Nesta quinta-feira (30/3), uma adolescente foi morta dentro de uma escola, no bairro de Acarí, no Rio de Janeiro. Maria Eduarda, de apenas 13 anos, foi atingida por três balas, enquanto treinava na quadra da escola. No lado de fora, no muro da escola, a polícia disparava contra os acusados de participação no crime organizado.
Um vídeo da internet mostra os policiais executando os dois homens, enquanto estes estavam caídos no chão. A família da adolescente de 13 anos acusam a polícia pelos disparos. A comunidade fez um protesto na Avenida Brasil e foi duramente reprimida pela polícia. Esse é mais um exemplo de como funciona o racismo em nosso país.
O racismo não funciona apenas no massacre que o jovens negros estão sofrendo, mas também nesse clima de terror que está imposto aos moradores de favela, onde mesmo dentro da escola os jovens não estão mais seguros.
O objetivo é manter a classe trabalhadora controlada e apavorada, pra que ela não lute por seus direitos, não enfrente as mazelas deste sistema injusto. Isso é fundamental para que a exploração possa continuar.
Em entrevista (confira também o depoimento dos familiares), o porta-voz da Polícia Militar, major Ivan Blaz, diz que o caso é “o dano colateral mais absurdo, mais abjeto que a gente pode imaginar”. Ou seja, uma fatalidade inevitável, apenas uma consequência da necessária ação policial. A vida dos nossos de nada vale para os governantes, somos apenas mão de obra barata, ou simplesmente criminosos.
Está mais que comprovado que essa política de medo adotada pelo Estado burguês não tem condições de acabar com o crime, apenas tem gerado mais morte e sofrimento. O que precisamos é de pleno emprego, de saúde e educação oferecidos de forma pública e gratuita para todos, e não apenas para os que morem nos bairros nobres. Além de nos serem negados todos direitos, os jovens negros ainda precisam ter medo de ir para a escola?
O racismo e capitalismo são duas faces da mesma moeda. Precisamos nos organizar e lutar contra o capitalismo e cada um de seus instrumentos para nos manter como classe oprimida, como é o caso do racismo. A luta contra o capitalismo é, antes de tudo, em legítima defesa.
Precisamos construir uma sociedade onde a liberdade e a igualdade não sejam apenas um sonho. Não podemos mais aceitar tanto sangue sendo derramado.