Apelo de solidariedade ao movimento dos trabalhadores em Matamoros-Tamaulipas e pela libertação de Susana Prieto Terrazas
Susana Prieto é advogada trabalhista e ativista de destaque no movimento operário das maquiladoras dos municípios de Matamoros (Tamaulipas) e Ciudad Juárez (Chihuahua), ambos localizados no norte do México, na fronteira com os EUA. Ela foi presa após ordens do governo do estado de Tamaulipas.
Em janeiro de 2019, uma das lutas mais importantes dos trabalhadores nos últimos anos eclodiu no México. Milhares de trabalhadores nas fábricas maquiladoras de Matamoros exigiram um aumento salarial de 20% e um bônus econômico de 32 mil pesos, após anúncio do governo de Andrés Manuel López Obrador, que se comprometera a aumentar o salário mínimo. Os trabalhadores da região levaram a sério esse decreto e lutaram por suas demandas por meio de greves e manifestações.
O movimento rapidamente se tornou uma ameaça para os capitalistas, para o governo do estado de Tamaulipas e para os sindicatos corruptos afiliados à Confederação dos Trabalhadores Mexicanos, alinhada ao Partido Revolucionário Institucional (de direita). Essa onda de greve culminou na criação do Sindicato Nacional Independente de Trabalhadores das Indústrias e Serviços – Movimento dos Trabalhadores 20/32 (SNITIS), que, ao longo de 2019, travou uma luta prolongada para introduzir contratos coletivos vinculativos nessas indústrias.
Quando a pandemia da Covid-19 começou, o SNITIS pediu o fechamento de fábricas e o pagamento de salários integrais durante todo o bloqueio. Também lançou uma campanha muito ativa para divulgar o custo humano do coronavírus nessas indústrias.
Após a pressão das forças do imperialismo, algumas dessas fábricas reabriram em 1º de junho. As ‘maquilas’ no norte do México estão conectadas às cadeias de suprimentos de grandes corporações americanas. O SNITIS tentou organizar manifestações para protestar contra essa decisão, que coloca os trabalhadores em risco de contágio.
Susana Prieto Terrazas desempenhou um papel fundamental nessa campanha. Ela apoiou as greves de 2019, liderou a criação do novo sindicato e a campanha para expor o custo cobrado pela Covid-19 nas fábricas e contra a decisão de voltar ao trabalho. Isso irritou os capitalistas locais, o governador do estado e a burocracia dos sindicatos amarelos.
Em 8 de junho, ela foi presa. Ela é acusada de motim, chantagem e intimidação de funcionários do estado. Mas sabemos que essas não são as verdadeiras razões de sua prisão. Várias rodadas de protestos exigindo sua libertação já ocorreram e, em 21 de junho, estamos pedindo um dia internacional de ação.
Envie vídeos e fotos de solidariedade com as palavras de ordem: Liberdade para Susana Prieto Terrazas! Solidariedade com o movimento de 20/32 trabalhadores de Matamoros (Tamaulipas)! [Libertad para Susana Prieto Terrazas! e Solidariedade com o movimento 20/32 de Matamoros (Tamaulipas)!] .
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TRADUÇÃO DE FABIANO LEITE.
PUBLICANDO EM MARXISMO.MX