A crise do capitalismo e a pandemia do coronavírus assolam o mundo, derramando o sangue da classe trabalhadora. Em meio às desgraças, mortes, misérias e ataques diversos, o imperialismo desvela todo seu caráter, explicitando-se como sinônimo da barbárie.
Um exemplo disto vimos na manhã da última quinta-feira (26/3), quando o Estado sionista de Israel promoveu mais uma de suas ações contra vidas na localidade de Khirbet Ibziq, na Cisjordânia, onde há uma ocupação israelense desde 1967 para fins militares, mesmo com o território sendo abrigado por mais de 60% de palestinos.
Por volta das 7h30, oficiais da Administração Civil de Israel na Cisjordânia chegaram com uma escolta militar, uma retroescavadeira e dois caminhões com guindastes para derrubar instalações hospitalares na comunidade do norte do Vale do Jordão.
Os oficiais confiscaram postes e lençóis que deveriam formar oito tendas, sendo duas para uma clínica de campo e quatro para moradias de emergência aos moradores evacuados de suas casas, bem como duas mesquitas improvisadas. Além disso, retiraram um gerador de energia e sacos de areia e cimento. Em conjunto, quatro paletes de blocos de concreto destinados ao piso da barraca foram retirados e outros quatro foram demolidos. Ou seja, toda uma estrutura que seria usada para atendimentos aos trabalhadores palestinos contra o coronavírus, que já infectou mais de 106 pessoas nessas áreas.
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Essa destruição não foi um “caso isolado”, como alguns representantes sionistas podem dizer. São ações recorrentes, além da conhecida prática do assassínio de muçulmanos pelas forças militares de Israel. No mesmo dia, também foram demolidas três casas de agricultores palestinos, residentes de Jerusalém, em uma vila à oeste de Jericó.
Os sionistas, assim, que aparecem na mídia burguesa como exemplo de contenção à disseminação dentro do território oficial, realizam o permanente massacre aos trabalhadores palestinos, como parte de sua política genocida. Escancaram o papel dos Estado-nações e do imperialismo, demonstrando que para a burguesia pouco importa as vidas dos trabalhadores. Lhes interessam somente o avanço de suas fronteiras para a dominação e aumento das taxas de lucros capitalistas, além de descarregar nas costas dos trabalhadores toda a crise do sistema.
Destinam suas forças militares para destruir até mesmo tentativas comunitárias palestinas, como a de Khirbet Ibziq. São áreas das mais vulneráveis da Cisjordânia, que buscavam se organizar para possuir as mínimas condições de saúde contra a pandemia, pois nenhum Estado burguês ou braços da ONU, por exemplo, realizam isso à população.
Esse ato de pôr abaixo uma estrutura de primeiros socorros é um exemplo do que o imperialismo é capaz de fazer contra a humanidade, expondo que toda a retórica que possa ser feita pelas organizações “humanitárias” da burguesia são falaciosas, pois são constituídas por Estados como o de Israel, que opera um verdadeiro extermínio na região.
Tais ações também fazem cair as máscaras dos discursos de “unidade nacional” e “cooperação entre os povos” feitos pelos governantes e a mídia. Assistimos, em todo o mundo, as burguesias conclamando por tais unidades com o suposto intuito de conter a pandemia, mas, na realidade, são tentativas de pôr um freio à crise do capital e a queda de seus lucros, enquanto os trabalhadores ficam expostos à contaminação, disseminação e morte pelo vírus. Isto porque os Estado-nações e os ideais patrióticos não passam de ideologias construídas historicamente pelas classes dominantes, que utilizam-se dessa ferramenta ilusória para barrar a verdadeira unidade entre os trabalhadores de todos os países por sua emancipação: o socialismo.
Portanto, neste momento crítico da história da humanidade, devemos gritar ainda mais alto o lema que Marx e Engels cunharam no Manifesto do Partido Comunista (1848), registrado na bandeira comunista: “Trabalhadores de Todos os Países: Uni-vos”, retirando o véu das ilusões, antes sólidas, mas que agora dissipam-se no ar, pois o capitalismo, com suas crises e pandemias, é um modo de produção internacional, afetando os trabalhadores de todo mundo.
Estamos presenciando a morte de pessoas de nossa classe tanto pela miséria, quanto pelo vírus, enquanto a burguesia apela pela “nação” e faz ataques xenofóbicos, como de Trump e Bolsonaro ao chamarem a pandemia de “vírus chinês”.
Diante disso, Trump, Netanyahu, Bolsonaro, Boris Johnson e todos os representantes da burguesia, escancaram suas práticas e defesas genocidas em todo mundo. Destroem os sistemas públicos de saúde, seja na absurda e desumana ação direta de Netanyahu e do Estado sionista, quanto na privatização e nos cortes de orçamentos, como feito pela Emenda Constitucional 95/2016.
Por isso, apenas a organização revolucionária da classe trabalhadora em todo mundo é capaz de superar a pré-história da humanidade, onde o lucro e o poder da burguesia valem mais que a vida da maioria. Onde casos como relatados em Israel são frequentes e até mesmo naturalizados, fazendo com que mortes de trabalhadores e crianças sejam justificadas pelo imperialismo. Para superar isso, precisamos ter clareza que é preciso lutar pelo Fora Bolsonaro, Trump e Netanyahu.
- Por um governo dos trabalhadores, sem patrões nem generais no Brasil e no Mundo!
- Abaixo o imperialismo!
- O mundo é o meu país!
- Pela Revolução Permanente!
- Trabalhadores de todos os países, uni-vos!
Referências:
B’TSALEM. During the Coronavirus crisis, Israel confiscates tents designated for clinic in the Northen West Bank. Disponível em: <https://www.btselem.org/press_release/20200326_israel_confiscates_clinic_tents_during_coronavirus_crisis>. Acesso em: 30 mar. 2020.
The Palestine Chronicle. Israeli Forces Demolish Emergency Coronavirus Clinic for Palestiniasn. Disponível em: <https://www.palestinechronicle.com/israeli-forcesdemolish-emergency-coronavirus-clinic-for-palestinians/>. Acesso em: 30 mar. 2020.
Esquerda Marxista. Uma visão marxista do conflito Palestina-Israel e a Guerra Imperialista. Disponível em: <https://www.marxismo.org.br/uma-visao-marxista-do-conflito-palestina-israel-e-a-guerra-imperialista/>. Acesso em: 30 mar. 2020.