Dia 21 de outubro, famílias Sem Terra ocuparam área em Santa Catarina para denunciar o uso de 600 hectares pertencentes à União de forma privada. Em poucas horas a Polícia Militar de toda a região chegou com mais de 150 policiais, 40 viaturas e helicóptero, dos municípios de Canoinhas, Porto União, Mafra, São Bento do Sul, Lages, Batalhão de Aviação de Lages. As pessoas foram algemadas, presas, agredidas, feridas e toda forma de humilhação policial. Seus celulares e veículos foram apreendidos.
E a violência continuou. Em 04 de novembro após um ato em defesa da Reforma Agrária no assentamento Terra Livre em Canoinhas, SC, um pelotão da PM parou o ônibus com militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) na BR 280 para revistas individuais. Novamente agiram com truculência, intimidação, spray de pimenta e prenderam uma liderança.
É inaceitável que trabalhadores sejam tratados como bandidos pelo governador Jorginho Mello (PL). Estão reivindicando seus direitos, a desapropriação e a destinação de terras devolutas para a Reforma Agrária. Em Santa Catarina são cerca de 6 mil famílias assentadas, mais de 20 mil pessoas em cerca de 75 mil hectares que lutam pelo direito de viver e produzir no campo.
Prestamos nossa solidariedade ao MST e exigimos que o governo Lula faça a Reforma Agrária sob o controle dos trabalhadores, mas sabemos que, em última instância, a Reforma Agrária só será feita no Brasil através da organização e mobilização independente dos trabalhadores.
Aprovado pelos delegados ao 8° Congresso da Organização Comunista Internacionalista (Esquerda Marxista), seção brasileira da CMI.