No dia 8 de fevereiro, trabalhadores da Fundação CASA decidiram em assembleia a pauta de reivindicações para o dissídio coletivo (tendo como data base o mês de março). São mais de 40 cláusulas e tudo indica que em 10 de abril irão à greve.
No dia 8 de fevereiro, trabalhadores da Fundação CASA decidiram em assembleia a pauta de reivindicações para o dissídio coletivo (tendo como data base o mês de março). São mais de 40 cláusulas em que as principais são: aumento real de salário com a correção das perdas salariais dos últimos anos, melhores condições de trabalho, pois, os centros socioeducativos de atendimento aos adolescentes estão superlotados e o quadro funcional está defasado, prejudicando o trabalho de recuperação desses internos e consequentemente, provocando a falta de segurança nas unidades, pelo fim do assédio moral por parte dos gestores, fato comum vivenciado pelos servidores, pela equiparação salarial dos agentes educacionais com os cargos de analistas, pois a exigência no concurso é a mesma (nível superior) e a diferença salarial é gritante, pela revisão do plano de cargos e salários, por um plano de saúde decente, pois o valor pago pelos servidores dobrou e no interior do estado, não temos atendimento adequado e a devida cobertura do plano, enfim, queremos a valorização e o respeito do governo do estado com o nosso estressante trabalho.
Essas pautas foram entregues à Berenice Gianella, presidente da Fundação CASA por uma comissão formada por diretores do nosso sindicato, o Sitraemfa e membros eleitos em assembleia para representar os trabalhadores. A presidente da instituição encaminhou as reivindicações ao governador Geraldo Alckmin. Depois de mais de um mês aguardando uma posição do governo, dia 28 de março (sexta-feira), no fim da tarde, chegou um comunicado da presidência com a proposta de aumento de 6, 17% e reajuste de 3,97% nos tickets alimentação e refeição (cerca de R$10,00 a mais!). Esse aumento irrisório foi um “tapa na cara” da categoria que mobilizada compareceu em peso à assembléia realizada dia 29 de março em São Paulo. Os trabalhadores estavam munidos de um só sentimento: indignação e um coro único ecoou bem alto: o grito de GREVE!!!!
Ficou decidido pelo estado de greve e um ato público que aconteceu no dia 02 de abril com concentração no vão do MASP. Os servidores da capital, interior e litoral compareceram e realizamos uma manifestação pacífica, criativa, organizada e com muito barulho, mostrando ao governo que não vamos aceitar esse descaso com a categoria e que estamos unidos por melhores condições de trabalho. Caminhamos pela avenida Paulista e fomos até a Secretaria de Justiça e Cidadania expor nossas reivindicações e indignação diante de tamanha falta de respeito. Uma comissão de trabalhadores foi recebida pela assessoria da secretária Eloisa de Sousa Arruda, pois a mesma não estava no local. Nessa próxima sexta-feira (4 de abril) haverá outra rodada de negociações com a presidente da Fundação. Dia 9 de abril haverá outra assembléia para apresentação da contra proposta do governo. Porém, pelo “andar da carruagem” tudo indica que os servidores da Fundação CASA irão entrar em greve a partir do dia 10 de abril.
A greve é pelo descaso com os servidores que passam por rebeliões e se machucam física e emocionalmente, não recebem nenhum respaldo da instituição e do governo, somente processos administrativos e perseguições por parte da gestão e da corregedoria. Isso a mídia não mostra, tornando públicas somente acusações infames de “torturas” praticadas por servidores, e nem sequer mostra o cotidiano desses adolescentes e como são incentivados ao desenvolvimento como ser humano e o esforço de cada um desses servidores que passam seis, oito ou doze horas dentro destas instituições. Logicamente que o sistema é falho, assim como em outras instituições públicas, mas isso não justifica o descaso com os trabalhadores, por isso, estamos unidos a fim de dar um basta nisso tudo.
A busca por um baixo índice de reincidência dos jovens é constante. Mas, a questão social é mais forte. Uma instituição como a Fundação CASA, com inúmeros profissionais disponíveis (psicólogos, assistentes sociais, pedagogos, profissionais da educação e agentes de segurança) para apoiar e incentivar os jovens que aqui estão não pode menosprezar da forma como vem fazendo há anos o trabalho aqui desenvolvido. É de se questionar que a mesma instituição que nos cobra um trabalho “perfeito” (para garantir uma bonificação por resultados mascarados), não nos permita um trabalho seguro e com uma remuneração digna. Procuramos de forma justa e correta, reunir forças relacionadas a um único propósito: a melhoria do trabalho prestado à sociedade perante tantos descasos por parte de um governo corrupto, demarcado por tantas CPI’s abafadas na ALESP.
Esta GREVE vem para mostrar que a luta não é só por um salário melhor, mas também, para uma categoria livre de desrespeito, desvalorização, desumanização, dentre outras formas de velar um trabalho tão importante para a sociedade.
FORA BERENICE!!!! FORA ALCKMIN!!!! MAIS RESPEITO COM OS SERVIDORES DA FUNDAÇÃO CASA!!!!