Os leilões dos aeroportos continuam no governo Temer. No dia 15 de março, quatro aeroportos foram entregues. O grupo alemão Fraport assumirá os aeroportos de Porto Alegre e Fortaleza. O de Salvador ficará com a francesa Vinci e o de Florianópolis com a suíça Zurich, que já é sócia do aeroporto de Confins. Esta última já deve mais de um bilhão de reais, enquanto o governo prepara MP para parcelar essa dívida a perder de vista.
A sede privatista continua a todo vapor também na Petrobras, que já teve a malha de dutos do sudeste vendida, um monopólio natural, assim como a Petroquímica de Suape. A lucrativa Liquigás foi vendida a preço vil. A venda do controle da BR Distribuidora já está muito avançada e muitos outros ativos já foram vendidos desde campos de petróleo a rede de postos de gasolina no exterior.
O Tribunal de Contas da União chegou a se posicionar contrário às vendas dos ativos da Petrobras, mas suas críticas se limitavam ao modo como estavam sendo feitas as vendas. Estava “pegando mal”. Vendas foram direcionadas e não houve tempo nem publicidade que possibilitasse a devida concorrência. Aplicadas algumas regras, o TCU aceitou o processo de privatização na Petrobras.
Os Correios estão sobre intenso ataque depois de dois anos de prejuízos. Agências estão sendo fechadas, funcionários são estimulados a se aposentarem e já está sendo preparado um programa de demissão motivada. Isso pode abrir precedentes para que outras empresas que empregam através de concursos públicos possam demitir.
No seu desespero por manter sua taxa de lucro, os capitalistas avançam em cima do pouco que existe de empresas estatais. Já não se preocupam mais com propaganda ideológica para privatizar. Usam o endividamento das estatais como motivo para a privatização. O objetivo do governo com as concessões e privatizações seria ampliar os investimentos numa tentativa de reaquecer a economia.
Privatização ou concessão, o fato é que o resultado desses processos é a redução dos salários dos trabalhadores e a piora nas condições de trabalho. Isso pode aumentar o lucro dos capitalistas em determinados setores, mas não reativará a economia como um todo já que a parte da produção que se reverterá em salários continuará encolhendo. Nem resolverá o problema das dívidas das famílias, das empresas e do Estado.
Ou seja, a única resposta para a crise econômica que a burguesia apresenta é aplicar mais veneno no doente. As privatizações da década de 90 não solucionaram a crise de superprodução do capitalismo e nem as privatizações dos últimos anos resolverão. Não resolveu na Grécia, não resolverá aqui.