Pelo andar da carruagem o governo Dilma resolveu enfrentar de vez a greve dos servidores públicos federais.
Pelo andar da carruagem o governo Dilma resolveu enfrentar de vez a greve dos servidores públicos federais.
Além de propor acordos com os governos estaduais e municipais para substituir trabalhadores que estão em greve, Dilma se nega a negociar com os grevistas e baixará pacote para beneficiar empresários por meio das privatizações dos aeroportos, portos, rodovias e estradas de ferro.
As notícias veiculadas pela imprensa afirmam que 350 mil servidores estão em greve e a direção da CUT anuncia o adiamento da Marcha a Brasília para o dia 5 de setembro.
O Ministério do Planejamento, não apresentou qualquer proposta às mais de 30 categorias em greve. Trabalhadores do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) impediram, por duas horas, que o chefe do departamento, Sérgio Mendonça entrasse para trabalhar. O Ministério foi cercado pelos manifestantes.
Segundo Reginaldo Marques Aguiar, diretor da Confederação Nacional da Associação dos Servidores a categoria está “cansada” da postura do Planalto.
Amanhã , dia 15, mais categorias engrossarão a fila de grevistas. Uma delas é a dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que resolveu cruzar os braços seguindo o que já fizeram nesta terça-feira os analistas da Receita Federal.
O governo pretende enxugar ainda mais os gastos com os servidores e os serviços públicos e por isso segura o envio ao Congresso da Lei orçamentária Anual, dando ordens para que os ministérios apertem os cintos, especialmente os da Fazenda, Previdência e Planejamento. Ou seja: o ano que vem os ataques contra os direitos e conquistas serão ainda mais violentos.
Mas a agressividade do governo parece não ter limites. Baixou o decreto 7.777 que determina a identificação dos servidores em greve e a sua substituição por servidores dos estados e municípios, além de ordenar o corte de ponto dos trabalhadores em greve.
Em resposta, a CUT ajuizou na Organização Internacional do Trabalho (OIT) denúncia contra o governo por “práticas antissindicais”. A nota da CUT, Força Sindical, Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil, Nova Central e União Geral dos Trabalhadores, diz: “Entendemos, porém, que cortar o ponto e substituir grevistas por outros trabalhadores servem apenas para acirrar os ânimos e por lenha na fogueira do descontentamento do funcionalismo público federal. Repudiamos todas as formas de autoritarismo no trato com reivindicações legítimas dos trabalhadores e trabalhadoras do setor público”. Resta saber se de fato a CUT vai se empenhar de fato na mobilização de 5 de setembro convocada para Brasília. Esperamos que sim!
Ao que tudo indica, a batalha vai ser dura e longa. Dilma, a Dama de Ferro do Brasil, está afinadíssima com as diretrizes aplicadas pelo imperialismo em todo mundo, está convicta que deve salvar o capitalismo mesmo que esmague os direitos daqueles que a elegeram.
Abre-se um período onde, às vésperas das eleições de outubro, com o crescente descontentamento dos trabalhadores diante do governo e com a cobertura que o PT vem dando a ele, poderá ocorrer uma avalanche de votos em repúdio ao partido, o que certamente só beneficiará a direita.
A direção do PT não pode ficar inerte e calada diante do que está ocorrendo. Deveria exigir de Dilma o atendimento das reivindicações e a imediata suspensão de todas as medidas repressivas. Certamente é este o desejo de todos os que votaram no PT e em Dilma. Mas para isso o governo e a direção do PT não podem permanecer no quadro das alianças com a burguesia.
A saída existe: o governo deve se apoiar nos trabalhadores, romper com a coalizão e enfrentar a crise exigindo que os patrões paguem pelo que fizeram. Ainda há tempo!
A Esquerda Marxista segue ao lado dos trabalhadores e apoia as suas reivindicações.
A CUT e o PT devem se empenhar na construção da máxima unidade entre os trabalhadores. Ao que tudo indica, apenas isso poderá romper o circulo de aço que está se estendendo contra os explorados e oprimidos.
Não pagaremos pela crise!