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Por trás do confronto Trump-Zelensky

Artigo publicado originalmente no dia 03 de março de 2025 em marxist.com.

Os chineses têm um velho ditado: o maior infortúnio que pode acontecer a um homem é viver em tempos interessantes. A verdade dessa antiga sabedoria recaiu repentinamente sobre os governantes do mundo ocidental.

A discussão pública entre o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, o presidente dos EUA Donald Trump e o vice-presidente JD Vance atingiu o mundo com a força de um violento tsunami.

Os líderes ocidentais devem ter observado as cenas extraordinárias ocorridas no Salão Oval com uma mistura de incredulidade atônita, choque e horror absoluto — algo bastante compreensível.

À primeira vista, a causa da discussão sem precedentes no Salão Oval pode parecer quase trivial. Algumas semanas antes do fatídico encontro, Donald Trump se gabava de ter fechado um acordo fantástico com o homem em Kiev, pelo qual os EUA receberiam o controle sobre vastas quantidades de riquezas minerais, que (assim nos dizem) estão sob o solo da Ucrânia.

O presidente Zelensky deveria estar indo a Washington com o propósito de assinar esse acordo — nada mais, nada menos. No entanto, no evento, as coisas tomaram um rumo diferente.

Ironicamente, foi o próprio Zelensky quem primeiro levantou a questão dos direitos minerais, que claramente pretendia oferecer como suborno aos americanos. Ao agitar a tentadora perspectiva de vastas reservas de minerais raros, oferecidas em troca de futuras entregas de armas, ele esperava envolver os americanos em um acordo que garantisse o fluxo contínuo de armamentos e dinheiro para Kiev.

Infelizmente para ele, Trump interpretou a ideia de maneira bem diferente. Argumentando que os EUA já haviam concedido aos ucranianos enormes somas de dinheiro para subsidiar sua guerra (a cifra de US$ 350 bilhões foi mencionada), ele esperava algum tipo de retorno sobre esse investimento.

O empresário que agora ocupa a Casa Branca pensava em termos puramente comerciais. Ele esperava que os ucranianos cedessem os direitos sobre os minerais mencionados como pagamento pela generosidade passada, e não como um adiantamento para futuros suprimentos de armas.

Os dois homens estavam claramente falando de propósitos distintos. Foi uma comédia de erros carregada de consequências trágicas.

Para lançar luz sobre todos os eventos subsequentes, é necessário, antes de tudo, declarar claramente em que consistem, atualmente, os objetivos de guerra das diferentes partes envolvidas na disputa.

No decorrer da campanha eleitoral, Trump deixou bem claro que sua intenção era pôr fim imediatamente à guerra na Ucrânia ou, pelo menos, desvincular completamente os EUA do conflito desastroso provocado por seu antecessor, Joseph Robinette Biden Jr., sem qualquer consideração pelos interesses centrais dos Estados Unidos.

Desde então, Trump tem reiterado essa posição, que permanece até o presente momento exatamente a mesma do início.

No entanto, é impossível compreender essa decisão sem levar em conta a estratégia geral e a visão de mundo de Trump. E, ao contrário da crença amplamente difundida, ele realmente tem essa estratégia e a está seguindo com sua característica determinação.

Muitos líderes europeus (para não mencionar os de Kiev) parecem ter extrema dificuldade em entender isso. Eles sistematicamente subestimaram Donald Trump. Consequentemente, sempre assumem que, quando ele faz uma declaração, não está falando sério. E, então, ficam surpresos ao descobrir que, na verdade, ele sempre quis dizer exatamente o que disse.

A perplexidade permanente dessas senhoras e senhores reflete sua recusa obstinada em levar Donald Trump a sério. Mas os eventos estão forçando-os, ainda que relutantemente, a abandonar essa visão reconfortante. Os últimos a admitir esse triste fato são o presidente Macron da França e Sir Keir Starmer da Grã-Bretanha — sem sombra de dúvida, os mais estúpidos e egocêntricos entre os líderes europeus estúpidos e egocêntricos. Mas falaremos mais sobre eles depois.

Voltando aos Estados Unidos: Trump entendeu que os EUA se excederam seriamente no cenário global. O país tem uma dívida pública gigantesca (mais de US$ 36 trilhões), seus estoques de armas estão extremamente reduzidos e enfrenta perspectivas alarmantes de conflitos no Oriente Médio e na região da Ásia-Pacífico para os quais não está totalmente preparado.

Diante dessa situação, ele decidiu que os EUA devem recuar de seu papel global e se retrair para trás de suas fronteiras estratégicas naturais – incluindo o Canadá, o Canal do Panamá, o México e a Groenlândia. Essas são suas prioridades, e a Europa deve agora ocupar um lugar secundário na política externa dos EUA.

