Entre os dias 14 e 18 de junho, em Brasília, Goiânia ou Belo Horizonte, irá ocorrer o 55º Congresso da União Nacional dos Estudantes (Conune). Na convocatória aprovada no último Coneg, o Conune é chamado de “o maior encontro político de juventude do Brasil”, o que seria uma verdade se houvesse algum tipo discussão política real em qualquer atividade organizada pela atual direção da UNE.
No ano em que a entidade chega ao seu octogenário, os estudantes não têm muito o que comemorar. A UNE que lutou contra a Ditadura Militar, que organizou a campanha “O Petróleo é nosso!”, que estava nos combates diários de jovens e trabalhadores, não existe mais. Hoje ela é a entidade defensora do monopólio das carteirinhas, da regulamentação do ensino privado, da desmilitarização da Polícia Militar e das cotas raciais. Bandeiras reacionárias que geram ilusões e significam a completa negação das bandeiras históricas de luta dos trabalhadores, dentre elas a luta por educação pública, gratuita e para todos.
Foi essa mesma UNE que, ao lado da UBES, lutou para isolar no Paraná a luta contra a Reforma do Ensino Médio e que combateu para tirar das ruas e levar para as vias institucionais a luta contra a Máfia da Merenda de São Paulo.
A convocatória também apresenta um calendário de lutas. Porém sabemos que não passam de atividades criadas para dar uma aparência de luta a essa entidade atrelada até a medula com o reformismo de direita. Das atividades apresentadas no calendário, devemos participar do dia 7 de abril, intitulado “Dia Nacional de Luta contra a Reforma da Previdência e em defesa da educação” e dos atos de 1º de maio. Mas em cada atividade vamos apresentar nossos materiais, combater as reformas da previdência e trabalhista, denunciar a prática de conciliação de classes defendida pela atual direção e gritar bem alto: FORA TEMER E O CONGRESSO NACIONAL! PELO DIREITO A UM FUTURO!
O papel da Liberdade e Luta
O Conune é um momento único tanto pela quantidade de estudantes que reúne num mesmo local quanto pelo interesse que ele desperta nos jovens mais conscientes. As oportunidades para apresentar o programa da Liberdade e Luta surgem desde já, durante a preparação dessa atividade. Será no processo de eleição de delegados para o congresso que poderemos debater com cada estudante, mostrar que é necessário lutar pelas reivindicações mais sentidas e, ao mesmo tempo, pela transformação da sociedade, pela derrubada do capitalismo.
É preciso lutar por uma UNE combativa, que retome sua carta de princípios e que seja independente de governo e da iniciativa privada. Só assim teremos uma UNE que defenda interesses reais dos estudantes e dos trabalhadores.