Em outubro de 1917, os bolcheviques, apoiados pela maioria dos soviets, expressão do apoio da maioria dos trabalhadores russos, tomam o poder das mãos do Governo Provisório, passando assim à construção da República dos Conselhos.
Ao contrário do que relatam as mentiras propagadas por historiadores, a serviço da ideologia burguesa, a ação do dia 25 de outubro, (calendário juliano), a tomada do poder, foi algo mais próximo a uma rendição sem combate, a partir da ação organizada pelo Comitê Militar Revolucionário sob a direção de Leon Trotsky. Nenhuma morte foi registrada no simbólico cerco e tomada do Palácio de Inverno, sede do Governo Provisório.
O verdadeiro morticínio se daria na guerra civil imposta pelo reacionário Exército Branco, apoiado pelas principais potências europeias. Coube a Leon Trotsky a tarefa de construir um novo exército, o Exército Vermelho, a vanguarda armada do proletariado, para fazer a defesa da jovem república revolucionária.
Pressão pela paz
A agitação revolucionária anti-guerra e internacionalista bolchevique, que permitiu o crescimento exponencial do partido após as Jornadas de Julho, acelerou a desagregação do exército czarista diante da situação de carestia e miséria advinda da desastrosa participação russa na Primeira Guerra Mundial. A palavra de ordem “Paz, Pão e Terra” catalisava o anseio das massas proletárias pela saída da Rússia da guerra imperialista, o fim da fome que grassava por todo o país, e terra para os camponeses.
A Revolução de Fevereiro trouxe aos operários e camponeses a compreensão do quanto era absurdo serem enviados ao campo de batalha para defender os interesses do Czar. O Governo Provisório – composto pela social-democracia traidora, pela burguesia liberal e elementos reacionários leais à monarquia – foi incapaz de cumprir as promessas de paz e liberdade. A Revolução de Outubro trouxe nova esperança aos soldados, que em pouco tempo, se converteria em uma enorme pressão das trincheiras pelo fim da guerra.
Os Aliados da Entente, por sua vez não poderiam prescindir do enorme Exército Russo. Apesar de mal equipados e mal comandados, os russos mantinham ocupados os alemães e seus aliados na Frente Oriental, enquanto a Entente começava a lhes impor pesadas derrotas na África e no Ocidente. Desse modo assediavam o governo dos Comissários do Povo, pela manutenção das tropas nas operações, da mesma forma que fizeram com o Governo Provisório de Kerensky.
Trotsky, no exercício das relações exteriores do governo bolchevique, pressionou França e Reino Unido para que iniciassem em bloco o armistício. Porém, sem obter resposta, procurou a Alemanha para dar início as negociações de paz em separado.
A Paz em Brest-Litovsk
Lênin, com sua extraordinária visão política, compreendia que a continuidade da Revolução dependia do cumprimento da tarefa de se alcançar a paz ansiada pelas massas proletárias. Havia naquele momento questões de difícil resposta: O debilitado Império Alemão teria condições de continuar uma guerra com a Rússia? Até que ponto teriam forças para atuar na Frente Ocidental e, ao mesmo tempo, assediar os russos? Qual havia sido o impacto das duas revoluções russas de 1917, nas fileiras dos exércitos das Potências Centrais? Havia um acordo entre as Potências Centrais e os Aliados para derrotar a Revolução de Outubro?
Essas dúvidas, sobre essas questões centrais, alimentavam as diferentes posições dentro do partido sobre como e se deveriam de fato os bolcheviques negociar em separado com os alemães. Lênin era partidário intransigente da paz imediata. Trotsky adotava a posição que poderia se resumir na fórmula “nem paz, nem guerra”, que consistia em estender, o máximo possível as negociações, ampliar a agitação revolucionária nos países beligerantes e ganhar tempo até que as revoluções, nesses países ganhassem força. A terceira fração era a favor da guerra revolucionária, que pretendia acelerar a revolução nos outros países através da guerra (posição centralmente defendida por Bukharin).
