo sudanês!
Por uma revolução socialista no Sudão e mais além!
Artigo publicado em 17 de abril de 2019, no site da Corrente Marxista Internacional (CMI), sob o título “No trust in the army, the Sudanese Revolution must take power“. Tradução de Fabiano Leite.