Um elemento-chave nessa estratégia é reparar as relações com a Rússia, que foram severamente danificadas pelas políticas imperialistas agressivas do governo Biden. É impressionante o fato de que, nos últimos três anos, não tenha havido contatos entre os EUA e a Rússia em nível oficial. Isso nunca aconteceu nem mesmo nos piores anos de tensão durante a Guerra Fria.

A normalização das relações com a Rússia ocupa agora um lugar de grande destaque na agenda de Donald Trump. Isso imediatamente fez soar o alarme na maioria das capitais europeias, sobretudo em Kiev, onde Zelensky e sua camarilha vivem com medo de uma traição americana nas negociações com a Rússia.

Os objetivos de guerra da direção ucraniana são, portanto, diametralmente opostos aos de Washington. Os americanos buscam a paz na Ucrânia por meio de um acordo com a Rússia que reconhece a realidade de que a guerra está perdida. Mas, para Zelensky, a paz equivale quase a um suicídio. Isso significaria o fim da lei marcial, removendo o único obstáculo sério à convocação de eleições.

O prazo legal de sua presidência expirou há muito tempo, o que justifica a observação de Trump de que ele é um ditador que se recusa a realizar eleições. Os americanos agora estão pressionando pela realização de eleições na Ucrânia — evidentemente porque estão exasperados com Zelensky e gostariam de vê-lo fora do poder. Há pouca dúvida de que ele perderia qualquer eleição justa no momento, apesar de todas as alegações em contrário.

Os objetivos de guerra da Ucrânia são, portanto, muito simples: a guerra deve continuar a todo custo até que a Rússia seja finalmente derrotada e expulsa de todos os territórios ocupados. O fato de esse objetivo ser tão absurdamente irrealista que ninguém pode levá-lo a sério não impede a camarilha dominante em Kiev de persegui-lo até o amargo fim. Eles são inteiramente indiferentes ao custo humano envolvido ao persistirem em uma guerra claramente impossível de vencer.

Disso decorrem certas consequências. Acima de tudo, eles devem impedir, a qualquer custo, que os americanos se desvinculem. A Ucrânia depende inteiramente do fluxo constante de grandes quantias de dinheiro e armas dos EUA. A interrupção desse fornecimento seria um golpe fatal para eles. E, apesar de toda a retórica que emana de Londres e Paris, não há absolutamente nenhuma maneira de os europeus compensarem o déficit caso isso aconteça. Zelensky está plenamente ciente desse fato e já o admitiu publicamente.

É nesse contexto que devemos entender a ferocidade da disputa sobre os chamados direitos minerais e a intensidade do conflito que eclodiu no Salão Oval como consequência.

O avanço implacável do exército russo e o colapso igualmente rápido do moral ucraniano conferem um senso crescente de urgência — beirando o desespero — para de alguma forma arrastar os Estados Unidos ao conflito. Uma vez compreendido esse fato, o significado do jogo diplomático que vem sendo jogado nas últimas semanas se torna transparentemente claro.

A visita de Macron e Starmer a Washington fez parte de uma estratégia claramente elaborada em segredo com os homens em Kiev. O único objetivo era impedir que os americanos chegassem a um acordo com a Rússia para encerrar o conflito e, ao mesmo tempo, evitar a eventual retirada dos EUA da Europa — algo que os europeus temem mais do que qualquer outra coisa.

Para esse fim, eles recorreram a alguns truques bastante transparentes. Macron e Starmer estavam batendo o tambor pela chamada “força de manutenção da paz” europeia, que deveria ser enviada à Ucrânia após um acordo ser alcançado, a fim de garantir um cessar-fogo. No entanto, tal missão seria totalmente inviável sem o envolvimento ativo dos Estados Unidos.

Se conseguissem convencer o homem na Casa Branca a aceitar o que chamavam de “garantia de segurança” dos EUA, estava claro qual seria o próximo passo. Os ucranianos encontrariam um pretexto para provocar os russos a alguma ação que pudesse ser apresentada como uma violação do cessar-fogo. A chamada força de manutenção da paz entraria em ação e, imediatamente, se encontraria em apuros, já que os russos desfrutam de uma superioridade esmagadora tanto em efetivo quanto em armamentos.

Os europeus então convocariam os americanos a ajudá-los sob os termos da garantia de segurança. Os americanos responderiam e prontamente se envolveriam em uma guerra aberta com a Rússia. O início da Terceira Guerra Mundial se seguiria, para o horror de todos — exceto da camarilha de Zelensky e dos nacionalistas ucranianos neonazistas, para quem isso representaria um grande sucesso.

Essa, pelo menos, era a teoria. Mas entre teoria e prática há, muitas vezes, uma lacuna considerável. Como já apontamos, uma das principais falhas dos governantes europeus é que eles sistematicamente subestimaram Donald Trump. Imaginaram que, por meio de uma combinação de bajulação e manobras astutas, conseguiriam enganá-lo e fazê-lo mudar de posição. Falharam — e falharam miseravelmente.

