Sindicato dirigido por marxistas do PT lidera greve de servidores públicos que vem sendo coagida pelo Prefeito Carlito Merss (PT). A saída é a intensificação do movimento dos trabalhadores e maior adesão à greve, que já passa dos 60%.
Os funcionário públicos de Joinville entraram em greve no dia 9 de maio. Eles pedem 6,5% de reposição da inflação, baseada no INPC, mais 5% de aumento real. Uma pauta de reivindicações com 35 itens foi entregue ao prefeito Carlito Merss (PT) em 1º de março, mas ele não se manifestou até as vésperas da data-base, em 1º de maio, quando apresentou uma proposta vergonhosa de conceder 8% de reajuste apenas em janeiro de 2012.
Na prática, essa posição tenta impor 20 meses sem aumento de salário em uma categoria que, em alguns setores, chega a mais de 30% de defasagem salarial.
Os trabalhadores recusaram a proposta da Prefeitura por unanimidade em uma assembléia que contou com a presença de mais de 800 servidores e decidiu iniciar a greve, com um ato que reuniu cerca de 5 mil trabalhadores em frente à Prefeitura.
Na sexta-feira (29/04) que antecedeu o início da paralisação, o juiz da Primeira Vara da Fazenda, Roberto Roberge, concedeu, a pedido do prefeito Carlito Merss (PT), uma liminar proibindo a greve na área da saúde – que representa 30% da categoria – impedindo o trânsito do movimento grevista nos locais de trabalho e impondo uma multa de R$ 50 mil por dia de descumprimento. Com essas medidas, Carlito Merss tenta não apenas acabar com a greve, mas destruir material e financeiramente a entidade sindical.
No segundo dia de greve, a pressão aumentou. Acionada pela Prefeitura, a promotora de cidadania do Ministério Público-SC, Rosemary Machado da Silva, aumentou o clima de terror, incentivando a administração municipal a abrir processos administrativos contra os servidores paralisados.
A tentativa de punir pessoalmente os trabalhadores desrespeita o direito à representação sindical, ignorando que a decisão de greve foi tomada em assembléia e que quem responde pela categoria é a entidade.
O Sinsej (Sindicato dos Servidores Municipais de Joinville) está tomando todas as medidas judiciais cabíveis, mas existe a consciência de que somente a força do movimento pode garantir que haja avanços nas negociações. Até o momento (manhã de 12/05), a Prefeitura ainda não havia aceitado abrir uma mesa de negociações, mas a adesão chegava a 60% da categoria e crescia a cada hora, com uma
entrada massiva da educação, maior setor da categoria.
As fileiras da greve em Joinville também podem ser engrossadas com a deflagração da greve na rede estadual de educação de Santa Catarina, que realiza no momento uma assembléia que pode vir a ser a maior de toda sua história.
* Ulrich Beathalter é presidente do Sinsej e militante da Esquerda Marxista.