Escola Mundial da CMI discute a falência da II Internacional e a Conferência de Zimmerwald, que completa 100 anos de sua realização neste ano, e dá nome à nossa Escola.
No terceiro dia da Escola Mundial da Corrente Marxista Internacional (CMI) discutimos a falência da II Internacional e a Conferência de Zimmerwald, que completa 100 anos de sua realização neste ano, e por isso dá nome à nossa Escola. Naquele ano, em plena 1ª Guerra Mundial, os internacionalistas do mundo cabiam em duas carruagens, como dizia Lenin.
O informe desse ponto foi dado pelo Camarada Niklas Svensson. Ele salientou que a história da II Internacional é a escola da luta contra o oportunismo e o reformismo. A submissão da grande maioria dos dirigentes operários da II Internacional às pressões da burguesia, ao aprovarem o orçamento de Guerra em seus distintos países, decretou a falência da II Internacional.
Para entender melhor os fatores que levaram à capitulação desses dirigentes, Niklas concentrou seu informe no desenvolvimento do Partido Social Democrata Alemão (SPD). O SPD e a II Internacional nascem e se desenvolvem em pleno boom econômico, após a unificação do Estado Alemão. O PIB da Alemanha cresce 25% na década de 1880, 34% na década de 1890 e, na primeira década do século XX, outros 29%. Isso permitiu que a burguesia fizesse diversas concessões à classe trabalhadora e, ao mesmo tempo, levou à formação de uma numerosa capa de dirigentes operários com privilégios.
O SPD cresceu e se fortaleceu, tinha 35% dos votos em 1912. Na véspera da Guerra, o SPD tinha 45% dos votos, além de conquistar o direito à negociação coletiva e um jornal diário com quase 1.500.000 exemplares.
Ao mesmo tempo, as ideias reformistas começavam a penetrar no partido, primeiro com a revisão de Bernstein e mais tarde com Kautsky, que negaram a Teoria do Valor, de Marx, entre outras revisões do marxismo. Apesar de publicamente usarem as tradicionais palavras de ordem do movimento operário, no interior do partido as ideias reformistas eram aceitas pelos dirigentes.
As bases do partido reagiram a isso e novas publicações apareceram, principalmente por parte de Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo, que escreveu diversos artigos sobre Reforma e Revolução. Exigiam apoio às greves localizadas em direção à uma greve geral contra a Guerra.
Os Congressos da II Internacional anteriores à guerra afirmavam que a classe trabalhadora deveria utilizar todos os seus esforços para deter a Guerra.
No interior da II Internacional, qualquer proposta que levasse a um confronto com o Estado, os delegados alemães votavam contra, já haviam se acostumado demais com a legalidade. Abria-se um abismo entre a direção e a base.
Depois do apoio da II Internacional aos créditos de Guerra estava clara a necessidade de uma nova Internacional, é nesse contexto que apenas 40 delegados, entre eles Lenin, Trotsky, Rosa e Liebknecht, se reúnem para a construção de uma nova Internacional, em Zimmerwald, para reagrupar as forças dos verdadeiros internacionalistas, no ano de 1915. Foi esta conferência que preparou a reorganização do movimento revolucionário, dois anos mais tarde aconteceria a Revolução Russa e a formação da III Internacional em 1919.