“Na luta pelas reivindicações parciais e transitórias, os operários precisam hoje, mais do que nunca, de organizações de massas, antes de tudo de sindicatos.” (Trotsky)
A OCI em Joinville impulsiona a Chapa 3 – Reorganiza Sinsej – na disputa pela direção do sindicato dos servidores públicos da cidade. A luta por sindicatos independentes e combativos é essencial no caminho para a emancipação dos trabalhadores e para a transformação social. Os comunistas devem ser os mais resolutos em cada combate da classe trabalhadora, incluindo a disputa pela direção política de suas entidades representativas.
Nesta eleição, estamos construindo um debate fraterno e concreto com os trabalhadores sobre as condições de trabalho, as perdas de direitos nos últimos anos e, principalmente, a destruição da organização sindical no país e na própria entidade. Nosso objetivo é evidenciar a relação direta entre a direção das entidades de classe, os direitos dos trabalhadores e a conjuntura nacional e mundial, demonstrando a necessidade da organização da classe trabalhadora e o papel fundamental de uma direção revolucionária.
Nos dias 13 e 14, participaremos mais uma vez da disputa por um sindicato que, sob duas gestões da Corrente O Trabalho (OT) do PT, foi desmontado. Além da Chapa 1 – OT, outras duas chapas ligadas à ala majoritária do PT nacional também concorrem. Essas candidaturas, no entanto, representam um racha da última gestão, dividindo-se em três, mas sustentando, no essencial, a mesma política.

A OCI esteve à frente do Sinsej por nove anos, ao longo de três gestões. Em 2010, conquistamos a direção do sindicato, retirando-o das mãos da direita, que o controlava havia mais de uma década. Durante esse período, fortalecemos significativamente a organização sindical e garantimos conquistas históricas.
Destacamos aqui apenas algumas das vitórias que agigantaram a entidade nas gestões da OCI, pois são bandeiras históricas da luta dos trabalhadores no Brasil e no mundo:
- Democracia dos trabalhadores: criação do Conselho de Representantes por Local de Trabalho;
- Linha política em congresso: Instituição do Congresso do Sinsej com tiragem de delegados com representação proporcional em cada local de trabalho;
- Unidade Sindical: Ampliação da base para Garuva e Itapoá;
- Redução da jornada de trabalho sem redução de salário: redução da jornada dos Agentes Administrativos escolares para 30 horas (a partir de agosto de 2015);
- Isonomia entre os servidores: Plano de carreira para os ACSs, até 2014 não eram reconhecidos como servidores públicos de Joinville;
- Seminário sobre Liberdade e Independência Sindical: Em 2017, realizamos um seminário nacional sobre Liberdade e Independência sindical com o intuito de elevar o debate sobre o papel e a construção de sindicatos livres e independentes;
- É preciso organizar a luta nacional: Depois de um debate profundo com a categoria, refiliamos o sindicato à CUT, entendendo que a unidade nacional dos trabalhadores é fundamental.
- Filiação massiva: campanha de filiação permanente.
- Fim do imposto compulsório – devolvemos o Imposto Sindical e fizemos campanha contra qualquer imposto compulsório; o sindicato deve se sustentar de forma independente do Estado e do patrão.
Além disso, enfrentamos governos e arrancamos vitórias com greves memoráveis, como a de 40 dias em 2011, e organizamos um verdadeiro sindicato de trabalhadores, chegando à marca histórica de 7 mil filiados na categoria, atingindo mais de 60% da categoria, tamanha era a confiança dos trabalhadores. Esse nível de organização, transformado em mobilização, foi essencial para barrar ataques e assegurar avanços, elevando a consciência coletiva da categoria e tornando o Sinsej uma referência de luta na cidade e no estado.
No entanto, sob a gestão da OT, muitos desses avanços foram desmantelados. O Conselho de Representantes, por exemplo, foi praticamente abandonado ou transformado em mero homologador de decisões da diretoria, sem debate real com a base e sem a devida eleição anual de representantes por local de trabalho. Além disso, a extensão da base para Garuva e Itapoá foi encerrada sob a justificativa reacionária de que a carta sindical impedia a inclusão desses trabalhadores. Isso resultou na divisão da categoria e na criação de um novo sindicato em Itapoá, evidenciando o abandono da luta pela unidade e liberdade sindical.
A consequência desse retrocesso foi uma desfiliação massiva. Hoje, o Sinsej conta com pouco mais de 4 mil filiados em um universo de mais de 13 mil servidores. Enquanto o governo Adriano Silva (Novo) aprofunda os ataques à categoria e avança com a privatização, a direção do sindicato permanece desorganizando e incapaz de mobilizar os trabalhadores.
A construção de um sindicato forte e combativo é uma tarefa revolucionária. Como explicou Trotsky, os revolucionários devem estar na linha de frente de todas as batalhas, inclusive das reivindicações mais modestas, pois é na luta que a consciência de classe se eleva. Defendemos cotidianamente a liberdade e a independência sindical, combatendo tanto a interferência patronal nos locais de trabalho quanto o aparelhamento sindical pelo Estado.
Estamos nessa disputa porque acreditamos que nossa chapa, composta por militantes e simpatizantes da nossa política, pode reorganizar a luta dos servidores de Joinville e fazer do Sinsej, mais uma vez, um ponto de referência e apoio para a classe trabalhadora.