Agora é o PT e a CUT ameaçados pela ação política do STF quando se completou dez anos da ocupação da Cipla e da Interfibra.
No momento em que o STF desfecha um ataque contra as organizações dos trabalhadores, completou-se dez anos da ocupação da Cipla e da Interfibra, em Joinville, Santa Catarina, em 31 de outubro de 2012. Colocando as fábricas em produção sob controle dos trabalhadores se iniciou o Movimento das Fábricas Ocupadas (MFO), que a revista Veja chamaria de “O MST das fábricas” e que teve repercussão internacional. Relebrando os 10 anos um Ato foi realizado em Joinville, SC (Leia no Blog ao lado). A atividade denunciou a criminalização do movimento com acusações, processos e condenação dos dirigentes do MFO. Como já ocorria com o MST e sindicatos. Uma carta à direção nacional do PT e da CUT aprovada neste Ato propõe a convocação de um Encontro Nacional de Trabalhadores em defesa do PT, da CUT e contra a criminalização do movimento operário e popular. A seguir publicamos a carta, a qual nos somamos integralmente:
Carta à Direção Nacional do PT e da CUT
Encontro Nacional de Trabalhadores em defesa do PT e da CUT
Contra a criminalização do movimento operário e popular
Dirigimo-nos a vocês porque este é um momento muito grave para a classe trabalhadora, para nossas organizações e nossas lutas. Estamos frente a um salto de qualidade na ofensiva dos capitalistas cujo objetivo é criminalizar organizações e dirigentes para destruir, desagregar e desmoralizar a resistência da classe trabalhadora. A crise capitalista varre o mundo e em todos os lugares as classes dominantes varrem a democracia e cada vez mais utilizam instrumentos totalitários para governar e salvar o capital. É o que o STF tenta fazer no Brasil apoiado e orientado pela orquestra da mídia capitalista.
O mesmo STF que condena Zé Dirceu, Genoíno e outros, sem nenhuma prova, recusou julgar o “mensalão mineiro” do PSDB, absolveu Collor de Mello por “falta de provas”. Engavetou os processos contra Maluf até que prescreveram, porque o STF “não encontrou o ex-ministro Delfin Neto para depor no processo”. Este STF declarou os torturadores da Ditadura Militar como “agentes políticos” e garantiu-lhes anistia eterna.
O STF escandalosamente se desmascara ao condenar Zé Dirceu, Genoíno e outros, porque “O PT tem um projeto de se eternizar no poder”, como se este não fosse o objetivo legítimo de todo partido político. Uma corte totalitária, acima da democracia, se arroga então o direito de decidir quem pode ou não governar o país?!
O STF condena sem provas, basta-lhe a acusação e sua vontade política rasgando a Constituição e o Direito. Tentando decidir os rumos políticos do país marca o centro do julgamento para a semana das eleições.
O STF não foi eleito pelo povo. É um corpo de membros da elite com a tarefa de vigiar, controlar e castigar a classe trabalhadora quando ela ousa se levantar contra a opressão e exploração. E foi isso que ela fez ao eleger um operário como presidente e um Partido dos Trabalhadores para governar o Brasil.
Independente do que cada um de nós possa pensar sobre a política desenvolvida por Zé Dirceu, Genoíno e outros, estando ou não de acordo com ela, para nós é evidente que se trata, para o STF e a mídia, de através deles atingir todas as organizações da classe. Se há questões políticas e de métodos a serem resolvidas é a própria classe trabalhadora que deve resolver, e não o tribunal de exceção dos capitalistas chamado STF.
Eles não pretendem parar. Há anos criminalizam os movimentos sociais em crescente fúria. É por isso que um editorial do jornal O Estado de São Paulo já declara a CUT como organização criminosa. Se isso continua, todos, sindicatos, a UNE, o MST, os partidos de esquerda, as organizações populares, todos serão atingidos.
Em todo o país já são centenas de dirigentes do MST, dos sindicatos e das fábricas ocupadas, ou presos, ou processados e condenados sem provas ou mesmo apesar das provas de inocência. Fazer greve, ocupar terras ou fábricas, lutar pela vida e para mudar a vida, é caso de polícia para as classes dominantes.
É hora de reagir. É hora de parar de “falar nos autos” e ir para as ruas. E a nossa resposta começa por agrupar nossas forças, discutir a gravidade da situação nos sindicatos, nos partidos da classe trabalhadora, entre a juventude, e preparar a batalha para reverter a situação. Nós consideramos que ninguém, nem a presidente da República, que é do PT, pode se calar e aceitar este ataque contra a democracia e as organizações da luta de classes. Propomos:
1. Realização de um Encontro Nacional de Trabalhadores em defesa do PT, da CUT e contra a criminalização do movimento operário e popular.
2. Quem deve decidir os rumos do país é o povo soberano de quem todo poder emana e não um tribunal de exceção que ninguém elegeu. Todo poder ao povo!
3. Abramos a discussão sobre como anular todas as condenações e todos os processos contra os militantes dos movimentos sociais. Projeto de iniciativa popular, Projeto de Lei, Decreto, Medida Provisória anulando, anistiando, todas as acusações, processos e condenações dos militantes das organizações dos trabalhadores. Nenhum militante social processado! Nenhum militante social condenado! Nenhum militante social preso!
4. Campanha internacional de defesa do PT, da CUT e contra a criminalização das organizações operárias e populares. Solidariedade com as lutas dos trabalhadores de todo o mundo!