Nestas condições, em que nenhuma fração era maioria no Comitê Central, prevaleceu a posição de Trotsky, de “nem paz, nem guerra”. E isto se prolongou por todo um período no início do governo dos soviets.
Os termos que os alemães impunham eram humilhantes e destinados claramente a tornar a paz impossível, o que reforçava a desconfiança de Lênin a respeito de um acordo deles com os Aliados para destruir a revolução. Durante as negociações, ao mesmo tempo que levava a estratégia de adiar ao máximo a assinatura do tratado de paz, a comitiva bolchevique, liderada por Trotsky, fazia com que toneladas de propaganda revolucionária em alemão, chegassem às mãos dos soldados do kaiser. Irredutível o Império Alemão responde com violência.
Além do avanço do reacionário Exército Branco na Ucrânia, com disciplinadas divisões formadas por oficiais, chegavam das frentes, notícias desesperadoras de tropas alemãs e austro-húngaras desembarcando na Finlândia e fuzilando operários. O esvaziamento e desorganização das trincheiras russas, provocavam enormes buracos nas linhas de defesa. No curso de poucas semanas os Brancos ou os alemães poderiam ter o caminho livre para Moscou: a situação era desesperadora.
Diante disso não havia outra saída senão aceitar os duros termos dos alemães. Através destes, a Rússia abriria mão do controle sobre a Finlândia, Países Bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia), Polônia, Bielorrússia e Ucrânia, bem como dos distritos turcos de Ardahan e Kars, e do distrito georgiano de Batumi. Estes territórios abrigavam um terço da população da Rússia, 50% de sua indústria e 90% de suas minas de carvão.
Na reunião dos órgãos supremos da República dos Sovietes, de 3 de outubro de 1918, que discutiu os balanços de Brest-Litovsky, Trotsky deixaria registrado:
“Considero um dever declarar nesta sessão de tamanha autoridade que, naqueles momentos em que muitos de nós, eu inclusive, duvidavam que seria necessário ou admissível assinar a paz (…) apenas o camarada Lênin, com firmeza e uma visão de longo alcance, insistiu, mesmo com a oposição de muitos de nós, na necessidade de que nos submetêssemos àquela imposição como única forma de nos mantermos no poder enquanto não explodia a revolução mundial do proletariado. É justo reconhecer que não éramos nós que estávamos com a razão.”
Uma nova guerra é imposta
O armistício de 1918, entre a Entente e as Potências Centrais, se dá diante de sérias preocupações dos governos imperialistas. Um cessar fogo, naquele momento se tornava vital aos governos burgueses e ao que ainda restava das antigas monarquias absolutistas europeias para combater as revoluções eclodidas em seus próprios territórios nacionais, inspiradas na experiência russa. Debeladas essas rebeliões, a Rússia revolucionária deveria ser esmagada e a paz selada com a divisão dos seus despojos.
As revoluções que explodem por todo o mundo, principalmente na Alemanha e na Hungria, são a grande esperança do proletariado russo, no sentido de romper o isolamento. Entretanto a situação no país dos sovietes era desoladora.
Aproveitando-se do verdadeiro caos causado pela guerra imperialista, os Aliados da Entente resolveram intervir com força total, em favor do Exército Branco. Tropas britânicas, holandesas, checoslovacas, norte-americanas e japonesas desembarcaram tanto nas regiões ocidentais (Crimeia e Geórgia) como nas orientais (ocupação de Vladivostok e da Sibéria Oriental).
O objetivo era claro: derrubar o governo dos sovietes e evitar a proliferação do bolchevismo pela Europa Ocidental. Com irrestrito apoio material e financeiro às tropas brancas e com a barreira física criada por essa ofensiva militar, atirando dessa forma a jovem República Soviética em isolamento diplomático e comercial. Daí a expressão “Cordon Sanitaire” (Cordão Sanitário), utilizada em 1919, por Georges Clemenceau, primeiro-ministro francês.
