Foto: Participantes do evento internacional, realizado na Cidade do México, com abertura no Museu Casa de Leon Trotsky
CIDADE DO MÉXICO – Ocorreu dos dias 2 a 4 de dezembro, na Cidade do México, a Escola Panamericana da Corrente Marxista Internacional (CMI). Participaram camaradas do Canadá, EUA, México, El Salvador, Venezuela, Colômbia, Argentina, Bolívia e Brasil, além de companheiros convidados de Cuba. A abertura ocorreu no auditório do Museu Casa de Leon Trotsky, local da última residência do revolucionário russo, assassinado por um agente a mando de Stálin em 1940.
No primeiro dia, a discussão foi sobre um balanço dos diferentes governos na América Latina, centralmente os governos de Néstor e Cristina Kirchner, na Argentina; de Evo Morales, na Bolívia; de Hugo Chávez e de Nicolás Maduro, na Venezuela; e de Lula e Dilma no Brasil. Foram analisadas as diferenças entre cada um desses, sendo Chávez, aquele que foi mais à esquerda. Os Kirchner e Morales tendo jogado um papel de estabilizar o estado burguês após rebeliões populares em seus países no início dos anos 2000. Já Lula e Dilma, aplicaram a política de colaboração, traindo as esperanças de milhões de trabalhadores, provocando a destruição do PT. A discussão se deu sobre nossa intervenção em cada país, sendo enriquecida com contribuições de camaradas de diferentes países.
No sábado, os trabalhos seguiram tratando da história da Revolução Cubana e da atual situação, marcada pelos perigos de restauração capitalista na ilha, que só pode ser contida com uma verdadeira democracia operária e com a luta internacional do proletariado contra o regime capitalista. Na tarde do segundo dia, o debate foi sobre a Revolução Mexicana, iniciada em 1910 a partir de um chamado de Francisco Madero contra a fraude eleitoral organizada pelo presidente Porfirio Díaz. Isto desencadeou uma rebelião camponesa encabeçada pelos exércitos de Pancho Villa e Emiliano Zapata, que chegaram a controlar a maior parte do país. Mas as debilidades dessa revolução, a ausência de um partido revolucionário baseado no proletariado urbano, fez com que acabasse nas mãos de regimes burgueses bonapartistas.
No último dia, foram apresentadas as tradições revolucionárias nos EUA, desde a luta pela independência, até a Guerra Civil, as mobilizações operárias etc. Foi destacado que a luta contra a burguesia imperialista norte-americana nada tem a ver com rechaçar a classe trabalhadora desse país, que tem um forte potencial revolucionário, cuja ação traz repercussões em todo o mundo. Isto se expressou, recentemente, em movimentos como Occupy Wall Street, Black Lives Matter, e na luta contra o presidente recém-eleito, Donald Trump, cuja chegada ao poder só poderá significar maior instabilidade para o regime.
Essa foi uma excelente atividade de formação para os militantes da CMI nas Américas, que, certamente, renova o ânimo dos camaradas e arma as diferentes seções com a teoria marxista para a luta pela revolução mundial.
Artigo publicado no jornal Foice&Martelo 100, de 8 de dezembro de 2016. Adquira com um militante da Esquerda Marxista, ou assine: http://migre.me/vzFCw