Imagem: Evandro Colzani

Lula foge de vetar o “Dia da Amizade Brasil-Israel” e esconde sua cumplicidade com o genocídio do povo palestino

O governo Lula permitiu que o Projeto de Lei que institui o “Dia da Celebração da Amizade Brasil-Israel” fosse promulgado por omissão. O projeto aprovado pelo Senado no final de maio, passou pelo Congresso Nacional e, em seguida, foi enviado ao presidente da República para sanção ou veto em um prazo de 15 dias. De acordo com a Constituição, se o presidente da República não sanciona ou veta um projeto dentro do prazo, e consequentemente não promulga a lei em 48 horas, a tarefa recai sobre o presidente do Senado. Foi exatamente o que aconteceu. Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), foi quem promulgou a lei em 25 de junho após um longo silêncio de Lula.

Enquanto isso, o Brasil segue exportando petróleo, carne, soja e tecnologia para o Estado de Israel, sustentando diretamente sua máquina de guerra. O mesmo governo que, corretamente, caracteriza o massacre na Palestina como genocídio se recusa a tomar qualquer medida concreta para romper com esse regime racista.

Por exemplo, temos os contratos com a Israel Aerospace Industries (IAI): entre julho de 2019 e agosto de 2023, a IAI recebeu 65 pagamentos do Ministério da Defesa, totalizando mais de R$ 22 milhões, para o reparo de motores de aeronaves da FAB e fornecimento de drones (Heron‑I). Em março de 2025, a FAB contratou a IAI por R$ 86 milhões para a manutenção de drones Heron‑I, além de dois outros acordos com a Aeroeletrônica International (também ligada ao consórcio israelense). Em 2024 e 2025, documentos do Ministério da Defesa mostram um contrato de R$ 839 milhões entre a Embraer Defesa & Segurança (via Savis e Bradar) e a Elbit Systems.

Nós, comunistas, já sabemos que os governos burgueses são comitês executivos do capital, e por isso concluímos que esses governos não servem aos trabalhadores, mas às empresas e ao imperialismo. Lula fala em paz, mas entrega combustível que move tanques e aviões de guerra israelenses. Fala em “direitos humanos”, mas mantém acordos militares e comércio lucrativo com quem ocupa, mata e expulsa o povo palestino de sua terra.

A solidariedade real com os trabalhadores palestinos exige mais do que palavras: exige romper com o Estado sionista de Israel, suspender todo o comércio com empresas ligadas ao genocídio e expropriar as companhias que lucram com ele.

Essas medidas não serão tomadas por nenhum governo submisso aos interesses do imperialismo e comprometido com o capital, pois este sempre funciona na base dos lucros. Só um governo dos trabalhadores, que quebre a lógica do capital, ou seja, que organize os trabalhadores para uma mudança real em como produzimos, o que produzimos e para quem produzimos, poderá agir de fato pela libertação de todos os explorados e oprimidos.

A transição para uma nova sociedade começa com reivindicações concretas que apontam para o poder operário. Vetar a amizade com Israel, romper os acordos comerciais e militares, colocar as exportações estratégicas sob controle dos trabalhadores é parte do caminho para derrubar o sistema que sustenta os genocídios. Por isso, a luta pela libertação da Palestina é a luta contra o imperialismo, contra o capitalismo e contra todos os governos que fingem neutralidade enquanto alimentam a barbárie.

É tarefa da classe trabalhadora mundial pôr fim ao massacre com mobilização, enquanto constrói uma organização que possa colocar em marcha a revolução permanente — e que seja uma revolução internacional.