Algumas pessoas nunca morrem, pois viverão para sempre no legado que deixaram. Com este sentimento, foi realizada ontem (5/3), em Joinville, uma homenagem ao camarada Francisco Lessa, lotando o plenário da Câmara de Vereadores de Joinville. Velhos e novos companheiros de luta, família, amigos, de diversas cidades e estados, reuniram-se para lembrar a figura deste grande homem, comunista convicto, que morreu sustentando uma fé inquebrantável no futuro da humanidade. A sua companheira de toda a vida, nossa camarada Cynthia, e a filha Petra Lessa, estavam presentes e ao final somaram-se a todos cantando de pé a Internacional.
Algumas pessoas nunca morrem, pois viverão para sempre no legado que deixaram. Com este sentimento, foi realizada ontem (5/3), em Joinville, uma homenagem ao camarada Francisco Lessa, lotando o plenário da Câmara de Vereadores de Joinville. Velhos e novos companheiros de luta, família, amigos, de diversas cidades e estados, reuniram-se para lembrar a figura deste grande homem, comunista convicto, que morreu sustentando uma fé inquebrantável no futuro da humanidade. A sua companheira de toda a vida, nossa camarada Cynthia, e a filha Petra Lessa, estavam presentes e ao final somaram-se a todos cantando de pé a Internacional.
As bandeiras dispostas em frente a mesa de coordenação da atividade simbolizavam um pouco do que Chico ajudou a construir em mais de 30 anos de luta no movimento operário: a Esquerda Marxista ao centro, a Central Única dos Trabalhadores, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, o Partido dos Trabalhadores.
“No dia 28 de fevereiro perdemos o nosso camarada, mas temos a certeza de que a morte do Chico nos servirá para que construamos aquilo pelo que ele lutou incansavelmente todos os dias de sua vida, um partido operário internacional. Como dizia Chico, a Esquerda Marxista não é um clube de amigos, é o nosso partido, feito de homens organizados que acertam, que erram, mas que acima de tudo lutam pela revolução socialista. Com esta perspectiva, Chico estará presente até o último dia de nossas vidas. Temos a dimensão do que significa perder um dirigente comunista, mas também temos a compreensão de que os ensinamentos do nosso camarada estão vivos mais do que nunca”. Assim a homenagem foi iniciada pela secretária do Comitê Regional de Joinville da EM, Maritania Camargo.
Também compuseram a mesa o secretário geral da EM, Serge Goulart, o coordenador do Centro de Direitos Humanos Maria da Graça Braz, advogado e companheiro de trabalho de Chico, Luiz Gustavo Rupp, e o vereador Adilson Mariano. Foi exibido um vídeo elaborado pela EM resgatando um pouco da história e a perspectiva de luta que Chico deixa, que pode ser assistido abaixo. O CDH também prestou sua homenagem.
Luiz Gustavo disse que Chico sempre foi um camarada, amigo, pai e irmão. “Depois de 20 anos trabalhando ao lado dele, repartindo a mesma sala e às vezes até a mesma mesa, nunca conseguimos ter um único desentendimento, até porque a coisa mais difícil que existia era alguém conseguir brigar com o Chico”, disse. “O Chico era só coração, coração pronto para acolher o mundo”. Ele mostrou a todos uma edição do Manifesto do Partido Comunista, com o qual foi presenteado pelo Chico em 2001, com a dedicatória “Para sempre relembrar”.
Dezenas de entidades estiveram representadas na atividade. Muitas delas tendo Chico Lessa na história de sua fundação, assessoria jurídica ou política. Dentre elas estavam Sintrasem, Sinsej, PT, Simetasc, MST, CDH, OAB, Associação de Moradores do Bairro Adhemar Garcia, Conlutas, SinSaúde, PSol, Associação de Moradores do Bairro Anita Garibaldi, CUT, Flaskô/ Movimento das Fábricas Ocupadas, Ujes, Grêmio Estudantil Paulo Medeiros, Mandato do vereador Adilson Mariano, Corrente O Trabalho, Sindiquimimica Pernambuco, Comando de Greve da Embap/Unespar, Sinte, Sindicato dos Marítimos de São Francisco do Sul, Sindicato dos Eletricitários do Norte de SC e Aprasc.
“Chico Lessa era o nosso doutor, mas não era só um brilhante advogado, era ele que nos garantia nos momentos mais difíceis que a gente enfrentava”, falou o presidente do Sinsej e militante da EM, Ulrich Beathalter. “O Chico foi companheiro, camarada, amigo, irmão, pai, conselheiro, confidente, provavelmente da maioria dos que aqui estão, mas ele só conseguia ser isso tudo ao mesmo tempo porque era um militante convicto na luta pelo socialismo, na luta por uma sociedade mais justa e igualitária. A confiança do Chico era plena, era total, era inequívoca nos trabalhadores e na sua capacidade de se organizar e lutar, era isso que movia o nosso camarada. Chico fez do marxismo a sua filosofia e da emancipação da classe trabalhadora o seu maior objetivo”, prosseguiu emocionado.
Após a manifestação de diversos companheiros, a homenagem foi encerrada por Serge. Ele lembrou que Chico acreditou desde a juventude na necessidade da luta independente e intransigente dos trabalhadores contra os patrões, seus partidos e o capitalismo. Foi nesta perspectiva que ele lutou “contra a ditadura militar, ajudou a reconstruir o movimento estudantil, um verdadeiro partido de trabalhadores e uma verdadeira central sindical, instrumentos que ajudaram a mudar este país”.
Serge ainda comunicou a chegada de mensagens de solidariedade da Corrente Marxista Internacional (CMI), de que Chico era membro, assim como de muitos países e organizações nacionais e internacionais.
Para Serge, Chico conseguiu, com a inteligência brilhante que tinha, aprender a essência mais profunda do comunismo. Ele leu um trecho do Manifesto Comunista, cuja compreensão profunda tornou Chico um militante incorruptível, insuperável na capacidade de se entregar à luta da classe trabalhadora e contra a conciliação de classes, mas também contra o sectarismo que destrói e divide a unidade da classe operária:
“Os comunistas não formam um partido à parte, oposto aos outros partidos operários. Não têm interesses que os separem do proletariado em geral. Não proclamam princípios particulares, segundo os quais pretenderiam modelar o movimento operário. Os comunistas só se distinguem dos outros partidos operários em dois pontos: 1) Nas diversas lutas nacionais dos proletários, destacam e fazem prevalecer os interesses comuns do proletariado, independentemente da nacionalidade. 2) Nas diferentes fases por que passa a luta entre proletários e burgueses, representam, sempre e em toda parte, os interesses do movimento em seu conjunto”.
Chico Lessa morreu acreditando na força da classe trabalhadora e os militantes da Esquerda Marxista têm absoluta certeza que a obra dele vai frutificar. Nossa tarefa é continuar sua luta, pela construção de uma verdadeira Internacional e por um mundo sem fronteiras, sem exploração, onde os homens sejam irmãos e toda humanidade seja o que o Chico foi.
Como sempre dizia Chico Lessa: “Adelante, camaradas!”
Chico Lessa: Presente!