Exigindo que Lula proíba as demissões imediatamente através de uma Medida Provisória, a CUT deve começar a fazer a discussão na base, em cada local de trabalho, em preparação ao seu Congresso Nacional, construindo as condições para a Greve Geral!
Os capitalistas querem jogar a conta dessa brutal crise econômica nas costas da classe trabalhadora, retirando direitos trabalhistas e jogando milhões no desemprego. Já são quase 1 milhão de trabalhadores demitidos desde novembro de 2008. A “marolinha” chegou e suas vítimas são proporcionais a um tsunami.
Em dezembro de 2008 a direção nacional ampliada da CUT se reuniu após a Marcha das Centrais Sindicais. No centro dos debates estava a crise e que nós, classe trabalhadora, não iríamos pagar por ela. Muito bem. Mas quais seriam as propostas concretas, as reivindicações ao governo, para que os trabalhadores não fossem prejudicados pela crise?
Eu, como militante operário da Esquerda Marxista, fiz uma proposta: uma campanha para que Lula baixe uma medida provisória (MP) que proíba qualquer demissão e que a empresa que demitir deva ser estatizada. No entanto, a maioria da direção da CUT não quis aprovar essa campanha e jogou a discussão para a Executiva Nacional da central. Infelizmente não estamos na Executiva e a proposta foi esquecida. Enquanto isso, as demissões continuaram avançando.
Desde lá foram 102 mil vagas a menos só em janeiro, a demissão de 4.270 trabalhadores da Embraer em fevereiro. O ministro do trabalho e emprego, Carlos Lupi, comemorou o saldo positivo no número de empregos em fevereiro, mas ele se esqueceu de analisar de perto os números e explicar que apesar de ter havido um crescimento nos setores de comércio, serviços, agropecuária e administração pública, o número de empregados na indústria diminuiu: foram 53 mil vagas a menos no setor industrial.
A crise avança e temos que dar uma resposta agora! A mobilização unificada no dia 30/03 foi um começo (ver mais no artigo de Caio Dezorzi), mas é preciso mais, é preciso organizar desde a base os trabalhadores para construir uma poderosa greve geral. Na França foi dado o exemplo, greve geral com 3 milhões nas ruas. É isso que a CUT deve se jogar a construir no Brasil.
Passou da hora da proposta que fizemos em Dezembro ser colocada em prática. Uma intensa campanha para cobrar de Lula uma MP contra as demissões. Se a direção da entidade não quer levá-la à frente, vamos defender a proposta em cada Congresso Estadual da CUT, para ser aprovada pelo 10º Congresso Nacional da entidade. A CUT é a maior central do país, que os trabalhadores reconhecem como seu instrumento de luta, se sua direção se coloca a mobilizar os trabalhadores, com propostas concretas, sem dúvida, esse gigante que é o proletariado brasileiro vai despertar e ir pra cima da burguesia.
A CUT precisa cobrar de Lula que rompa com os capitalistas e atenda as reivindicações dos trabalhadores. As bondades para os empresários e banqueiros são anunciadas dia a dia. Não elegemos Lula para resguardar o sagrado direito dos poderosos manterem seus lucros, Lula foi eleito para melhorar a qualidade de vida do povo trabalhador, o que é impossível de ser realizado com uma massa crescente de desempregados.
Batalhando contra as demissões, explicaremos pacientemente que a única saída que nos interessa nessa crise, é a transformação de toda a sociedade. A crise é própria do capitalismo e é contra esse sistema apodrecido que temos que lutar, abrindo as portas para uma sociedade sem exploração e sem miséria. Uma sociedade socialista!