Durante a Escola de Verão da Corrente Marxista Internacional (CMI), que se realiza nesse ano na Grécia, o jovem militante norte-americano Mark Rahman concedeu-nos uma entrevista que trata da situação política nos EUA e do trabalho desenvolvido por Socialist Appeal, seção da CMI no país.
Durante a Escola de Verão da Corrente Marxista Internacional (CMI), que se realiza nesse ano na Grécia, o jovem militante norte-americano Mark Rahman concedeu-nos uma entrevista que trata da situação política nos EUA e do trabalho desenvolvido por Socialist Appeal, seção da CMI no país.
Em 2008 estourou a crise econômica nos EUA, como está hoje a situação da economia e da classe trabalhadora no país?
Houve um pequeno crescimento econômico no ano passado (2,2%), mas isso em nada significou em uma melhoria nas condições de vida para a classe trabalhadora. Os empregos criados são insuficientes para cobrir o número de jovens que entram no mercado de trabalho, o número de desempregados segue bastante alto. Além disso, a maioria dos empregos criados é de caráter temporário com maus contratos de trabalho, existindo inclusive muitos casos de jovens que aceitam um trabalho sem remuneração com a expectativa de ser contratado depois de algumas semanas ou meses, isso ocorre especialmente entre a juventude.
Obama foi eleito em 2008 com grande apoio popular, muitos tinham grandes esperanças de mudança. Como está sua popularidade agora?
Recentemente Obama perdeu bastante apoio e dois fatos recentes contribuíram para isso, um foi o caso da espionagem internacional promovida pelo governo americano e denunciada por Edward Snowden, o outro foi o caso de um jovem negro (Trayvon Martin) assassinado no último ano e que teve seu assassino absolvido pela justiça na semana passada. No geral, o problema é que apesar de Obama contar ainda com certa base de apoio, muitos se decepcionaram, pois não resolveu os problemas reais do povo.
Como as pessoas veem esse agrupamento de extrema direita, o Tea Party?
Muita gente o vê como um partido de loucos, extremistas reacionários, que acabam sendo até mesmo um problema para o próprio Partido Republicano, ao qual são ligados, pois isso pode trazer mais dificuldades para a eleição de um candidato republicano nas próximas eleições daqui há 3 anos. Na realidade existe uma divisão entre os republicanos sobre o apoio ou não ao Tea Party, já que uma parcela do partido prefere uma política populista para ampliar sua base de apoio.
E os trabalhadores, não tem um partido de classe nos EUA? Afinal, democratas e republicanos são duas partes da burguesia norte-americana.
Teoricamente existe um Labour Party nos EUA, mas é pequeno, sem base de massas. Nós colocamos a necessidade de um partido de trabalhadores de massas, fundamentalmente como uma forma de propaganda, buscando assim atrair novas pessoas ao nosso movimento. É uma ideia que tem a simpatia de muitos, mas que para se tornar realidade, provavelmente passará antes por um aquecimento no movimento sindical dos EUA.