Durantes os quatro dias da Universidade Marxistas Internacional 2020 os militantes da Esquerda Marxista, seção brasileira da Corrente Marxista Internacional (CMI) estão empenhados em disponibilizar em nossa página breves relatos dos 16 temas tratados na Escola. O objetivo é estimular nossos leitores a aprofundar o conhecimento sobre nossas posições e a juntarem-se a nós na construção da CMI. Para sua localização procure pelo dia e o tema que deseja fazer a leitura.
Começamos o terceiro dia da Universidade Marxista Internacional com um grande debate sobre a defesa da teoria econômica marxista. Rob Sewell, da seção britânica da Corrente Marxista Internacional (CMI), iniciou seu informe com os principais fundamentos econômicos propostos por Karl Marx, em uma linguagem compreensível para todos.
O capitalismo possui um histórico de crises e depressões que fazem parte de sua essência, é um sistema que possui bases nas suas contradições. Sewell traz à tona alguns dos efeitos destas contradições, como: a tendência inerente da queda constante da taxa de lucro, desemprego em massa e aumento da inflação. Onde observamos como o capitalismo já fracassou, e devido a desesperada insistência dos reformistas burgueses em tentar salvar este sistema doente, vê-se a necessidade da análise econômica marxista para explicar que é impossível gerenciar essas crises, e só a planificação da economia, o socialismo, pode levar a sociedade para o seu progresso.
As ideias econômicas propostas por Karl Marx mostram-se como as mais eficientes para entendermos esse caos econômico e social que a humanidade vivencia sempre que o capitalismo entra em suas periódicas crises. Pois, Marx não era um profeta, era um cientista que utilizava de ferramentas analíticas para entender a sociedade, e são nessas ferramentas científicas, como por exemplo o materialismo histórico, que a economia marxista é baseada.
Nas intervenções do debate, foi deixado muito claro que um bom teórico econômico é aquele que melhor consegue descrever as características fundamentais do sistema econômico, e ainda por meio da análise do presente, prever seu comportamento futuro. Foi exatamente o que Marx conseguiu realizar, ao escrever sobre as contradições deste sistema e ainda conseguir prever muitas de suas crises, que segundo o mesmo são resultados de suas próprias contradições.
As mesmas condições para uma teoria econômica de excelência não se encontram naquelas formuladas por economistas burgueses, que por terem uma predisposição ideológica de defender o falido sistema, não conseguem prever suas crises, onde eles somente conseguem realizar análises superficiais sobre o capitalismo. Diferente da economia marxista, que considera as questões fundamentais do capitalismo, que é um sistema baseado na exploração.
Os economistas burgueses sabiam que a exploração acontecia, porém segundo eles os trabalhadores são só um fator da produção, e o lucro seria uma recompensa justa. Mas os trabalhadores não são só um fator da produção, são a fonte direta do valor. E este fato é facilmente observável pela crise atual, onde devido a pandemia, muitas pessoas foram impossibilitadas de trabalhar, o que agravou ainda mais a crise, pois, não se gera mais riqueza como antes da pandemia.
Cada crise do capitalismo que vivenciamos na pele, no dia a dia, demonstra constantemente a falha das teorias econômicas burguesas, que não entendem o verdadeiro funcionamento do capitalismo, que é movido pela exploração, e não pela confiança, como pensam os reformistas keynesianos.
Por fim, Rob Sewell retorna com a conclusão de que somente sob uma economia planejada crises ambientais e até a pandemia atual poderiam ser rapidamente resolvidas, o que não é possível na economia baseada em mercado que é o capitalismo. Podemos através de uma economia de planejamento racional, não ter mais crises, desenvolver as forças produtivas e, consequentemente, desfrutar da riqueza social abundante, assim, colocando um fim na miséria e na exploração do homem pelo homem.