Kim Kataguiri e Carina Vitral, duas faces da mesma moeda

Às portas da votação na Câmara dos Deputados que poderia impor o impedimento ao mandato da presidente Dilma Roussef, dois jovens destacados no cenário nacional apresentaram em entrevista à Folha de São Paulo suas posições diante da situação política. Carina Vitral, Presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), e Kim Katiguiri, liderança do Movimento Brasil Livre (MBL), protagonizaram um triste debate, a expressão de dois polos que estão longe dos interesses da juventude e da classe trabalhadora.

Às portas da já consumada votação na Câmara dos Deputados que poderia impor o impedimento ao mandato da presidente Dilma Rousseff, dois jovens destacados no cenário nacional apresentaram em entrevista à Folha de São Paulo suas posições diante da situação política. Carina Vitral, Presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), e Kim Kataguiri, liderança do Movimento Brasil Livre (MBL), protagonizaram um triste debate, a expressão de dois polos que estão longe dos interesses da juventude e da classe trabalhadora.

Kim Kataguiri, embora jovem, carrega toda ideologia da burguesia servil e as fantasias de um capitalismo de oportunidades sem a intervenção do Estado. Durante todo o debate, teve um comportamento de deboche e evidenciou todos os traços de uma “liderança” completamente artificial e sem apresentar qualquer proposta séria. Durante os mais de 60 minutos de discussão esse infeliz retrato do MBL não conseguiu articular uma proposta sequer, só exalou os preconceitos e o completo descolamento da realidade. Sua infantilidade e falta de senso de proporção são a expressão das camadas mais atrasadas da burguesia brasileira.

A Presidente de UNE, embora melhor preparada do ponto de vista da defesa da sua posição política, é um triste conjunto de capitulação ao governismo. É a expressão da entrega das palavras de ordem que refundaram a UNE em 79 em nome da defesa de um governo que tem atacado a educação. Carina expressa na entrevista a completa descrença em uma verdadeira mudança, esquece que a única saída possível para a crise e para o acesso à educação, saúde e serviços públicos universais é a revolução socialista. Seu partido, o PCdoB, esqueceu-se disso há muito tempo.

Teoricamente os dois estão em campos opostos, mas, na realidade, representem a mesma coisa, a manutenção da ordem, seja através do dito governo “democrático popular”, seja na direita escancarada e privatista. Na prática, os dois polos não representam uma alternativa para a classe trabalhadora, disputam quem pode gerir melhor o Estado capitalista.

Nem Kim nem Carina defendem serviços públicos, gratuitos e para todos. Não estão a serviço da juventude. Nossa luta é pela superação do Estado burguês, pelo fim da propriedade privada, por uma sociedade onde o homem não explore mais o homem. Hoje, nem Kim nem Carina representam essa luta. Cabe à juventude se organizar e colocar na ordem do dia sua reivindicações, patrolando essa política servil que os dois representam.