As reservas sociais da direita são principalmente entre os ricos, entre aqueles que vivem da exploração dos outros, em idosos na zona rural e, mais geralmente nos remansos da sociedade. As cidades, os jovens, os trabalhadores: todas as forças vivas do país, em suma – a esmagadora maioria, rejeitaram Sarkozy e suas políticas reacionárias.
Esta vitória marca uma nova etapa na história do país. A derrota de Sarkozy é uma coisa boa. Temos agora de vencer a batalha das legislativas. Devemos reverter a maioria de direita na Assembleia Nacional e eleger um máximo de deputados da Frente de Esquerda.Mas, não percamos de vista que Sarkozy era apenas o mais proeminente representante de uma classe e um sistema. Sarkozy, suas ideias reacionárias e racistas, seu ódio e desprezo pela classe trabalhadora, seus ataques contra os serviços públicos e contra todas as conquistas sociais do passado, contra pensões, contra os direitos sindicais, não eram mais que tradução ideológica e dos interesses políticos da classe capitalista. Esta classe ainda está no poder. O sistema ainda está intacto. Se mudarmos a composição do governo, sem tocar as bases deste sistema, será impossível acabar com a regressão social.
As cenas de júbilo na Bastilha e em todo o país são compreensíveis. Estamos todos felizes com a derrota Sarkozy. Mas, o que será a política do novo governo?
Daí a necessidade urgente de construir uma alternativa revolucionária à política de Hollande. Para o PCF e seus aliados na Frente de Esquerda, a origem da crise está no sistema capitalista. Portanto, é preciso completar o nosso programa para refletir essa realidade e chamar a atenção dos trabalhadores para a necessidade de quebrar o poder dos bancos, de acabar com controle dos capitalistas na economia e caminhar para a construção de uma República Socialista.