Além do Exército Branco, apoiado pelas forças de invasão imperialistas, bandos de cossacos do Vale do Don, milícias anarquistas, como o Exército Negro Insurgente Makhnovista e gangues nacionais-separatistas como o Exército Verde, dirigido pelo traidor Nikifor Grigoriev, promoviam a desordem e o terror na Ucrânia, com saques, fuzilamentos e estupros. Esses grupos combatiam tanto os “brancos” quanto os “vermelhos”.
Não restava outra alternativa senão organizar e disciplinar as forças vivas da Rússia Soviética – voluntários esgotados, desmoralizados pela fome, pelos horrores da guerra imperialista e amedrontados diante da potência do inimigo. A paz revolucionária deveria ser conquistada pela força da espada.
O Exército Vermelho é o mais poderoso!
O Exército Vermelho marcha, marcha adiante,
O Comitê Militar Revolucionário nos chama para a batalha,
Afinal, da taiga aos mares britânicos,
O Exército Vermelho é o mais poderoso!
(Cancioneiro da Guerra Civil Russa: Pavel Grigoriev / Samuil Yakovlevich Pokrass)
Trotsky assume o mandato de Comissário do Povo para assuntos Navais e de Defesa. Lênin sabia que não havia outro quadro no partido à altura de cumprir a tarefa de organizar a defesa da Revolução. Era necessário levantar a moral das tropas, nos pontos mais frágeis do extenso front e barrar o avanço do inimigo.
Para isso era central a imposição da disciplina revolucionária e o combate à irresistível tendência ao uso de táticas de guerrilha, difundida em algumas frentes e defendida por muitos membros do partido. A espontaneidade da guerrilha era ineficaz em uma guerra dessa magnitude.
Enfrentar um exército profissional, com um comando central, só seria possível com uma força composta com essas mesmas características. Trotsky explicou que, diante disso, não era possível que cada setor do front decidisse sua estratégia, nas assembleias de conselhos dos soldados. A unidade na estratégia era fundamental.
A partir dessa compreensão, Trotsky baixa decretos disciplinares, punindo com prisão ou fuzilamento traidores, desertores, saqueadores, estupradores e elementos que se recusavam a cumprir as ordens do comando central. Isso foi fundamental para recompor as tropas, no primeiro momento.
Ele se pôs a estudar avidamente a arte da guerra, mas sabia que ao fazê-la, não poderia prescindir do conhecimento técnico dos especialistas militares. Todo oficial do antigo Exército Imperial que aceitou combater pelos vermelhos, foi imediatamente incorporado. O serviço militar passou a ser obrigatório e a vodka foi proibida.
Porém aquele exército não poderia ser construído a imagem e semelhança do exército czarista ou de qualquer outro existente. A força deveria ser organizada segundo a política revolucionária, em outras palavras, deveria ser a expressão máxima do povo em armas. Toda a estrutura hierárquica e o carreirismo do velho exército deveria ser destruída.
Não haveria mais patentes e condecorações: era o fim dos peitos crivados de medalhas que tanto caracterizavam os oficiais czaristas.
O fomento da democracia operária nas fileiras era fundamental. Os especialistas, escolhidos pelos soldados, atuariam como oficiais apenas em operações ao passo que agitadores comunistas experimentados foram incorporados às divisões. Esses foram responsáveis diretos pela recuperação do espírito revolucionário das tropas. Anos mais tarde, Stalin transformaria os comissários políticos em meros alcaguetes a serviço do partido burocratizado.
Devido à grande urgência bélica, o partido institui o “comunismo de guerra”, voltando toda a produção para o esforço da guerra civil. O dinheiro e as leis do mercado foram abolidas e substituídas por uma economia dirigida, baseada na tributação em gênero, sobre cereais produzidos pelos camponeses. Depois da guerra, essa medida, que era vital para o sucesso da campanha, traria graves consequências econômicas à URSS.
