Imagem: Sinpeem

Nunes, não temos medo de suas ameaças!

No final de março (31), o prefeito Ricardo Nunes (MDB) prometeu punir os professores que aderissem à paralisação de 2/4 convocada por entidades sindicais, como o Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep) e o Sindicato dos Professores e Funcionários do Ensino Municipal de São Paulo (Aprofem). Dentre outras reivindicações, os trabalhadores lutam pelo reajuste linear de 12,9% — ou seja, no padrão de vencimento e não em abonos — para todas as categorias, elevação dos pisos dos funcionários da educação e fim do confisco de 14% das pensões e aposentadorias.

A declaração de Nunes gerou muita polêmica, pois fere diretamente o direito à mobilização e à greve. Os professores repõem todo o período em que estiveram ausentes das escolas devido às paralisações e às greves, garantindo o ano letivo, o desenvolvimento pedagógico e o atendimento aos estudantes e às famílias. A declaração de Nunes buscava colocar a comunidade contra os professores grevistas, seguindo a ideia de que “os professores são vagabundos e descompromissados”, repetida por seus aliados Bolsonaro (PL) e Tarcísio (Republicanos).

Esse discurso tem o objetivo de confundir a classe trabalhadora, afastando as famílias e os estudantes da luta pela educação pública, gratuita e para todos, por melhores condições de estudo e trabalho, por escolas com bom funcionamento, com funcionários e materiais suficientes.

Nunes e seus aliados difundem essa ideia com o objetivo central de ampliar a precarização das escolas e do ensino, abrindo mais caminho para a privatização total dos serviços públicos, assim como seu parceiro, Tarcísio, vem efetivando nas escolas do estado: apresentando metas inalcançáveis, destruindo o quadro de professores e funcionários, transformando o ensino em simples acesso a uma infinidade de plataformas e, recentemente, privatizando a gestão de escolas.

Tendo como exemplos os serviços públicos que foram privatizados — como a Eletropaulo (Enel), as linhas 8 e 9 da CPTM (ViaMobilidade, do grupo CCR) e a Sabesp (Equatorial Participações e Investimentos) —, grande parte dos trabalhadores já sabe que a privatização tem como consequência a queda na qualidade dos serviços e o aumento dos preços. Nunes promete entregar a gestão de 50 escolas à iniciativa privada.

Ao atacar o direito à greve dos professores, Nunes revela que entende que a única maneira de barrar seus ataques e a precarização das escolas é com a organização e a mobilização dos milhares de trabalhadores da educação, tendo o apoio das famílias e dos estudantes, que podem desempenhar um papel fundamental nessa luta.

Por outro lado, os trabalhadores da educação estão divididos, graças aos interesses políticos das direções sindicais — em especial, da Coeduc (Sinpeem, Sinesp e Sedin). Como explicamos em outra declaração, a Coeduc deu um verdadeiro golpe em sua última assembleia, impondo sua proposta derrotada como o único caminho para a mobilização. As paralisações por DRE não estão ampliando a luta — como tentaram agitar os dirigentes da Coeduc — e, na verdade, era muito mais provável que desgastassem o movimento para que os dirigentes sindicais burocratas pudessem negociar “em paz”, nos bastidores, sem a pressão da base.

Nesse sentido, saudamos a assembleia unificada (2/4) do funcionalismo, que busca a unidade na luta contra Nunes e Tarcísio, os representantes de nossos inimigos de classe. A assembleia decidiu por uma nova reunião, com indicativo de greve, para 25/4, data em que está previsto o início da greve dos professores do estado de São Paulo (Apeoesp). Além disso, decidiu-se pela unificação com a próxima paralisação da Coeduc, em 30/4.

A luta unificada em defesa de melhores condições de trabalho, por educação pública, gratuita e para todos, contra a privatização, tem condições de mobilizar amplas camadas de trabalhadores e pôr abaixo os governos inimigos da classe trabalhadora: Fora Nunes! Fora Tarcísio!

É preciso dar um passo adiante na luta contra a privatização dos serviços públicos. Por isso, em cada local em que estamos presentes, dialogamos com os trabalhadores e a juventude, buscando explicar o que está por trás do processo de privatizações e da precarização das condições de vida: a crise do sistema capitalista. É necessário acabar com esse sistema e construir uma nova sociedade, livre da exploração. Se você quer saber mais sobre isso, clique abaixo e faça parte dos Professores Comunistas!