Donald Trump pode ser muitas coisas, mas tolo ele não é. Macron apareceu em Washington exalando charme gaulês, esbanjando os elogios mais extravagantes ao seu “amigo na Casa Branca”, sorrindo e rindo das piadas do presidente — que, na verdade, não achou nem um pouco engraçadas — e, de modo geral, comportando-se como o bobo da corte na presença do Imperador.

Trump respondeu na mesma moeda, esbanjando elogios igualmente extravagantes ao seu “amigo em Paris”, apertando mãos, sorrindo de orelha a orelha e sendo, no geral, muito cordial. Mas, o tempo todo, evitou cuidadosamente dar qualquer resposta firme ao pedido urgente do francês por apoio às suas imaginárias forças de paz.

Percebendo que o propósito desse minueto diplomático era mantê-lo dançando em círculos cada vez mais estreitos, em certo momento, Macron ficou impaciente e começou a falar em francês.
Sem se perturbar com esse gesto um tanto indelicado, seu “amigo na Casa Branca” comentou:
— Que língua linda! Não entendi uma única palavra!

Depois, seu “amigo” francês retornou a Paris tão de mãos vazias quanto havia chegado. Foi, definitivamente, uma humilhação completa. Ele deveria ter se lembrado das palavras de seu compatriota Charles de Gaulle: as nações não têm amigos, apenas interesses.

Observando com interesse essa comédia gaulesa do outro lado do Atlântico, Sir Keir Starmer decidiu que táticas um pouco diferentes eram necessárias. Sem se deixar intimidar pelo fracasso do francês, ele elaborou uma estratégia diferente com a ajuda de seus conselheiros altamente profissionais no Ministério das Relações Exteriores.

Não possuindo nenhum charme notável próprio e sendo, ao contrário do volúvel Macron, um típico cavalheiro inglês de classe alta — rígido, chato e sem imaginação — ele precisava de algo especial para apresentar ao homem na Casa Branca. Para isso, escondida em seu bolso interno, carregava uma arma secreta — algo que certamente impressionaria qualquer presidente dos EUA, especialmente um chamado Donald J. Trump.

Para sermos justos, nosso primeiro-ministro fez um esforço louvável para esconder sua falta de jeito natural e sua inaptidão comunicativa por meio de uma exibição incomum de linguagem corporal. Não se limitou a inúmeros apertos de mão, mas chegou até mesmo a tocar fisicamente o presidente dos EUA (é verdade que apenas na manga de seu casaco).

Não sabemos que efeito essa demonstração incomum de familiaridade produziu no líder da nação mais poderosa da Terra, mas, a julgar pelo sorriso nervoso estampado no rosto do primeiro-ministro britânico, ele pelo menos parecia muito satisfeito com seu aparente êxito.

É difícil transmitir a sensação de constrangimento que qualquer pessoa normal na Grã-Bretanha sentiria ao testemunhar a cena a seguir — algo que não estaria fora de lugar em uma comédia televisiva de segunda categoria. Talvez a melhor descrição tenha sido feita mais tarde por um jornalista britânico, que comparou Starmer, de forma cruel, a um colegial nerd se aproximando do valentão da escola.

Para explicar essa analogia interessante: em toda escola há um valentão, um garoto durão que tem o hábito de intimidar crianças menores e tornar suas vidas miseráveis. Esses indivíduos geralmente são acompanhados por um garoto magricela que, não sendo forte o suficiente para intimidar ninguém, imagina que, ao ficar perto do cara durão, pode fingir ser durão.

Esta é uma análise bastante justa do que os britânicos gostam de chamar de seu “relacionamento especial” com os Estados Unidos da América — essencialmente o equivalente ao valentão da escola, mas em uma escala muito maior.
Basta acrescentar que o valentão invariavelmente trata as atenções do garotinho magricela com o desprezo que ele merece.

Muito satisfeito consigo mesmo (presumivelmente porque, até o momento, o presidente dos EUA ainda não o havia recompensado com um chute no traseiro), Sir Keir então revela sua carta secreta, que até então queimava em seu bolso.

Com um floreio majestoso — digno de um mordomo fiel entregando a correspondência matinal ao seu amo e senhor — ele cuidadosamente estende esse item precioso ao seu ilustre destinatário, anunciando com orgulho que se trata nada menos do que um convite do Rei Charles III para Donald Trump visitá-lo, juntamente com sua esposa e filhos, no Palácio, o mais breve possível.

Agora, por alguma razão obscura, o establishment e a mídia britânicos parecem acreditar que todos os políticos e presidentes dos EUA ficam profundamente impressionados com a monarquia britânica — possivelmente porque, hoje em dia, não temos muito mais com que nos orgulhar.

