Imagem: Rovena Rosa, Agência Brasil

Mais uma morte no Metrô de São Paulo devido às privatizações

Hoje, dia 6 de maio, lamentamos mais uma vida perdida na linha 5 do Metrô de São Paulo, operada pela empresa privada CCR-ViaMobilidade. À primeira vista, uma “fatalidade”. Um passageiro ficou preso entre a porta do trem e a porta da plataforma (que deveria servir justamente para evitar acidentes com passageiros caindo na via férrea). Porém, esta morte ressalta um problema crescente e profundamente preocupante em nossa sociedade: o impacto letal das privatizações, sempre motivadas pela busca incessante por lucro, em detrimento da segurança e do bem-estar público.

Em muitos setores que passaram para as mãos da iniciativa privada, uma das primeiras “otimizações” implementadas é a drástica redução do número de funcionários. Sob o pretexto de aumentar a eficiência e cortar custos, empresas privadas frequentemente negligenciam a necessidade de pessoal adequado para garantir a segurança e a qualidade dos serviços. Essa lógica perversa se instala como um dos pilares das privatizações.

A falta de funcionários qualificados e em número suficiente não é apenas um inconveniente; também pode ser fatal. Em áreas como saúde, transporte e segurança, a escassez de pessoal leva à sobrecarga de trabalho, exaustão e, inevitavelmente, a erros com consequências trágicas. Um profissional de saúde exausto tem maior probabilidade de cometer falhas. Um sistema de transporte com poucos inspetores e técnicos de manutenção se torna mais suscetível a acidentes. Uma empresa de segurança com um quadro reduzido deixa vulnerabilidades perigosas.

A privatização transforma serviços essenciais em mercadorias, onde o lucro se torna o objetivo primordial. A redução de custos, incluindo a folha de pagamento, é vista como um caminho direto para aumentar a rentabilidade dos empresários. As vidas e a segurança dos cidadãos se tornam, assim, variáveis secundárias em uma equação financeira fria e desumana.

A morte de hoje pode ser mais um triste capítulo nessa história, um lembrete sombrio de que a busca desenfreada por lucro por meio da privatização — especialmente quando acompanhada da precarização das condições de trabalho e da falta de funcionários — cobra um preço alto demais: vidas humanas. É isso que já vem sendo anunciado na linha 15-Prata do Metrô, com a retirada dos operadores do monotrilho. Isso torna imperativo que a sociedade questione esse modelo e exija que os serviços públicos, essenciais para a dignidade e a segurança de todos, sejam tratados com a prioridade e o investimento que merecem, colocando as vidas humanas acima do lucro dos empresários.

  • Pela reestatização das linhas privatizadas do Metrô de SP e CPTM!
  • Contra as privatizações do Governo Tarcísio!
  • Todo o dinheiro necessário para o transporte e serviços públicos!
  • Serviços públicos, estatais, gratuitos e para todos!