Conheça o panfleto que será distribuído pelos militantes da Esquerda Marxista nos atos de 20/08.
Leia o panfleto que será distribuído pelos militantes da Esquerda Marxista nos atos de 20/08.
O novo pacote do ajuste fiscal, apelidado de “Agenda Brasil”, acordado entre a cúpula do governo e o presidente do Senado, Renan Calheiros, significa mais uma onda de ataques aos direitos e conquistas dos trabalhadores em meio ao aprofundamento da crise do capitalismo.
Entre as medidas propostas estão: ampliação da idade mínima para aposentadoria; cobrança de serviços do SUS; proibição das liminares judiciais contra empresas de saúde por falta de atendimento a determinados procedimentos médicos; mudanças jurídicas para privilegiar as privatizações (“PPPs” e “concessões”); regulamentação das terceirizações, isentando a empresa contratante de responsabilidade com o terceirizado; redução ou fim das restrições ambientais para obras e empreendimentos; abertura das terras indígenas para exploração; etc.
Tal pacote foi anunciado após a Federação das Indústrias de SP e RJ (FIESP e FIRJAN) lançarem nota conjunta no dia 6/8 “Em prol da governabilidade do país”. A Globo e Luiz Trabuco (presidente do Bradesco) se somaram, logo em seguida, à linha da unidade nacional, de sustentação do governo Dilma, indicando que as disputas partidárias devem ser deixadas de lado para um enfrentamento conjunto da crise. O coro ganhou força com o jornal imperialista Financial Times, que em editorial de 17/8 conclui que “A presidente deveria permanecer no cargo, apesar dos apelos por impeachment”, pois se ela deixar o cargo “provavelmente seria substituída por um outro político medíocre”.
Essas declarações desmontam o discurso de “ameaça de golpe”, alardeado pelo governo e pelo PT. Na realidade, o “golpe” é como um espantalho, utilizado para desviar o foco dos ataques aos trabalhadores e suas lutas que estão em marcha, promovidos pelo próprio governo com apoio do PT, como a aprovação da lei antiterrorismo (PL 2016/2015), que abre as portas para igualar os movimentos sociais a organizações terroristas, ampliando a criminalização.
O recado de apoio à Dilma dado por importantes setores da burguesia e a disposição do governo em curvar-se ainda mais aos capitalistas, esvaziou politicamente os atos da direita do dia 16/8, que tiveram uma evidente redução no número de participantes e mantiveram um claro recorte de classe, como revela a pesquisa do DataFolha: maioria absoluta de eleitores do Aécio, maiores de 36 anos, com nível superior e ganhando mais de 4 mil reais. Estes manifestantes da pequena burguesia levantam a vazia bandeira do Fora Dilma, mas não têm uma proposta política diferente da que está sendo aplicada pelo governo atual: o ajuste fiscal.
A direção da CUT, que deveria estar encabeçando a luta independente contra os ataques e as demissões, alia-se ao governo e aos empresários para apresentar o “Programa de Proteção ao Emprego” (PPE), que significa concretamente redução de jornada, com redução de salários, para garantir o lucro dos patrões.
A CUT assina a convocatória dos atos do dia 20/8 com movimentos sociais, que fala em “redução da jornada sem redução de salario”, “nenhum direito a menos” e, do outro lado, impulsiona acordos e propostas que reduzem direitos e salários. A central deve romper com a política do tripartismo que só conduz a derrotas!
A Comissão Executiva do PT, lança uma resolução de apoio aos atos do dia 20/8, tentando dar a eles o caráter de apoio ao governo. Mas essa linha não está presente na convocatória dos movimentos sociais e não é a que pauta nossa participação nos atos.
A verdade é que, mais do que nunca, a saída é pela esquerda, levantando as bandeiras imediatas e históricas da classe trabalhadora. A luta é por estabilidade no emprego, anulação da dívida interna e externa, estatização do sistema financeiro, reestatização de todas as empresas privatizadas! Estes são os passos para combater o capitalismo decadente e para abrir caminho para a luta pela construção do socialismo.
Convidamos todos os jovens e trabalhadores que se manifestam no dia 20/8 a conhecerem e assinarem nossa proposta de Manifesto por uma Frente de Esquerda e a discutirem conosco a saída para a crise atual.
· Abaixo a Agenda Brasil! Todos juntos contra a austeridade!
· Abaixo a Lei antiterrorismo! Contra a criminalização dos movimentos sociais!
· Não às demissões e ao PPE! Estabilidade no emprego! Todo apoio à greve dos operários da GM!
· Apoio às greves dos servidores públicos federais!
· Não pagamento da dívida externa e interna!
· Por uma Frente da Esquerda Unida, pela independência de classe, pelo socialismo!
ESQUERDA MARXISTA – WWW.MARXISMO.ORG.BR