Assim, Starmer não resistiu à tentação de fazer um discurso pomposo, no qual enfatizou que este convite era “muito especial”. Afinal, era a primeira vez na história da humanidade que um presidente dos EUA era convidado ao Palácio Real DUAS VEZES! Uma grande honra, sem dúvida!

Curiosamente, o rosto de Trump não demonstrou nenhuma emoção particular diante da notícia, embora ele tenha aceitado o convite com elegância, acrescentando (seja deliberadamente ou por engano) que seria um grande prazer para ele honrar Sua Majestade com sua presença.

Agora, levantemos uma cortina discreta sobre o restante do procedimento, que não passou de uma tediosa repetição do que já havia ocorrido com o presidente francês.

Starmer finalmente reuniu coragem suficiente para fazer a pergunta que estava martelando sua mente o tempo todo: que tal algum tipo de garantia de segurança dos EUA?

Na verdade, ele não usou essa expressão exata — já que os estadunidenses tendem a ter uma certa alergia a ela — mas falou em “um backstop” (seja lá o que isso signifique).

Neste momento, quando tudo parecia estar indo tão bem, o jogo virou. Foi como aquele instante em um conto de fadas quando, ao soar da meia-noite, o vestido de Cinderela se transforma em trapos e a magnífica carruagem e seus cavalos se tornam uma abóbora puxada por uma equipe de ratos.

Trump respondeu, com um ar travesso, que não via necessidade de tal coisa, afinal, o Exército Britânico era uma instituição esplêndida, repleta de jovens corajosos, perfeitamente capazes de cuidar de si mesmos — muito obrigado.

E, para esfregar ainda mais sal na ferida aberta, Trump lançou uma pergunta fatal: Starmer acreditava que a Grã-Bretanha poderia enfrentar os russos sozinha? A única resposta que obteve foi uma risada envergonhada.

Assim como seu colega francês, Sir Keir Starmer retornou a Londres de mãos abanando. É verdade que ele foi presenteado com uma camisa de futebol americano — um retorno bastante inadequado para um convite tão especial de Sua Majestade Britânica.

Mas as obstinadas tentativas de arrastar os americanos para um envolvimento militar na Ucrânia terminaram em farsa. Parecia que as coisas não poderiam piorar. Mas pioraram.

O que aconteceu a seguir simplesmente não precisava acontecer. Donald Trump — evidentemente desconfiado das intenções de Zelensky — manifestou o desejo de cancelar a visita do presidente ucraniano a Washington, marcada para sexta-feira. Suas suspeitas só devem ter se intensificado quando Zelensky, ignorando a mensagem do líder americano, insistiu em ir mesmo assim.

Até aqui, tudo mal. No entanto, Trump foi além e declarou publicamente que Zelensky estava vindo a Washington com um único propósito: assinar um acordo sobre direitos minerais que já havia sido elaborado e acordado previamente.

O problema é que nosso amigo de Kiev tem uma maneira bastante peculiar de se expressar. Por exemplo, quando ele diz “sim”, ele realmente quer dizer “não”. Quando diz “não”, quer dizer “sim”. Quando diz “talvez”, isso não significa absolutamente nada. Da mesma forma, quando se declara a favor da paz, na verdade está a favor da guerra. E assim por diante, ad infinitum.

O mesmo ocorreu com o famoso acordo sobre direitos minerais. Zelensky concordou em assiná-lo? Sim, concordou. Mas não por generosidade para com os Estados Unidos, tampouco por gratidão pelas vastas quantidades de dinheiro e armamentos que recebeu. Ah, não! Para abrir mão de algo tão imensamente valioso, ele exigiria algo em troca. Caso contrário, não assinaria nada.

E o que ele queria em troca? Algo simples: uma declaração firme de que os EUA forneceriam à Ucrânia uma “garantia de segurança”. Um pedido que ele já havia feito incontáveis vezes e que sempre fora firmemente recusado. Além disso, ele acompanhou com extremo desagrado o fracasso de seus amigos Macron e Starmer em extrair qualquer garantia semelhante durante suas visitas a Washington.

O presidente da Ucrânia, portanto, não era um homem feliz. Na verdade, ele já estava de péssimo humor. Mas esse humor explodiu em raiva quando ele leu o documento preparado pelos estadunidenses que deveria assinar.

Não tive acesso ao texto do acordo, mas, pelo que se sabe, trata-se de um documento peculiar — uma declaração geral vaga, sem qualquer detalhe concreto. Algo no mesmo nível do pedaço de papel inútil que Starmer trouxe de Kiev, proclamando um tratado inquebrantável entre Grã-Bretanha e Ucrânia por nada menos que 100 anos. Um detalhe: Starmer deveria estar ciente de que a Ucrânia dificilmente durará mais 100 dias sem o apoio militar dos EUA, que agora está sendo retirado.

Mas deixemos as sutilezas legais de lado. Não há qualquer prova de que as vastas quantidades de minerais mencionadas no acordo realmente existam e, caso existam, estariam longe de estar prontamente disponíveis para mineração e processamento. A ideia de que os americanos poderiam extrair enormes lucros dessa transação é, portanto, altamente questionável.

