Escola de Quadros da Esquerda Marxista é um sucesso!

Entre os dias 17 e 19 de abril, a Esquerda Marxista realizou sua Escola de Quadros Nacional com mais de 100 participantes de várias regiões do país. Os temas foram Literatura e Revolução, a Ditadura Militar e as organizações de esquerda, a História da Coluna Prestes, História do Partido Bolchevique e O Imperialismo hoje. Mais uma etapa no permanente esforço  para impulsionar a formação política e teórica dos militantes.

A formação política e teórica dos militantes é fundamental para a construção da organização revolucionária. Como dizia Lenin, “Sem teoria revolucionária não há prática revolucionária”. A apropriação dos ensinamentos da história, da teoria e do método marxista, são elementos fundamentais para iluminar a ação dos militantes que lutam pelo socialismo.

Um militante bolchevique deve lutar ombro a ombro com a classe trabalhadora, nas greves, ocupações, manifestações, etc. Mas, ao mesmo tempo, deve ser o fator mais consciente do movimento, aquele que ajuda no seu melhor desenvolvimento e no avanço da consciência de classe. Para isso, o militante revolucionário deve também se dedicar aos estudos, à teoria, conquistar a capacidade de elaborar a partir de uma concepção marxista da história e da realidade.

Nesse sentido, entre os dias 17 e 19 de abril, a Esquerda Marxista realizou na cidade de Praia Grande, litoral de São Paulo, sua Escola de Quadros Nacional com mais de 100 participantes de várias regiões do país, antecedendo a Conferência Nacional Chico Lessa, ocorrida em 20 e 21 de abril. Esta foi uma etapa extremamente importante no permanente esforço da organização para impulsionar a formação política e teórica dos militantes.

A Escola de Quadros abordou os seguintes temas:

• A História do Partido Bolchevique (1903 a 1924);
• Literatura e Revolução;
• História da Coluna Prestes;
• A Ditadura militar de 1964 (situação, origem e consequências. A política das organizações de esquerda);
• O Imperialismo hoje e a teoria da Revolução Permanente.

O primeiro dia foi dedicado aos dois primeiros pontos: A História do Partido Bolchevique, com informe do camarada Ruy Penna, e Literatura e Revolução, com informe de Maritania Camargo. (Veja aqui o relato do primeiro dia)

O segundo dia, sábado, começou com informe de Luiz Bicalho sobre a História da Coluna Prestes. Ele apresentou os antecedentes ao surgimento da Coluna, as mobilizações da classe trabalhadora, a situação política e econômica, a chamada Revolta Paulista de 1924 e a Revolta do Forte de Copacabana de 1922.

Analisou o surgimento dessas correntes no interior do exército como uma expressão, de maneira deformada, da pressão das massas descontentes e a crise da República Velha.

Bicalho ressaltou o longo caminho percorrido pela Coluna, maior que a distância percorrida por Alexandre Magno e equivalente a uma volta inteira no mundo. Citou também a importância de Prestes no movimento e sua grande capacidade como estrategista militar, apesar de sua confusão política que, posteriormente, vai levá-lo a aderir ao estalinismo.

O segundo ponto no sábado foi apresentado pelo camarada Humberto Belvedere, sobre a Ditadura Militar de 1964. Bel, como gosta de ser chamado, falou sobre o papel da esquerda antes, durante e após o golpe de 1º de abril de 1964. Apontou a armadilha contida na tática da guerrilha, que levou muitos jovens à morte.

Bel foi um dos que combateu a Ditadura buscando um trabalho junto à classe operária, contou fatos pouco conhecidos e sua experiência de ter sido preso e torturado. Foi um instigante informe, que apresentou importantes lições da história para nossa ação.

No domingo, o camarada Serge Goulart apresentou a discussão sobre o Imperialismo e a Revolução Permanente, trazendo para a análise escritos de Lênin e Trotsky sobre o tema.

Mostrou como se desenvolveu a fusão entre o capital industrial e o capital bancário, formando o capital financeiro, que domina as grandes empresas capitalistas, e o crescimento dos monopólios no mercado mundial.

Explicou como os países imperialistas impõem seus interesses aos países atrasados e a impossibilidade destes países ascenderem à condição de países imperialistas.

Analisou como a burguesia brasileira está entrelaçada com o imperialismo mundial, que a impede de realizar qualquer movimento independente. Apontou a necessidade de, no Brasil e nos demais países dominados, realizar-se uma revolução proletária para a conquista das reinvindicações democráticas, retomando os ensinamentos da teoria da revolução permanente, contrapondo-se a uma visão etapista da revolução.  

Os três dias de Escola de Quadros foram certamente riquíssimos de aprendizados para todos os participantes. A sede por mais conhecimento foi despertada em muitos camaradas. A atividade cumpriu seu papel de ser um impulso para a formação política e teórica da organização, condição fundamental para que estejamos à altura das tarefas que nos cabem nas crescentes batalhas da classe trabalhadora. Aos estudos e ao combate!

(Veja aqui as fotos da Escola de Quadros e da Conferência Nacional Chico Lessa)