O ano de 2025 é marcado por uma série de lutas envolvendo os servidores públicos municipais de São Paulo, principalmente na defesa dos serviços públicos, reivindicando melhores condições de trabalho, em defesa do nosso plano de carreira e contra a privatização da educação.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) apresentou na Câmara dos Vereadores o Projeto de Lei 18.221/2024, que desmonta, precariza e destrói os serviços públicos da educação, permitindo a entrada de OSs (Organizações Sociais) através da terceirização para administrar a gestão das escolas e a introdução de plataformas digitais (Elefante Letrado) no ensino fundamental. Sabemos bem o que isso significa, a exemplo do que vem acontecendo nas escolas estaduais de Tarcísio (Republicanos). A essência da “plataformização” do ensino é computar o tempo que os estudantes ficam logados no sistema e não se estão aprendendo ou se o professor está ensinando. Os amigos empresários são os privilegiados com o PL do prefeito; afinal, estão lucrando com nosso dinheiro público. Essas verbas deveriam ir para as escolas públicas e não ser desviadas para seus bolsos.
Os Cadernos da Cidade (apostilas) que chegam às escolas são colocados como obrigatórios aos professores, afetando, assim, nossa autonomia profissional e liberdade de cátedra. E aqui, mais uma vez, a verba pública das escolas é destinada para empresários e fundações lucrarem.
Os ataques são vários e a destruição das escolas públicas é iminente. Diante de tudo isso, a categoria tem vontade de luta, quer ocupar as ruas e reverter a situação imposta por este governo. São pensadas estratégias de lutas coletivas, unidade dos servidores públicos de outros setores para enfrentar os desmontes deste prefeito, que não está nem aí para o que é público.
As escolas municipais de São Paulo estão, desde o ano passado, em meio às reformas infinitas, que foram utilizadas na campanha eleitoral de reeleição de Ricardo Nunes com a intenção de convencer a população de que ele se preocupa com a melhoria das escolas e o bem-estar dos estudantes. Porém, ao fim do processo eleitoral, Nunes é reeleito, as reformas estão inacabadas, os pagamentos para as empreiteiras suspensos e o caos adentra 2025. Nas escolas, há espaços interditados, restos de pedras, areia e entulho pelos caminhos, e as crianças sem onde brincar. Muitas escolas foram obrigadas a implementar o período integral a partir dos primeiros anos, sem nenhuma condição e espaços adequados para receber as crianças pequenas — muito antes dessas reformas — e agora, sem a finalização das mesmas, a situação é desesperadora.
O descaso dos governos com os serviços públicos é tão grande que a categoria precisa reivindicar o essencial para as escolas, como espaços adequados, climatização e materiais.
Nós, Professores Comunistas, avaliamos que as categorias não estão derrotadas e têm sede por conquistar vitórias, mas suas direções sindicais as impedem de lutar, bloqueando todas as iniciativas dos trabalhadores e impedindo a unidade contra Nunes e Tarcísio. Parabenizamos a todos nós que estivemos em greve! Nossa categoria, quando é chamada, responde prontamente à defesa das escolas públicas e de suas carreiras, assim como outras categorias também responderam ao chamado em defesa dos serviços públicos na saúde, cultura, assistência social, dentre outros. O que nos impede de ir à luta até o fim e arrancar conquistas é a colaboração das direções sindicais traidoras e reformistas, que jogam contra as categorias porque estão adaptadas aos governos burgueses e atreladas ao sistema capitalista; que não rompem com as taxas e os impostos sindicais; que não acreditam em suas bases e no sustento independente dos nossos instrumentos de luta. É preciso acabar com essa velha fórmula!
Inclusive, não podemos deixar de sublinhar o papel adaptado que a “oposição” — que compõe a direção sindical — exerce à reboque de toda a linha política da direção majoritária do Sinpeem, desde a vergonhosa farsa da votação da assembleia do dia 18/03, saindo em defesa do golpe que a direção majoritária realizou contra a base. Nem sequer essa “oposição” travou um combate sério contra a falida tática da “vigília” em frente à votação da Câmara de Vereadores, ajudando para que muitos colegas da categoria reforcem as ilusões de que é possível reverter os ataques do prefeito e dos vereadores com diálogo e paciência. Algumas correntes políticas até circularam listas com os nomes dos vereadores e os contatos dos respectivos gabinetes, endossando a “tática” de “pressão nos parlamentares”. O resultado disso já sabemos: nenhuma mudança significativa em interesse dos trabalhadores. Os vereadores reacionários da Câmara não serão convencidos por nós, porque são os representantes de nossos inimigos de classe — não há o que dialogar.
O que fazer?
Devemos estar preparados e armados para as batalhas que virão. Não podemos ficar parados pacificamente, ouvindo e vendo as coisas acontecerem sem reação. É urgente um plano de lutas preciso, estabelecido, forte e com a participação de boa parte dos servidores públicos.
Se já sabemos que a assembleia está marcada para o período da tarde, em frente à Prefeitura ou à Câmara dos Vereadores, a base pode pressionar por uma manifestação nas grandes avenidas, mostrando a voz do nosso movimento e explicando nossas reivindicações para a população em geral. A rua é o espaço de luta da classe trabalhadora: devemos ocupar nossos espaços e fazer com que nossos inimigos se curvem diante da força que temos.
Não podemos deixar o sindicato nas mãos dessas direções. É necessária uma campanha de sindicalização e apropriação dos nossos sindicatos. É necessária a derrubada das direções sindicais que não servem aos interesses dos servidores. Não podemos amargar derrotas atrás de derrotas!
Demos um passo importante nessa greve com a criação de um “Comitê Contra a Privatização das Escolas”, agrupando trabalhadores e trabalhadoras que estão dispostos à luta em unidade. Continuaremos o diálogo com a categoria e construiremos nosso plano de luta juntos!
Se você quer fazer parte da construção desse Comitê de Luta, acesse o banner abaixo, faça parte e divulgue no seu local de trabalho!
- Em defesa da educação pública, gratuita e para todos!
- Não à privatização dos serviços públicos!
- Fora Nunes!
- Fora Tarcísio!