Ainda assim, essa nem era a principal preocupação de Zelensky. O que realmente o enfureceu não foram as questões legais ou geológicas, mas sim o que não estava no documento. Não havia absolutamente nenhuma menção a qualquer garantia de segurança!

A questão mineral, que ele mesmo havia levantado, era para ser um suborno — um trunfo para obter dos EUA um compromisso irrevogável com a Ucrânia e sua guerra, prendendo os americanos a um conflito inevitável com a Rússia. Todo o esquema elaborado tinha exclusivamente esse propósito.

Mas o que ele recebeu foi um acordo pelo qual os americanos embolsariam o suborno… sem dar nada em troca. Furioso, Zelensky decidiu ir a Washington e criar um escândalo tão grande que Donald Trump finalmente entenderia com quem estava lidando.

E assim chegamos ao contexto dos eventos que se seguiram. Parte da imprensa ocidental tentou acusar Trump e Vance de armar uma “emboscada” para o presidente ucraniano — especialmente, apontando para Vance como o responsável por provocar deliberadamente o escândalo.

No entanto, basta assistir aos vídeos disponíveis para perceber que a fonte da agressão não foram os americanos, mas sim Volodymyr Oleksandrovych Zelensky em pessoa.

Desde o início, Zelensky partiu para a ofensiva, seguindo o princípio de que o ataque é a melhor forma de defesa. E decidiu fazê-lo não nos bastidores, em uma conversa reservada com Trump, mas diante das câmeras de televisão — ou seja, perante milhões de espectadores americanos atônitos.

Ele sabia perfeitamente, antes mesmo de desembarcar em Washington, que o texto do acordo não estava aberto para negociação. Tudo já havia sido discutido, fechado e, mais importante, aprovado pelo próprio Zelensky. Não havia espaço para mudanças ou emendas. As cópias estavam impressas, as canetas preparadas. Restava apenas um pequeno detalhe: as assinaturas.

Ainda assim, ignorando completamente esse fato, ele voltou a exigir garantias de segurança diante das câmeras, acompanhando suas exigências com comentários que rapidamente irritaram seus anfitriões — a ponto de levá-los a explodir. Dizem que essa foi a primeira e única vez que Donald Trump perdeu a paciência publicamente com um líder estrangeiro. Foi, sem dúvida, um espetáculo memorável.

Muitas pessoas que assistiram ao incidente declararam estar em choque. Outras — incluindo eu — acharam o episódio bastante divertido, embora as implicações fossem seríssimas.

Um amigo meu, depois de ver a cena no Salão Oval, comentou:
“Eu não conseguia parar de rir. Mas há algo muito sério nisso. Milhões de pessoas que assistiram a esse confronto aprenderam muito mais sobre a situação real do que jamais aprenderam com a chamada imprensa livre nos últimos três anos.”

Ele tem razão. Quando, no calor da discussão, Trump acusou Zelensky de apostar na Terceira Guerra Mundial, estava apenas dizendo o óbvio. O presidente ucraniano tem jogado esse jogo sistematicamente, com o apoio irrestrito de Joseph Biden e de seu secretário de Estado belicista, Anthony Blinken. Se o plano não deu certo, foi única e exclusivamente por conta da moderação demonstrada pelos russos.

Aliás, mesmo agora, com a Ucrânia à beira da derrota, Zelensky continua insistindo no mesmo blefe. Para usar a analogia de jogo favorita de Trump, essa é a última carta que lhe resta na mesa.

Não há necessidade de entrar em mais detalhes, já que as imagens do confronto foram reproduzidas exaustivamente. Basta dizer que o episódio provocou uma ruptura grave — possivelmente irreversível — entre os EUA e a Ucrânia. O impacto internacional também foi colossal, especialmente na Europa, onde deixou os líderes cambaleando em estado de choque e descrença.

Agora, há tentativas desesperadas de salvar o que for possível dos destroços. Mas isso é muito mais fácil de dizer do que fazer.

Logo após o tumulto no Salão Oval, o líder ucraniano apareceu nos estúdios da Fox para mais uma entrevista. Sem dúvida, torceram seu braço para que tentasse remediar o erro colossal de confrontar publicamente o homem na Casa Branca. Mas Zelensky, excessivamente convencido de sua própria importância, arrogante e egocêntrico, simplesmente não consegue admitir um erro — e, como era de se esperar, só conseguiu agravar ainda mais a situação.

Questionado repetidamente se devia um pedido de desculpas ao presidente, ele esquivou-se da pergunta com habilidade, limitando-se a declarações genéricas como: “Eu respeito o presidente e respeito o povo dos EUA.”

Aparentemente, expressões como “sinto muito” não fazem parte de seu vocabulário — já bastante limitado.