No decurso da guerra civil, aqueles grupos dispersos de voluntários assustados e famintos se tornaram um gigantesco e disciplinado exército de quase seis milhões de homens: o invencível e legendário Exército Vermelho dos Operários e Camponeses. Boquiabertos, os melhores especialistas dos países imperialistas eram obrigados a reconhecer o brilhantismo e o sucesso dessa experiência militar do proletariado, em legítima defesa da sua revolução.
Outra preocupação de Trotsky era formar oficiais revolucionários, diante disso implementou o ensino militar sob as bases da filosofia e política do partido e daquele novo modelo de exército. Em fevereiro de 1919, em um discurso para uma plateia desses jovens oficiais no Salão das Colunas de Moscou, ele disse:
“Dêem-me três mil desertores, deixem-me formar com eles um regimento e colocar a frente um comandante que saiba mandar, um bom comissário [político], chefes idôneos a cabeça de cada batalhão, de cada companhia, de cada coluna e garanto a vocês que, em menos de quatro semanas, esses três mil desertores se converterão, dentro de nosso país revolucionário, num magnífico regimento.”
O Trem
Os bolcheviques dominavam a parte central da Rússia, incluindo os grandes centros urbanos, como a nova capital Moscou e Petrogrado, o coração pulsante da Revolução. Isso facilitou o escoamento de recursos e reforços para o exército, a partir de uma mínima recomposição da extensa malha ferroviária, devastada pela guerra.
Para dirigir uma imensa força militar, em uma linha de defesa que cobria milhares de quilômetros, Trotsky entendia que precisava estar presente nas posições mais frágeis, animando as tropas, se inteirando de cada vitória, cada revés e transmitindo as ordens para os oficiais em operações e comissários políticos. Para isso se serviu do lendário trem.
O Trem de Trotsky consistia em uma gigantesca composição, puxada por duas locomotivas e equipado para ser um quartel-general itinerante, que o permitia dispor da rapidez e mobilidade necessárias para que Exército Vermelho funcionasse como um só corpo. Trotsky viveria dentro desse “monstro de aço” os anos mais críticos da guerra civil. O trem unia a frente com o interior do país; decidia a questões mais urgentes, informava, incentivava e evitava deserções. Abastecia, ditava castigos e recompensas.
Mesmo parado o trem estava sempre a postos, com caldeiras acesas, pronto para partir diante de qualquer urgência. Era equipado com dormitórios, banheiros, escritórios, biblioteca, armazém, refeitório, salas de reunião e uma pequena gráfica. Uma estação de telégrafo e uma antena receptora de rádio, facilitava a rápida comunicação com Moscou e outros locais distantes do país.
Além de maquinistas, a tripulação era formada pelo Comissariado de Guerra, técnicos de telégrafo, taquígrafos e uma guarnição militar recrutada entre os elementos mais conscientes dos regimentos de metralhadores e blindados de Petrogrado, dos marinheiros da fortaleza de Kronstadt e do Centrobalt (Comitê Central da Armada do Báltico) e de experientes agitadores políticos. O trem também dispunha de blindagem completa, artilharia antiaérea, paiol, cavalos e carros de combate para facilitar o acesso as zonas de conflito distantes da linha férrea.
As incursões não eram meras viagens de inspeção. Por diversas vezes o trem foi recebido à bala pelo inimigo, obrigando a tripulação a combater com denodo. As sabotagens, bombardeios, ataques surpresa e situações de perigo real eram rotineiras. Traidores informavam a localização e trajeto da composição ao inimigo constantemente. Em um desses episódios Trotsky quase foi vítima de uma granada de artilharia.
A simples aparição do trem devolvia o ânimo a batalhões totalmente desmoralizados. Nas visitas, além de armas, suprimentos e munições, eram entregues aos soldados uniformes novos, botinas, doces, cigarros, itens de higiene pessoal, panfletos políticos, jornais e livros. Havia também um serviço regular de correio. Essas iniciativas estabeleciam sentimentos de proximidade e confiança dos soldados, em relação ao Comissariado de Guerra e à direção do partido. Regimentos isolados em verdadeiras ermidas, em contato com a tripulação, se sentiam, de fato, parte da Revolução.
