O Congresso da União Nacional dos Estudantes (CONUNE), terá sua 55°edição no final desse semestre, entre os dias 14 e 18 de junho, em Belo Horizonte (MG).
O congresso pretende reunir cerca de 10 mil universitários de todo o país. É uma ocasião propícia para a juventude discutir a conjuntura política e o movimento estudantil. Além disso, no CONUNE ocorre a eleição da próxima direção da UNE e, infelizmente, essa é a parte que mais interessa aos que fazem parte do campo majoritário (UJS/Kizomba) que detém a direção da entidade atualmente. Para manter a direção sob seu controle, a UJS, juventude do PCdoB, realiza processos eleitorais fraudulentos em centenas de universidades. A preocupação de discutir política e engajar jovens na luta é excluída em troca da manutenção de uma direção que promove a degeneração da UNE.
Liberdade e Luta contra a maré reformista
De encontro com a corrente reformista, a Liberdade e Luta está preparando delegações para levar ao CONUNE sua tese com a defesa do retorno à carta de princípios da UNE de 1979 cuja base é a luta pelo ensino público, gratuito e para todos.
“Nosso eixo principal pela educação pública, gratuita e para todos e em todos os níveis pode conquistar muitos outros estudantes descontentes com a situação política, e nós como LL temos a tarefa de organizá-los a lutar contra este sistema, pelo socialismo”, afirma Evelyn Mora Gonzalez, estudante de Letras na Universidade de São Paulo. Através da realização de atividades sobre a Reforma da Previdência e da luta pela educação pública, o núcleo da USP apresentará a tese e formará chapas para eleição de delegados. “Na próxima semana faremos uma campanha divulgando trechos da nossa tese em panfletos e pela internet na nossa página”, outro modo de reunir contatos, segundo Evelyn.
Alguns militantes participarão do CONUNE pela primeira vez e a expectativa é grande. “Eu nunca fui a um Congresso de UNE. Minha perspectiva é que a UNE assuma o papel que ela deveria ter desempenhado de combate à burguesia e aos monopólios da educação”, é o que espera Erick Borges, estudante de Ciências Sociais da PUC de São Paulo, que também está participando da organização de chapas para eleição de delegados.
A tese da LL chama a juventude para a defesa de uma plataforma, de fato, revolucionária que se destaca em meio a atual conjuntura política. “Acredito que será um congresso muito notável, pois, com os diversos ataques do governo Temer, a juventude mais do que nunca está disposta a lutar”, afirma Bianca Fujimori, estudante de Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso em Cuiabá. Neste mesmo sentido, Mayara Colzani, estudante de Medicina Veterinária na UniSociesc em Joinville/SC, afirma que a Liberdade e Luta deve fazer combate ao freio que a majoritária da UNE tenta colocar no movimento estudantil: “Haverá muito jovem com disposição para mudar a atual conjuntura. Como sabemos a direção majoritária da UNE tenta frear o ME, mesmo com todos os ataques do governo. Então teremos um papel muito importante ao dialogar com esses jovens e mostrar que há uma saída”.
Bruna dos Reis, estudante de Direito da Univille, também de Joinville/SC, conta que a Liberdade e Luta já habilitou comissão eleitoral em duas universidades da cidade e que a eleição dos delegados será feita do modo mais democrático, para isso, o período de inscrição de chapas acontecerá durante todo o mês de abril. A disposição de formar uma grande delegação é a essência da real intenção de participar do CONUNE: “É importante antes de tudo preparar o Congresso da UNE, preparar a discussão na base, nas universidades. É um momento pra gente discutir com os estudantes o movimento estudantil e daí toda situação política que estamos vivendo. Dialogar com eles e organizar com o objetivo de se eleger delegado para ir ao congresso e medir o quanto conseguimos agrupar em torno dessas ideias, o quanto essas ideias estão ecoando dentro da universidade”, finaliza Bruna.