Pior ainda, ele parece acreditar que agiu corretamente ao falar como falou. Em sua defesa, afirmou: “Acho que temos que ser muito abertos e muito honestos, e não tenho certeza de que tenhamos feito algo ruim.”

Mais tarde, admitiu que o incidente “não foi bom”, mas manteve-se otimista de que sua relação com Trump poderia ser salva: “Só quero ser honesto e quero que nossos parceiros entendam a situação corretamente e quero entender tudo corretamente. Isso é sobre nós, e não sobre perder nossa amizade.”

Um sentimento nobre, sem dúvida. Mas extremamente ingênuo quando se trata de Donald J. Trump — um homem notoriamente alérgico a ser contrariado e pouco inclinado a perdoar até mesmo os críticos mais francos e honestos. E é ainda mais improvável que ele se impressione com um indivíduo escorregadio e manipulador como Zelensky, cuja suposta franqueza e honestidade lembram mais as de um vendedor de carros usados de reputação duvidosa.

Este confronto público marca o início do fim para Zelensky, um homem que claramente se perdeu na própria grandiosidade. Durante anos, ele se acostumou a ser bajulado de todos os lados, aplaudido em Parlamentos, Senados e até no gabinete britânico, como se fosse uma espécie de visionário intocável.

Isso lhe deu uma sensação inflada de poder, razão pela qual acredita ter o direito de fazer as exigências mais absurdas aos governos ocidentais e esperar que elas sejam atendidas imediatamente e sem questionamentos.

Ele conseguiu extrair enormes quantias de dinheiro, das quais grandes somas estão desaparecidas e que, sem dúvida, acabaram nas contas bancárias de funcionários e oligarcas corruptos.

Não é de espantar que o Sr. Zelensky esteja tão ansioso para continuar a guerra, pela qual é recompensado com tamanha generosidade. Mas, para milhões de ucranianos que sofrem desnecessariamente em um conflito sem sentido, as únicas recompensas são a morte de filhos, irmãos e pais, a destruição de seus lares e, por fim, a devastação de sua própria pátria.

Certa vez, um tenente-coronel americano aposentado foi questionado se era concebível que os russos pudessem perder a guerra. Ele respondeu laconicamente que isso só poderia acontecer em uma única circunstância: se, certa manhã, os russos acordassem e tivessem esquecido como andar. Ele não dignificou a pergunta com mais respostas.

A Rússia venceu. E isso terá consequências importantes. Agora, a Rússia surge como uma potência mundial relevante. No passado recente, costumávamos caracterizá-la como uma potência regional. Essa definição agora se revela completamente inadequada. Na verdade, é duvidoso que já tenha sido correta.

A Rússia é claramente uma potência global, ao lado dos EUA e da China. Trump compreendeu isso e está agindo de acordo. Agora, finalmente, pelo menos alguns dos estrategistas burgueses mais perspicazes da Europa também entenderam.

O Financial Times de 26 de fevereiro de 2025 publicou um artigo repleto de lamentos de Martin Wolf, que, sob o marcante título “Os EUA são agora o inimigo do Ocidente”, concluía:

“Estas últimas duas semanas deixaram duas coisas claras. A primeira é que os EUA decidiram abandonar o papel que assumiram no mundo durante a Segunda Guerra Mundial. Com Trump de volta à Casa Branca, optaram por se tornar apenas mais uma grande potência, indiferente a qualquer coisa que não sejam seus próprios interesses de curto prazo, em especial os materiais.”

Isso está correto. E Trump tirou as conclusões necessárias. É claro que, em qualquer guerra, haverá reveses e mudanças de sorte no campo de batalha, e esta não é uma exceção. Mas, em última instância, o equilíbrio de forças era muito desigual. A Rússia era poderosa demais para não prevalecer no final.

O que foi realmente notável nesta guerra foi o papel da mídia de massa. Desde o início, as páginas da imprensa ocidental estiveram repletas de relatos sobre vitórias ucranianas e derrotas esmagadoras da Rússia — algumas verdadeiras, muitas falsas e todas absurdamente exageradas para criar uma impressão totalmente distorcida. A cobertura realista dos acontecimentos nos campos de batalha era praticamente inexistente.

O público ocidental foi alimentado com um fluxo constante de relatos unilaterais e enganosos, inventados em Kiev. Isso continua a ocorrer até o presente momento, embora, cada vez mais, uma vaga sensação de realidade esteja começando a se infiltrar através da densa névoa da propaganda.

Uma das alegações mais frequentes (repetida ocasionalmente até hoje) era que o avanço russo era tão lento, conquistando apenas esta ou aquela aldeia, que o conflito teria resultado em pouco mais do que um impasse. Segundo essa narrativa, os russos não foram capazes de tomar uma única cidade importante. Mas isso nada tem a ver com a questão central.

