O que a resolução da Comissão Executiva Nacional do PT revela sobre o estado de saúde do moribundo petismo?
Foto: Rui Falcão, presidente da massa falida incapaz de mudar de rumo. Crédito: Paulo Pinto/AGPT
A resolução da Comissão Executiva Nacional do PT após as eleições não apresenta nada de novo e leva para a liquidação da massa falida. Isso não significa que na próxima semana este partido vai desaparecer. A resolução é um entalhe na lápide do ex-maior partido político do Brasil.
Já em nossa carta de desfiliação afirmávamos que o PT rompeu com sua base social. E no artigo de novembro de 2014, “Vitória de Dilma última advertência ao PT”, alertávamos para o que estava por vir, que o imperialismo decidiu que não precisa mais tolerar o PT no governo e que a burguesia pretendia retomar ela própria o controle do aparato de Estado e todas as suas funções, que a crise econômica se aprofundava e que a margem de manobra para os reformistas diminuía. Explicamos que a política de cortes de investimentos, direitos e conquistas era a receita pronta para maiores choques da classe trabalhadora com o governo.
A última resolução do PT começa com “mea culpa” e discorre os motivos que levaram ao desastre eleitoral, indo do “ataque da mídia monopolizada”, passando pelo “golpe institucional”, a “operação Lava-jato”, a “reforma eleitoral do Cunha” etc. Somos obrigados a constatar que não se encontram “os erros” em uma linha sequer! Sim, o PT tem sido atacado pela direita, fundamentalmente porque deixou de ser útil aos capitalistas. Mas isso não explica o mau resultado nas urnas. O central é que o partido rompeu com sua base social histórica, a classe trabalhadora, aplicando verdadeiros estelionatos eleitorais em seus governos.
No documento do partido, nada sobre as mais de mil coligações de 2016 com os “partidos golpistas”. Nada sobre a debandada de prefeitos e vereadores antes das eleições. Nenhuma palavra sobre o método de arrecadação burguês que continuou. Nada sobre o desânimo dos militantes. E nada sobre a perda de milhões de votos em São Paulo e nas regiões metropolitanas.
A cúpula do PT sabe que rompeu com sua base social, sabia também da tragédia anunciada para as eleições. E porque não fizeram nada? A Resolução explica: eles não têm outra política a não ser a política de colaboração de classes. Essa é a questão, eles desistiram da luta contra o capitalismo.