Primeiros signatários:
Serge Goulart (Direção Nacional do Partido dos Trabalhadores-PT); Severino Nascimento (Faustão) (Direção Nacional da Central Única dos Trabalhadores-CUT); Osvaldo Bezerra (Pipoka) (Coordenador Geral do Sindicato dos Químicos de SP); Victor Samuel Vieira (Secretário Geral do Sindmetaeroespacial de Gavião Peixoto); Edson Azevedo(Sindicato dos Químicos de SP); Aurélio Antonio Medeiros (Sindicato dos Químicos do RJ); Ângela Batistello(Sindmetal RS – Canoas); José Carlos da Silva (Sindicato dos Metalúrgicos de Cajamar); Thomaz Jensen(Economista (DIEESE)); Leonardo Severo (Assessor de comunicação da CUT); José Cícero (Diretor de Comunicação do Sindicato dos Urbanitários – Alagoas); Alcides Queiroz (Diretor da CUT Rondônia); Martinho Souza (Presidente da CUT Pará); Helionice Nascimento Faustino (CUT-PE); Jeane Gonçalves (CUT-PE); José Wagner de Oliveira(Federação dos Metalúrgicos da CUT – MG); Paulo Cayres Silva (Presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM)); Cedro Costa (CUT-BA); Raimundo Calixto (CUT-BA); Roque Ferreira (vereador PT/Bauru, Diretor sindicato dos ferroviários); Adilson Mariano (vereador PT/Joinville); Pedro Santinho (Coordenador do Conselho da Fábrica Ocupada Flaskô); Alex S. Batista dos Santos (Executiva CUT/SC); Álvaro Alves (Bambu) (Executiva da Confederação Nacional – Químicos – CUT); Arlindo Belo da Silva (Direção da Confederação Nacional do Ramo Químico – CUT); José Vanilson Cordeiro (Secretário de Políticas Sociais: Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (CONTRACS); Wanderci Bueno (Editor do Jornal Luta de Classes e do sitewww.marxismo.org.br); Verivaldo Mota (Galo) (Executiva do Sindicato dos Vidreiros de São Paulo – CUT); José Guido Brito (Executiva do Sindicato dos Vidreiros – SP); Ulrich Beathalter (Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos dos Municípios de Joinville, Garuva e Itapoá – CUT); Rosangela Soldatelli (Presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis – CUT); Milton Jacques Zanotto (Presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Instituições Privadas de Ensino do Norte Catarinense); Clarice Erhardt (Coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Estadual de Santa Catarina – regional Joinville); Plínio Mércio Baldoni (Diretor Executivo do Sindicato dos Ferroviários de Bauru e Mato Grosso do Sul – CUT); José Carlos Miranda(Vice-presidente do PT-Caieiras/Coord. Do MNS); Mario Conte (Diretor Trabalhista do Sindicato dos Músicos Profissionais Independentes da Grande São Paulo); Rafael Prata – Diretório Municipal do PT Campinas/SP); Josenildo Vieira de Mello (Direção do Sindicato dos Professores da Rede Municipal de Pernambuco – CUT); Maria de Lourdes Coelho (Executiva da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal – CUT); Mirian Neide dos Santos (Executiva do SINTEEPE-PE – CUT); Ricardo Morais (Direção do Sindicato dos Químicos de Pernambuco – CUT;Fernando Lima (Executiva do SINDSEP-PE – CUT); Carlos Castro (Executiva PT-SC); Fernando Leal (Direção Sindicato dos Petroleiros/RJ), Humberto Belvedere (PT/RJ), Luís Bicalho (ex-Executiva Nacional CUT), Caio Dezórzi (DM PT/SP), Tiago Duarte (Diretor DCE UFSC); Daison Roberto Colzani (Presidente do DCE da Univille/SC),Johannes Halter (Presidente DCE IELUSC/Joinville); Renato Vivan (Professor/Curitiba); Fabiano Stoiev(PT/Curitiba); Francine Hellmann (Coordenadora da Juventude do PT de Joinville/SC); Nicolas Marcos (Presidente da União Joinvillense dos Estudantes Secundaristas (UJES)/SC); Mayara Inês Colzani (Diretora do Diretório Acadêmico Nove De Março – DANMA-UDESC); Fábio Ramirez – Juventude Marxista/Cuiabá – MT); Almir da Silva Lima(Jornalista – Macaé – RJ); Claudio Antonio Ribeiro (Advogado trabalhista, fundador do PT e da CUT Curitiba –PR);Luiz Cláudio Antas Moreira (Sindsprev/RJ); Wagner Francesco de Miranda Martins (Estudante/ Conceição do Coité –BA); Cynthia Pinto da Luz (Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), Joinville – SC); Josiano Godoi(Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Santa Catarina (Fetram) – SC); Moacir Nazário (Exec. mun. PT, Joinville/SC); Ari Fernandes (Pres. PT, Campinas/SP); Carlos Roberto Oliveira (Carlão) (vereador PT, Campinas/SP); Pedro Tourinho (vereador PT, Campinas/SP); Paulo Tavares Mariante (Sec. de Mobilização/CE PT,Campinas/SP); Adelino Cabral (Sec. Finanças/CE PT, Campinas/SP); José Maria Nascimento (Coordenador Sindipetro-RJ e CNQ-CUT); Edison Munhoz Filho (Coordenador Sindipetro-RJ e CUT-RJ); Tania André Lisboa (Coordenadora Sindipetro-RJ); Gerson Castellano (Diretor do Sindiquimica-PR); Nixon Vieira Malveira (Professor, PT/Porto Alegre); Diana Cristina de Abreu (Ex-pres. Sind. dos Servidores do Magistério Mun., PT/ Curitiba/PR); Beatriz Schelbauer do Prado Gabardo (Prof., Curitiba/PR); Leonice Aparecida da Silva (PT, Curitiba/PR); Elecy Maria Luvizon (Prof. Curitiba/PR); seguem centenas de assinaturas de outros companheir@s.
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Contato: Serge Goulart serge@marxismo.org.br cel.: (48) 99003663
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