O capitalismo começa a penetrar Cuba com sede. É o que demonstrou o sétimo congresso do Partido Comunista, que aconteceu em abril deste ano.
O capitalismo começa a penetrar Cuba com sede. É o que demonstrou o sétimo congresso do Partido Comunista, que aconteceu em abril deste ano. Sob o manto de fortalecimento do socialismo no país, os documentos aprovados pedem o reconhecimento do mercado capitalista, a liberação da propriedade privada e o enxugamento do aparato de estado, principalmente por meio de concessões das empresas estatais à exploração privada.
Um mês antes da realização do congresso, o presidente americano Barack Obama foi recebido entusiasticamente em Cuba. Diz-se que o restabelecimento de relações entre os dois países é um reconhecimento da derrota da política imperialista contra a ilha. Isso é verdade. Ocorre que o objetivo dos EUA continua o mesmo: restaurar o capitalismo em Cuba, mas agora com a arma do mercado.
O governo cubano, também prepara leis para proteger o mercado, dando garantias aos investimentos. Por outro lado, afirma que serão fortalecidos os valores socialistas. No entanto, é a base material que dita a consciência e não o contrário. O mercado vai oferecer novas possibilidades a uma economia estancada, que não pôde desenvolver suas forças produtivas devido ao isolamento da revolução. Ao mesmo tempo irá gerar ilusões e uma dinâmica de consumo ainda não conhecida pela ilha. Na verdade, porém, o povo cubano será submetido a uma forte exploração, em troca de um ínfimo retorno. A perda do controle sobre as estatais, hoje responsáveis por 80% do PIB, irá se reverter no desmonte dos serviços sociais.
Preparam-se grandes choques em Cuba. Já existem pequenos núcleos, nascidos principalmente nas universidades, que mantém uma atitude muito crítica, entre eles a Red de Jóvenes Anticapitalistas. A introdução do capital imperialista na ilha vai gerar grandes lutas e a juventude jogará um papel de destaque. A questão é clara: ou introduzir o capitalismo de maneira controlada – o que leva inevitavelmente à destruição das conquistas da revolução – ou dirigir-se à democracia operária e ao internacionalismo proletário.