Imagem: Sandro Nascimento, Alep

A política educacional do governador Ratinho Jr. está matando os trabalhadores em Educação do Paraná! É preciso dar um basta!

Em menos de um mês, dois episódios envolvendo trabalhadores em Educação do Estado do Paraná tiveram forte repercussão pela crueldade e pelo desdobramento trágico de um deles. O primeiro foi a imagem de um professor, no leito do hospital, participando de um curso a distância chamado “Formadores em Ação”. O governo do Paraná exige que os professores possuam 100% de frequência nos cursos de formação e não aceita justificativas de ausência, sequer por atestado médico. Sem a participação nesses cursos, o professor é impedido de progredir na carreira e perde pontos na classificação para distribuição de aulas. Isso faz com que os professores, mesmo doentes, hospitalizados, sintam-se constrangidos a participar dos cursos.

O outro caso foi a trágica e prematura morte de Silvaneide Monteiro Andrade em seu local de trabalho. A professora participava de uma reunião com a equipe pedagógica da escola e agentes do Núcleo Regional de Educação quando teve um mal súbito que a levou a óbito. De acordo com relatos de professores que trabalham na escola, a reunião envolvia cobranças relativas a um concurso de redação, o que representa uma exigência desproporcional e adicional à exaustiva rotina de trabalho. As causas da morte precisam ainda ser investigadas em detalhe, porém é impossível desvincular o que ocorreu da política educacional implementada pelo governador Ratinho Jr.

Além dos ataques aos salários e às condições de trabalho dos trabalhadores em Educação, o governo Ratinho Jr. promove a militarização e a privatização das escolas do Estado, atreladas a um mecanismo de organização do trabalho dos professores chamado “plataformização”, o que intensifica a cobrança e a pressão sobre o magistério paranaense.

Mas o que significa a “plataformização”? O governo do Estado, por meio de plataformas digitais, controla o trabalho dos professores e os obriga a cumprir metas, colocadas como critérios para: avanço na carreira, distribuição de aulas, possibilidade de contratação temporária pelo Processo Seletivo Simplificado (PSS), etc. Atrelado a isso, os diretores de escola, sob pena de exoneração do cargo, são persuadidos a assediar os professores para que cumpram as metas. Essa forma de organizar o trabalho submete os professores a uma pressão permanente, provocando o inevitável adoecimento e, com infeliz frequência, a morte.

A APP-Sindicato, que representa os trabalhadores em Educação do Paraná, apesar de denunciar o que ocorre no Estado, não mobiliza de forma efetiva a categoria para enfrentar a situação de perda salarial, piora das condições de trabalho, privatização e militarização das escolas e a perversa organização do trabalho implementada pelo governo de Ratinho Jr. As assembleias presenciais, em muitos casos, são substituídas por assembleias online. As greves deram lugar, no máximo, a paralisações de um dia.

O último 29 de abril, que marcava 10 anos do massacre promovido por Beto Richa contra os servidores do Estado, contou com uma tímida participação da categoria no ato, pois não havia nenhuma perspectiva efetiva de luta que fosse além da paralisação de um dia. Agora, diante dos episódios relatados, a APP-Sindicato sentiu-se obrigada a convocar uma assembleia presencial em Curitiba, para o dia 7 de junho, a fim de debater ações e uma eventual paralisação. Afirmamos que uma mera paralisação não é suficiente! É preciso construir uma forte greve, com ampla participação da categoria, que leve até o fim as reivindicações e coloque um freio na ofensiva promovida pelo governador Ratinho Jr. Tradição e história esta brava categoria possui! É hora de retornar às ruas e dar um basta!

  • Em defesa dos salários e condições dignas de trabalho!
  • Pelo fim da privatização e militarização das escolas!
  • Pelo fim da plataformização!
  • Em defesa da vida dos trabalhadores em Educação!
  • Fora Ratinho Jr.!