O IBGE divulgou, em 7 de março, o resultado oficial do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2016: queda de 3,6%. O que se soma à retração de 3,8% em 2015. Ou seja, apesar das tentativas do governo de transmitir tranquilidade e otimismo, a verdade é que este conjunto configura uma recessão brutal da economia nacional, “talvez a maior da história republicana”, como avaliado pelo jornal burguês O Estado de São Paulo.
A medida imediata do governo Temer foi antecipar o programa de concessões de infraestrutura, ou seja, a privatização do patrimônio nacional. Além de, junto com o Congresso Nacional, acelerar a aprovação da Reforma da Previdência.
Enquanto isso, o desemprego segue subindo, chegando a 12,9 milhões de trabalhadores em janeiro, segundo os dados oficiais.
Um governo odiado
Os seguidos ataques aos direitos e conquistas da classe trabalhadora e da juventude fazem com que o ódio popular a esse governo se amplie. Os irrisórios 10% de aprovação se expressaram até mesmo no carnaval, com diferentes blocos de rua pelo país sendo contagiados pelos gritos de “Fora Temer”, o que também ocorreu nas manifestações do Dia Internacional da Mulher, o 8 de março.
A situação convulsiva só é parcialmente contida pelas manobras dos aparelhos sindicais e pela confusão e desilusão das bases operárias, geradas pelas traições do PT e sua falência política. Mas o ódio se acumula e grandes explosões se preparam.
A vitoriosa greve dos servidores de Florianópolis (veja mais na pág. 7) mostrou que uma política firme da direção, a luta de massas, a mobilização pela base, é que pode derrotar os ataques dos diferentes governos. Neste sentido estaremos nas mobilizações do dia 15 de março, apontando também que não basta as direções decretarem dias de luta se não mobilizam a base.
Entrar no PSOL para seguir o combate
Diante do conjunto da situação, a construção/reconstrução de um partido de classe e de massas é uma tarefa necessária para abrir uma saída política para os trabalhadores, retomando, em um nível superior, aquilo que o PT foi em sua origem. Este combate passa hoje pela intervenção no PSOL, batalhando por sua construção, pela construção da Esquerda Marxista, e o enraizamento do partido na classe trabalhadora e na juventude.
A Executiva Nacional do PSOL aprovou, em fevereiro, o ingresso da Esquerda Marxista como tendência do partido. Entramos no PSOL para seguir na construção da organização revolucionária, defendendo nossas ideias e posições, seguindo no combate pela revolução proletária e o socialismo. Entramos com todas nossas bandeiras e defendendo nossas posições entre os trabalhadores e a juventude como sempre fizemos.
Os exemplos internacionais demonstram que em uma situação convulsiva, a falência política dos partidos reformistas tradicionais propiciou o crescimento de agrupamentos políticos à esquerda: Syriza, na Grécia; PODEMOS, na Espanha. Outra coisa foi o que fez o Syriza, que no poder, traiu e aceitou as medidas de austeridade. A adaptação e capitulação está no DNA do reformismo.
Não é possível afirmar de antemão que o PSOL seguirá o crescimento desses partidos. Mas ele reúne as condições para ser o desaguadouro da busca de jovens e trabalhadores por uma alternativa à esquerda. As eleições municipais do ano passado deram visíveis sinais nesse sentido. Tal possibilidade traz, ao mesmo tempo, grandes responsabilidades para a direção do PSOL, que estará cada vez mais submetida às pressões das instituições burguesas. Só a independência de classe e a luta decidida contra esse sistema, o capitalismo, é que poderá abrir um caminho de organização e luta da classe trabalhadora.
Convidamos todos os simpatizantes e apoiadores da Esquerda Marxista a se filiarem no PSOL, fortalecendo assim o PSOL e a própria Esquerda Marxista. Este é um importante passo para nossos combates futuros e atuais por um mundo livre da exploração e opressão promovidas por este sistema decadente.
Filie-se ao PSOL! Junte-se à Esquerda Marxista!
* Editorial do jornal Foice&Martelo 102