Michel Temer expôs a hipocrisia dos políticos burgueses, ao afirmar que não receia falar seus planos, já que supostamente não irá disputar novas eleições.
Durante a realização do Fórum Global do Agronegócio, o presidente Michel Temer disse a ruralistas e membros de cartéis da soja, milho, entre outros, que não teme adotar medidas impopulares. “E as pessoas me perguntam: mas você não teme propor medidas impopulares? Disse, não, meu objetivo não é eleitoral”.
Mais sincero, impossível. Ele não se importa em governar contra o povo. Ele nem se importa em enganar o povo porque, afinal, o objetivo não é eleitoral, ou seja, não precisará pedir votos, como fazem todos os candidatos burgueses e reformistas do capital: enganam o povo para se elegerem.
Por isso que esse governo ilegítimo nunca decolou, nem vai decolar nas pesquisas de opinião. Devido isso, o povo continua nutrindo um ódio contra as autoridades e instituições políticas do país.
Porém, Temer só fala isso da boca pra fora.Como algo que ele deseja fazer, mas não consegue, porque sempre que enfrentado com a resistência popular, ele volta atrás. O exemplo mais recente, foi na questão do reajuste salarial dos servidores federais. Na ânsia de cortar gastos, o governo iria romper o acordo assinado entre os sindicatos e o governo Dilma de reajuste escalonado em três anos – que já tinha sido um tiro no pé dos trabalhadores, pois eram acordos que sequer repunham a inflação acumulada. Porém, teve que manter a mesma linha: “se não fizéssemos aquele acordo em níveis abaixo da inflação, corríamos o risco de ter greve nos setores essenciais”. Temer teve medo de que uma greve geral do funcionalismo colocasse esses acordos rebaixados em xeque.
Artigo publicado na edição 92 do jornal Foice&Martelo, de 20 julho de 2016.