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O mundo é nosso país! Liberdade para os estudantes imigrantes pró-Palestina perseguidos por Trump! Abaixo o imperialismo!

Na última terça-feira (25/03), a doutoranda turca Rumeysa Ozturk, de 30 anos, foi detida pela polícia americana logo após sair de sua casa em Somerville, Massachusetts, e levada até um centro de detenção na Louisiana. O motivo para a detenção e a revogação de seu visto foi seu suposto envolvimento com “atividades em apoio ao Hamas”, conforme declarado por um porta-voz do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos. Marco Rubio, secretário de Estado, se pronunciou sobre o caso em uma conferência na quinta-feira (27/03): “Concedemos a você um visto para estudar e obter um diploma, não para se tornar um ativista social que causa tumulto em nossos campi universitários.”

O que aconteceu com Ozturk não é um caso isolado: de acordo com o próprio Rubio, na mesma conferência, o atual governo Trump já revogou mais de 300 vistos de estudantes até então, “pode ser mais de 300 a essa altura. Fazemos isso todos os dias. Sempre que encontro um desses lunáticos, revogo seus vistos.”

Além de Ozturk, outros estudantes têm sido alvos dessa repressão. Mahmoud Khalil, um estudante palestino que participou ativamente dos protestos na Universidade de Columbia no ano passado, também foi detido, teve seu visto revogado e está lutando contra a deportação. Ahmed Salim, um doutorando egípcio na Universidade da Califórnia, foi detido após organizar um evento acadêmico sobre os impactos da ocupação na Palestina. A estudante paquistanesa Aisha Rehman, da Universidade de Chicago, também teve seu visto revogado por compartilhar publicamente mensagens de solidariedade ao povo palestino.

O que todas essas pessoas têm em comum? Ao expressar seu apoio ao povo palestino, todos foram caracterizados como “pró-Hamas” e “anti-Israel” pelo governo americano. Trump só está conseguindo chegar até esses estudantes com o auxílio das universidades, que estão sendo pressionadas a entregar listas com os nomes e nacionalidades de todos os estudantes envolvidos em atividades pró-Palestina desde o ano passado, configurando uma verdadeira “caça às bruxas” contra aqueles que se opõem às políticas externas do governo americano. Esses atos de repressão contra os estudantes refletem a crescente polarização social e o novo cenário político global impulsionado pelas políticas nacionalistas de Donald Trump.

A doutoranda turca Rumeysa Ozturk, de 30 anos, foi detida pela polícia americana logo após sair de sua casa em Somerville, Massachusetts, nos EUA / Imagem: Cedaria00, Wikimedia Commons

As políticas de imigração dos Estados Unidos têm se intensificado significativamente nos últimos anos. Durante a gestão Biden, apesar do discurso mais moderado em relação aos imigrantes, o número de deportações foi ainda maior do que durante o governo anterior de Trump. Em 2023, as autoridades americanas deportaram mais de 142 mil pessoas, o índice mais alto de deportação em quase uma década. A maioria dessas deportações esteve relacionada a imigrantes flagrados tentando atravessar ilegalmente a fronteira, com 82% dos deportados detidos por agentes de fronteira.

Estudantes estrangeiros, especialmente aqueles envolvidos nos protestos estudantis que se alastraram pelo país em 2024, já enfrentavam repressão e intimidação por meio de medidas como detenções, suspensões, expulsões e prisões, além de toda a típica violência policial utilizada para conter manifestações em massa. Universidades relataram crescente vigilância sobre estudantes envolvidos em manifestações, além da cooperação direta com autoridades federais para monitoramento e repressão. Com a volta de Trump ao poder, esse cenário se intensificou, transformando o aparato repressivo já existente em uma verdadeira campanha de perseguição política aberta. Além de intensificar as deportações em massa de imigrantes ilegais, agora, com essas medidas contra estudantes que se posicionam pró-Palestina, Trump passa a revogar vistos de imigrantes legais com documentação em dia, ampliando a repressão a um novo patamar, em que qualquer manifestação de oposição às políticas imperialistas dos EUA pode ser punida com detenção e deportação.

A violência e repressão do governo Trump só podem ser enfrentadas pelo acirramento da luta de classes com a aliança entre estudantes e trabalhadores e os métodos históricos de luta proletária com manifestações de massa, greves e pelo fortalecimento do internacionalismo proletário. Somente a organização proletária e estudantil, sob uma direção revolucionária e internacionalista, pode garantir que isso aconteça. A luta pelo fim do genocídio e pela libertação do povo palestino não pode ser uma luta local, pois o mundo é nosso país! Essa luta precisa ser discutida e apoiada no mundo inteiro, o combate em defesa dos estudantes deportados deve ser feito pela juventude e pela classe trabalhadora internacional!

Aqui no Brasil, a Juventude Comunista Internacionalista se soma ao chamado internacional de solidariedade denunciando a perseguição de Trump e do imperialismo, mas também responsabilizando o governo brasileiro por não romper relações diplomáticas e políticas com Israel. Na prática, Lula continua mantendo-se como cúmplice do massacre palestino e de todos esses ataques ao movimento pró-Palestina!

Convidamos todos aqueles que apoiam essa luta a se organizar na Organização Comunista Internacionalista, seção brasileira da Internacional Comunista Revolucionária!

  • Abaixo o imperialismo! Palestina Livre! O mundo é nosso país!
  • Abaixo a perseguição aos estudantes imigrantes e ao movimento pró-Palestina!
  • Liberdade para Khalil, Ozturk e todos os estudantes presos por Trump!
  • Liberdade de expressão, manifestação e organização!
  • Nenhum visto revogado e nenhum estudante deportado por suas posições políticas!
  • Ruptura das relações do Brasil com Israel!