Ben Bernanke, presidente do Banco Central dos Estados Unidos (FED, sigla é em inglês), reconheceu em 2013 que: “estamos navegando sem bússola, em noite escura e mar revolto”.
Ben Bernanke, presidente do Banco Central dos Estados Unidos (FED, sigla é em inglês), reconheceu em 2013 que: “estamos navegando sem bússola, em noite escura e mar revolto”. Ou seja, não sabe o que fazer diante da crise e não sabe para onde ir. Não me surpreende os economistas burgueses não apresentarem nenhuma solução, nem que denunciem os problemas que eles mesmos criaram.
Temos ouvido assistido e lido análises, noticias e artigos que nos falam muito, sem nada dizer. Alguns explicam que não existe crise, outros que ela já passou. Hora querem mais austeridade, hora querem nossa calma. Ao fim e ao cabo, todas as justificativas não se justificam e nós desconfiamos cada vez mais desses especialistas.
Lendo o que Bernanke disse, recordei de um fato curioso noticiado em abril de 2013 pela BBC BRASIL sobre um seminário organizado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para repensar a política econômica. O evento foi promovido pelo economista-chefe do FMI, Oliver Blanchard, e três especialistas na área. Um deles, o prêmio Nobel de Economia, George Akerlof, da Universidade da Califórnia, que ilustrou a incerteza que vivem os dirigentes do capital.
“É como se um gato tivesse subido numa árvore enorme. O gato, logicamente, é a crise. Minha posição é: ‘Meu Deus, esse gato vai cair e eu não sei o que fazer!”, disse.
Um homem a beira do precipício não consegue raciocinar direito, talvez um gato em cima de uma árvore também não. A citação de Akerlof demonstra que a burguesia está perdida, pois não há nenhuma solução dentro dos quadros do capitalismo. A crise quebrou o consenso dos economistas sobre o sistema. Segundo a matéria, após cinco anos eles ainda não sabem o que propor.
David Romer, um dos organizadores do debate, se utilizou da analogia do prêmio Nobel e disse: “O gato está sobre a árvore há cinco anos. Está na hora de obrigá-lo a descer e a garantir que ele não volte a subir”. O problema é como fazer isso? Joseph Stiglitz, também prêmio Nobel de economia, demonstra a incapacidade da burguesia em propor uma solução, “não há uma boa teoria econômica que explique por que o gato ainda está na árvore”.
O mais impressionante talvez seja a declaração de Stefan Gerlach, da Universidade Goethe, de Frankfurt. Ele argumenta que, “não tem sentido repensar toda a estrutura da política monetária por causa de um evento que ocorre mais ou menos uma vez a cada século”. Para ele, a crise é como um desastre da natureza, devemos apenas nos preparar para a próxima, sem refletir que talvez sejam eles que a provoquem.
O seminário terminou segundo a BBC Brasil da mesma maneira que começo. Nas palavras do economista-chefe do FMI, Blanchard, “não sabemos nosso destino final… Onde chegaremos, não tenho nenhuma ideia”.
Eles nunca irão responder a pergunta que está sendo proposta pela crise. Responder isso significaria o fim do sistema capitalista. Mudar as coisas de maneira radical é algo que esses senhores não podem imaginar. São espécies adaptadas ao nosso sistema e transformar nossa sociedade significaria a sua extinção. Isso não significa que acredite na ingenuidade desses “gênios”. Pelo contrário, eles são muitos eruditos e devem realmente estar conscientes do que fazem. Correm para o abismo e são bem remunerados para isso.