Na última terça-feira (26/04) a Terceira Corte Federal de Apelações dos EUA ordenou a revisão da pena de morte sentenciada à Mumia Abu-Jamal. De acordo com a decisão da corte: “O estado da Pensilvânia deverá organizar a realização de novas audiências nos próximos 180 dias”.
Desde 2008, a pena de morte de Abu-Jamal está suspensa. A revisão da sentença pode afastar definitivamente a ameaça de pena de morte. Por outro lado, a condenação não será revista, mantendo assim, de qualquer forma, a prisão perpétua.
Mumia Abu-Jamal, cujo nome de batismo é Wesley Cook, foi militante dos Panteras Negras. Formado em jornalismo, trabalhou como locutor em rádios comunitárias nos anos 70, denunciando constantemente a violência policial – em particular, as de natureza racista – e os dramas diários da população pobre. Por conta disso, foi diversas vezes ameaçado por policiais e autoridades.
Em 1981 ele é preso pelo suposto assassinato de um policial que espancava o seu irmão, Willian Cook. Mumia nega ter matado o policial. Em 1982 ocorre o julgamento, é utilizado como argumento para sua condenação as investigações do FBI, com mais de 600 páginas, sobre suas atividades como militante do movimento negro. Ao final, é condenado à pena de morte. São, portanto, 29 anos no corredor da morte.
Muitas organizações, movimentos e personalidades se mobilizaram durante esses anos para impedir a execução de Mumia Abu-Jamal. Só o fato de ele continuar vivo significa uma vitória da pressão vinda de diversas partes do mundo contra esse caso emblemático de perseguição política. A decisão da corte dos EUA é um passo adiante, mas de forma alguma suficiente. A luta prossegue pela definitiva anulação da condenação de Mumia Abu-Jamal e sua imediata libertação!