Logo no início da guerra, citei uma passagem importante do famoso clássico de Clausewitz, Da Guerra, na qual o grande estrategista prussiano destacava que o propósito da guerra não é conquistar territórios ou cidades, mas sim destruir as forças inimigas. Uma vez alcançado esse objetivo, a vitória está garantida por razões óbvias.

Essa estratégia tem sido sistematicamente perseguida pelo exército russo, com resultados devastadores. As forças ucranianas foram dizimadas a ponto de uma recuperação se tornar impossível. Os russos conquistaram uma superioridade esmagadora, tanto em efetivo quanto em armamentos, tornando a resistência ucraniana cada vez mais difícil.

Até mesmo veículos da mídia pró-ucraniana no Ocidente publicaram artigos que retratam o estado desmoralizado dos soldados ucranianos na linha de frente. Houve uma onda de deserções, motins e recusas a lutar por uma causa que está claramente perdida.

Os soldados ucranianos reclamam da falta de armas, equipamentos e munições. Mas o problema mais grave é a escassez de mão de obra. Se, no início da guerra, os homens faziam fila para se alistar no exército, agora tornou-se praticamente impossível encontrar recrutas dispostos a servir como bucha de canhão.

O exército russo avança implacavelmente em direção às fronteiras do Donbass e, de lá, rumo ao rio Dnieper (Dnipro). Nesse ponto, haverá pouco para impedi-los de seguir para o oeste. A guerra terá sido definitivamente perdida.

Esse é o fator decisivo na equação que determina todo o restante. E, independentemente do que possa ser decidido no Ocidente, nada pode ser feito agora para mudar o desfecho.

De um ponto de vista racional, a única saída para esse impasse seria os ucranianos entrarem em negociações com os russos, com o objetivo de salvar o que for possível dos destroços causados por esse conflito criminoso e desnecessário.

É uma dura realidade da guerra — mas uma realidade, ainda assim, que deve ser aceita — que os vencedores ditarão os termos aos vencidos. Ao prolongar o conflito muito além do momento em que ele já havia perdido qualquer significado, a camarilha de Zelensky acabou criando exatamente essa situação. Esse é um resultado inteiramente de sua própria responsabilidade.

Agora, eles terão de engolir a pílula amarga e aceitar quaisquer termos que Moscou esteja disposta a oferecer. Ao prolongar a guerra mesmo agora, sabendo muito bem que ela está fadada ao fracasso, tudo o que conseguirão será o massacre desnecessário de um grande número de jovens, agravando ainda mais a já terrível catástrofe demográfica da Ucrânia.

O desfecho final pode muito bem ser o desaparecimento completo da Ucrânia como Estado-nação. Essa é a consequência desastrosa das ações do nacionalismo ucraniano reacionário e de seus apoiadores imperialistas. No entanto, há aqueles no Ocidente que persistirão em tentar prolongar esse massacre insano, sem fim à vista. Isso nos leva aos objetivos de guerra dos europeus.

Os europeus têm desempenhado um papel criminoso em toda essa situação. Quando a guerra estourou no início de 2022, alguns líderes europeus, como Macron e Olaf Scholz, mostraram-se altamente céticos. No entanto, acabaram concordando com o projeto de Biden.

Outros, como Boris Johnson e os líderes nórdicos e bálticos, estavam exultantes. Ficaram tão entusiasmados que pareciam saltar de alegria com essa perspectiva. E todos estavam absolutamente convencidos de que a Rússia logo seria posta de joelhos por uma combinação de armas sofisticadas dos EUA e sanções econômicas sem precedentes.

Planejavam inundar a Ucrânia com armamento moderno. Cada novo envio de armas era anunciado como uma “virada de jogo”. Isso acabou se revelando uma piada de muito mau gosto, embora seja verdade que muitas pessoas foram enganadas por essa ilusão. Mas para qualquer um que tivesse olhos para ver, era evidente desde o início: a Ucrânia jamais poderia vencer essa guerra. Era uma impossibilidade física.

Isso torna ainda mais cínica a oposição dos europeus à proposta de negociação de paz de Trump. Os líderes europeus e Zelensky estão decididos a continuar a destruição da Ucrânia e o sacrifício de seu povo apenas para prender Trump e os EUA aos seus próprios interesses mesquinhos.

Desde a eleição de Donald Trump, o mundo ocidental tem sido abalado até o âmago por um revés após o outro no traiçoeiro campo da diplomacia.

Inicialmente, tentaram se confortar com a ilusão de que a situação não era tão ruim quanto poderia parecer. Certamente, uma vez instalado com segurança na Casa Branca, Trump começaria a agir de maneira mais racional. Sob a pressão da opinião pública hostil (leia-se: o Partido Democrata) e da imprensa livre (leia-se: a imprensa bilionária controlada pelo Partido Democrata e seus apoiadores), ele abandonaria suas ideias extravagantes e se acomodaria ao papel de um político burguês convencional.