Da desesperada luta pela retomada de Kazan à gloriosa defesa de Petrogrado, a trajetória do trem foi registrada no jornal V Puti (Em Marcha), editado por Trotsky, impresso no vagão-gráfica e distribuído aos soldados em cada parada. No momento em que se preparava, o ataque final contra as tropas brancas sob o comando do general Pyotr Wrangel, (o Barão Negro), na Crimeia. Lev Davidovitch, o comandante-em-chefe das forças revolucionárias de Terra e Mar da República Soviética da Rússia escrevia estas linhas, que seriam publicadas no jornal do trem:
“Nosso trem prossegue para a frente de batalha. Os soldados do trem lutaram diante dos muros de Kazan, naquelas terríveis semanas de 1918, em que nos esforçávamos por reconquistar o Volga. Já faz tempo que essa campanha terminou, vitoriosamente. Agora o poder dos sovietes estende-se até o Oceano Pacífico.”
O fim da guerra civil, o desmonte da democracia operária e do Exército Vermelho
Yudenitsch foi derrotado na heróica defesa de Petrogrado em 1919. O golpe final na contrarrevolução seria desferido sobre os exércitos brancos combinados de Denikin e Wrangel, na Crimeia em outubro de 1920. A luta continuaria até 1923 contra os bandos de Makhno e Grigoriev.
A guerra imperialista, seguida da guerra revolucionária – quando houve o sacrifício de toda uma geração de revolucionários convictos – devastou a Rússia. As derrotas das revoluções na Alemanha, na Hungria, na Polônia e, anos mais tarde, na China, selam o isolamento da jovem República dos Conselhos.
Após a morte de Lênin, a camarilha burocrática liderada por Stalin toma o poder. Inicia-se o processo de burocratização do partido e destruição da democracia operária. Há um esforço dos burocratas pelo enrobustecimento do aparato de estado, o contrário do que Lênin idealizou no seu “O Estado e a Revolução”. O Exército Vermelho deixa de ser a expressão do povo em armas e se torna mais uma das alavancas de poder daquele estado. Após uma feroz luta para regenerar o partido e salvaguardar as bandeiras do bolchevismo para as futuras gerações de revolucionários, Trotsky é expulso do partido e da URSS.
A partir disso Stalin restaura a estrutura hierárquica do antigo exército czarista, as centenas de patentes, cargos e condecorações. Além de assassinar Trotsky e todos os velhos bolcheviques, perseguiu, prendeu e matou cerca de dezessete mil oficiais do exército, entre eles, o seu comandante mais experiente, Tukhachevsky, receoso de que ele pudesse se tornar um rival em potencial. Em seu lugar, assume o comando do exército os medíocres Semion Budionny e Kliment Voroshilov, seu comparsa de muitos anos.
O Exército Vermelho se tornaria então um gigante com uma cabeça minúscula. As trapalhadas e táticas obsoletas de Budionny, Voroshilov e Stalin resultam no desastre militar na guerra contra a Finlândia. Na que ficou conhecida como Guerra de Inverno, o enorme exército soviético foi derrotado, de forma humilhante, enterrado na neve, pelas guerrilhas de esquiadores finlandeses.
Após esse fracasso evidente, Stalin resolve adotar a modernização do exército – que Tukhachevsky insistentemente lhe recomendava – e restaurar os postos de oficiais qualificados, presos durante os expurgos. Constantemente creditada a Stalin por seus seguidores, a vitória sobre a Alemanha nazista, na Segunda Guerra Mundial, foi fruto do ímpeto revolucionário do povo, dos soldados soviéticos – em defesa do Estado Operário, ainda que burocratizado – e da superioridade da economia planificada, que permitiram uma rápida conversão de toda a produção ao esforço de guerra.