Adilson Mariano permanece como vereador em Joinville, por decisão judicial contra o PT

Nota do vereador da Esquerda Marxista Adilson Mariano sobre o resultado da ação contra seu mandato, apresentada pelo PT.

Nota Oficial do Mandato do Vereador Adilson Mariano – Esquerda Marxista

Trabalhadores e juventude mantêm seu mandato na Câmara de Vereadores de Joinville

No dia 11 de maio de 2016 o Tribunal Regional Eleitoral decidiu, por maioria de votos, que o vereador Adilson Mariano mantém seu mandato na Câmara de Vereadores de Joinville.

A ação foi proposta pelo vereador, em agosto de 2015, para garantir o direito de sair do partido sem colocar em risco seu mandato. O Partido dos Trabalhadores, também propôs ação pedindo o mandato do vereador Adilson Mariano, porém foi vencido.

Esta vitória tem um importante significado de classe. Há 15 anos o mandato de Adilson Mariano tem sido um ponto de apoio para os trabalhadores e para a juventude dentro do parlamento de Joinville. Por ali passaram a defesa incondicional de operários cujas fábricas estavam quebrando, do passe-livre estudantil e da tarifa zero no transporte, da ocupação da Cipla e Interfibra pelos trabalhadores, do direito ao trabalho dos ambulantes, das reivindicações de milhares de moradores por melhores condições de infraestrutura em seus bairros, dos direitos dos servidores públicos municipais e estaduais, dos jovens que lutam por ensino público de qualidade, do atendimento de saúde na cidade, do direito à moradia, entre inúmeras outras questões. Este trabalho nunca falhou um dia e irá continuar.

A desfiliação de Mariano ocorreu por justa causa, por conta do profundo distanciamento que o PT tomou de seu programa original, bem como do abandono latente de sua carta de princípios. Ainda há possibilidade de recurso por parte do partido, mas continuaremos a defesa no campo jurídico e nas ruas.

Mariano esteve filiado ao PT por 25 anos, sempre combatendo para que o partido cumprisse sua missão histórica de ajudar os trabalhadores a construírem uma sociedade livre, justa, solidária e socialista. O PT que ele ajudou a construir, ao lado de tantos outros homens e mulheres honestos e lutadores do povo, nasceu contestando o sistema socioeconômico de exploração de uma classe pela outra, criticando a prática eleitoreira, clientelista e populista ainda presente na forma de fazer política partidária no Brasil.

No entanto, o PT das origens está definitivamente sepultado. A direção majoritária do partido abandonou seu Manifesto de Fundação, sua Carta de Princípios e optou por uma tática política que se confronta diretamente com as ideias sob as quais o PT foi fundado. Em nome da “governabilidade”, os dirigentes do PT preferiram abandonar os trabalhadores, os sindicatos, os movimentos sociais e fazer alianças com os representantes da burguesia (PMDB de Cunha e Renan, o PP de Maluf, Sarney e Collor). Fizeram prevalecer um projeto econômico e político conservador, o que se revelou uma grande armadilha e levou o partido à situação atual de ampla desmoralização. O principal “aliado para a governabilidade”, o PMDB, por meio do vice Michel Temer, acaba de orquestrar o impedimento da presidente Dilma.

Tudo isso representou um grande golpe para a classe trabalhadora e para juventude, sobretudo entre a geração de pessoas que alimentou estes sonhos de mudança, e base social original do PT afasta-se.

Não havia mais espaços para exercer um mandato operário, popular e socialista como o do vereador Adilson Mariano dentro de um partido cujo governo promoveu um verdadeiro estelionato eleitoral após ganhar novamente a presidência em 2014. Dilma elegeu-se dizendo que não mexeria em direitos trabalhistas “nem que a vaca tussa”, mas aplicou o programa político dos que foram derrotados, começando com a nomeação de ministros de direita e promulgação das Medidas Provisórias 664 e 665, que atacavam diretamente direitos dos trabalhadores e previdenciários.

Meses após sair do PT, Mariano decidiu juntamente sua organização política, a Esquerda Marxista, filiar-se ao PSOL. Acreditamos que esse partido pode ocupar o vácuo deixado pelo PT no movimento operário e social devido ao crescimento que tem apresentado no último período entres os jovens e trabalhadores.

A respeito do impeachment, o mandato de Mariano esteve nas ruas, combatendo-o. Não porque defende todas estas medidas do governo, mas por acreditar que as instituições brasileiras e os partidos que orquestraram a queda de Dilma são podres, corruptos e não representam os interesses do povo trabalhador e da juventude. Apenas estes têm o direito de derrubar qualquer governo que não atenda às suas reivindicações.

Agora mais do que nunca, com mais de 50 projetos de lei que atacam os trabalhadores tramitando na Câmara dos Deputados, a classe trabalhadora precisa se unificar com o apoio da juventude e ocupar seu lugar nas ruas. O mandato de Adilson Mariano continua junto, na defesa incondicional dos que desejam lutar por um mundo melhor.

Seguimos em frente confiando na força e na vontade de luta da classe trabalhadora, da juventude, dos oprimidos e explorados, na construção de uma sociedade justa, fraterna e socialista.

20/05/2016