O Rio de Janeiro protagonizou cenas de guerra nesta terça-feira (28), com uma megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha. Segundo dados levantados pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni/UFF), a Operação Contenção se tornou a mais letal da história do estado. De acordo com dados da polícia, divulgados pela imprensa, foram contabilizados mais de 120 mortos até o momento.
A ação policial foi realizada pelas Polícias Civil e Militar, reunindo 2.500 agentes, com o objetivo principal de frear o avanço do Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro. No início da tarde, diversas vias foram fechadas em retaliação à operação. De acordo com a Rio Ônibus, mais de 100 linhas tiveram seus itinerários alterados, impactando também o funcionamento dos corredores Transbrasil e Transcarioca do BRT.
A polícia realizou uma verdadeira chacina, colocando em risco a vida de milhares de pessoas em toda a cidade. A atuação da PM na capital fluminense é conhecida por sua repressão. Se há operação policial, há morte e violação de direitos. Como já denunciamos diversas vezes, a guerra às drogas e o confronto armado direto não são efetivos. O trabalhador não se sente mais seguro com ações policiais cheias de sangue e tragédia.

O que aconteceu no Rio de Janeiro não tinha como objetivo atingir o Comando Vermelho; a finalidade era outra. A operação militar deflagrada hoje buscava atacar o proletariado, dividindo, ao afirmar que existem trabalhadores e “bandidos”. A maioria da mão de obra que sustenta a capital fluminense se concentra nos morros. Esta foi uma operação para atingir a classe proletária e seus componentes mais fragilizados.
É preciso lembrar que a comercialização e a guerra às drogas beneficiam os grandes centros financeiros. Para conter uma organização criminosa como essa, o correto seria iniciar sufocando economicamente. Uma invasão à favela não é eficaz, dado que a maioria dos moradores são trabalhadores e não é lá que o dinheiro circula. Se havia tantos mandados de prisão, por que subir o morro de forma truculenta? Não faz sentido.
Nós, comunistas, repudiamos a repressão policial. Entendemos que a polícia é a força que o Estado utiliza para coagir a classe trabalhadora em defesa da classe dominante; por isso, exigimos seu fim, não a melhoria ou a “desmilitarização”, pois isso não fará com que a instituição deixe de ser o braço armado do Estado capitalista. A única coisa que pode deter toda essa violência é a organização da classe trabalhadora, para que os trabalhadores decidam seu modo de vida.
Atualizado: 30 de outubro.
Organização Comunista Internacionalista (Esquerda Marxista) Corrente Marxista Internacional