Entrevista com Rob Ficht, da comissão dos trabalhadores da Visteon, que teve suas unidades ocupadas pelos trabalhadores em defesa dos empregos e direitos.
Os trabalhadores da Visteon (fábrica de peças automotivas, subsidiária da Ford), depois de uma batalha de quatro semanas, conquistaram sua vitória. Depois da ocupação da fábrica e de um piquete de 24 horas quando a companhia anunciou a falência, os patrões da Ford/Visteon por fim foram forçados a atender as exigências dos trabalhadores. Em Enfield e Basildon, os trabalhadores já votaram a favor do acordo, e os de Belfast em breve votarão. Rob Sewell entrevistou Rob Ficht, o diretor de vendas da fábrica em Basildon, que foi um dos negociadores nacionais que asseguraram o novo acordo. Rob Ficht deu seu ponto de vista em relação ao resultado:
“É um grande alívio para todos os trabalhadores e suas famílias que se mantiveram firmes na luta por justiça. O mais importante é que nós trabalhadores tivemos o apoio de muitas pessoas ao longo dessas quatro semanas. Permanecemos firmes nas três fábricas: Basildon; Enfield e Belfast. Inspiramos-nos, e isso precisa ser dito, no exemplo de nossos irmãos e irmãs em Belfast que levaram adiante a primeira ocupação. Seguindo seu exemplo defendemos nosso terreno e finalmente vencemos.
A imprensa tenta transformar militância em uma palavra suja. Mas para mim, isto significa levantar-se por aquilo em que se acredita. Significa um trabalhador manter-se firme e não deixar que as coisas sejam perdidas. Estamos muito orgulhosos de termos nos levantado e lutado por nossos direitos. Esta vitória mostra que a militância dá frutos.
Espero que todos aprendam com as lições da luta na Visteon. Não temos alternativa que não lutar, apesar de nossa inexperiência. Muitos de nós tínhamos pouca experiência do que deveria ser feito, como eu mesmo que era diretor há apenas dois meses, ou Frank Jepson, o gerente, que assumiu seu posto no final de Janeiro. A luta foi um batismo de fogo. Mas sentimos que crescemos com os acontecimentos e estamos orgulhosos do que fizemos.
Assinalo que todo trabalhador deveria se filiar e envolver-se em seus sindicatos. Tornar-se ativo, tomar cada luta como sua luta.
Gostaríamos de agradecer, através do Socialist Appeal [Jornal da seção britânica da Corrente Marxista Internacional], em particular, a todos aqueles que nos ajudaram nestas quatro semanas. São eles, Roger Madison, Tony Woodley, Paul Kruger, Dave Osborne, Richard Carey, Stuart Vaughan, Paula Michel, Trevor Ball, John Tipple e Des Heemskerk. Claro, a lista é demasiado longa, não posso mencionar todos. Foi realmente maravilhoso o que conquistamos. Agradecemos muito!”
06 de Maio de 2009.