Mas, uma a uma, essas ilusões evaporaram como bolhas de sabão ao vento. Gradualmente, a verdade começou a emergir no establishment, tanto nos EUA quanto na Europa: as coisas estavam mudando de forma drástica. Para usar a expressão colorida de JD Vance: “há um novo xerife na cidade!”

Isso foi ecoado no artigo de Martin Wolff mencionado anteriormente:

“O secretário de Defesa de Donald Trump, Pete Hegseth, (…) disse aos europeus que agora estavam por conta própria. A América passou a se preocupar prioritariamente com suas próprias fronteiras e com a China. Em suma: ‘Salvaguardar a segurança europeia deve ser um imperativo para os membros europeus da OTAN. Como parte disso, a Europa deve fornecer a maior parte da ajuda letal e não letal futura à Ucrânia.’”

O que vimos no Salão Oval não foi apenas um confronto tenso entre dois indivíduos imprevisíveis. Foi nada menos que a derrocada de toda a ordem mundial vigente desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Isso fez soar alarmes nos corredores do poder por toda a Europa. A aliança ocidental está rapidamente se desintegrando diante de seus olhos, e os líderes europeus lutam para juntar os cacos.

Tudo indica que a antiga ordem, na qual a segurança da Europa era garantida pelo poderio militar dos EUA, desapareceu para sempre. Os europeus terão agora que aceitar essa dura realidade e aprender a conviver com o fato de que, para os americanos, a Europa já não ocupa o mesmo lugar central em seus interesses como antes.

Isso não é pouca coisa. Representa uma mudança fundamental em toda a estrutura das relações internacionais. E consequências muito sérias advirão desse fato. Wolff afirma que os EUA deixaram de ser aliados da Europa e passaram a ser seus inimigos. Foi uma colocação bastante incisiva. No entanto, isso é algo que Starmer não compreende. Tanto ele quanto todo o establishment político britânico vivem no passado. Eles realmente acreditam que a Grã-Bretanha ainda é uma potência global, como era há cem anos.

Essas senhoras e senhores são tão obtusos que não percebem que suas propostas patéticas a Trump não têm qualquer valor real. Quando analisamos cuidadosamente as declarações de Trump, torna-se evidente que tanto Starmer quanto Macron voltaram de mãos vazias. Trump não lhes prometeu absolutamente nada – pelo menos na questão essencial: as garantias dos EUA para uma suposta força de manutenção da paz europeia na Ucrânia.

Mesmo agora, nesta fase tardia, quando todos sabem que a Ucrânia perdeu a guerra, os ineptos líderes europeus permanecem em estado de negação. Logo após a desastrosa disputa acalorada entre Trump e Zelensky, apressaram-se em demonstrar seu total apoio ao presidente ucraniano, convidando-o para uma chamada conferência de paz em Londres.

Os resultados da conferência foram previsíveis: as habituais declarações vazias de solidariedade à Ucrânia, acompanhadas de promessas de assistência econômica e militar que eles certamente sabem que não poderão cumprir. Acima de tudo, repetem como uma ladainha sem sentido a retórica inútil sobre a força de manutenção da paz europeia, que supostamente será organizada pela chamada “coalizão dos dispostos”.

Eles sequer falam em nome da Europa, já que o continente não está unificado nessa questão. Tampouco podem dar um único passo nessa direção sem a participação efetiva dos americanos, que já deixaram claro várias vezes que não apoiam essa ideia. Apesar disso, Starmer insiste que pretende voltar a Washington para tentar mais uma vez defender sua posição. É improvável que tenha sucesso e, nesse caso, toda essa ilusão desmoronará.

Por seus próprios interesses egoístas, os governantes europeus se esforçam para prolongar a sangrenta guerra na Ucrânia e, se possível, arrastar os americanos para o conflito. Hipocritamente, apresentam-se como os “amigos” da Ucrânia, enquanto seguem uma política que, além de altamente prejudicial ao povo ucraniano, não possui substância real.

Apesar de todas as promessas infladas feitas a Kiev, os governos europeus não estão em posição de intervir e fornecer os enormes montantes financeiros necessários para sustentar a guerra, tampouco para preencher a lacuna deixada por uma retirada americana.

Mesmo que concordassem e entregassem tudo o que propõem — mais dinheiro, mais armas, os chamados pacificadores —, o que não acontecerá, isso não mudaria nem poderia mudar o desfecho da guerra. No máximo, poderia apenas adiar o inevitável por alguns meses. Nada mais.

Ao alimentar falsas esperanças nos ucranianos, com promessas de suprimentos ilimitados de dinheiro e armas para continuar a guerra, os líderes europeus estão empurrando a Ucrânia cada vez mais para o abismo. Com “amigos” assim, o povo ucraniano realmente não precisa de inimigos.

TRADUÇÃO DE FABIANO LEITE.