Repressão do governo de Michel Temer assistida por ocasião das Olimpíadas Rio-2016, e que recai sobre os movimentos, foi preparada pelo governo de Dilma Rousseff.
Vivemos em meio a uma enorme crise capitalista em que se aprofunda a instabilidade política e econômica no mundo, com consequências graves para os trabalhadores e a juventude. Ao mesmo tempo a classe operária resiste frente à ofensiva dos capitalistas para paralisar ou cooptar os trabalhadores para que aceitem os ditos planos de austeridade.
O capitalismo vive hoje uma crise pior que a de 1929. A política de expansão artificial do crédito levou os capitalistas a produzir muito mais do que podem vender provocando uma crise de superprodução. É a ganância exacerbada do capitalismo atrás do lucro, aumentando a extração da mais valia.
Isso tem levado centenas de milhares de pessoas a todos os tipos de mazelas físicas e mentais e elas começam a se perguntar que diabo é isso onde só uma minoria fica com tudo e os demais com as sobras da mesa, ou seja, desemprego, doenças e outros malefícios do capital.
Neste quadro de convulsão política em escala internacional, o Brasil até poucos meses governado pelo PT numa coalizão com a burguesia vive um período de inferno astral. O governo da Dilma se encontrava de mal a pior, vivendo uma crise política violenta e sem credibilidade popular. As denúncias de corrupção de membros do seu governo, de vários caciques do PT e de outros partidos aliados, presos ou sendo investigado pela Polícia Federal desmoralizaram todos completamente.
Mas, a direção do PT continuava com a mesma política de colaboração de classe com setores da burguesia e seguia aplicando os planos ditados pelo capital, independente dos gritos dos trabalhadores e da juventude, que em junho de 2013 já havia gritado basta.
Dilma ainda cometeu um estelionato eleitoral e aplicou as medidas que atacavam os direitos dos trabalhadores de forma dura, a saber, redução no orçamento da educação, redução nas parcelas do seguro desemprego, sucateamento no serviço público com o falso argumento que era por conta da crise. Ela, Lula e o PT optaram por romper os laços com a sua base social e priorizaram as negociatas nos palácios com os inimigos da classe trabalhadora, aplicando os mesmos métodos que a burguesia sempre utilizou.
O resultado dessa brincadeira foi o aumento da temperatura política. E na tentativa de salvar o seu governo, Dilma, Lula e o PT, resolveram ir para o ataque contra os trabalhadores e os movimentos sociais com a famigerada lei antiterrorismo, com a justificativa das Olimpíadas e dos ataques terroristas na Europa.
Isso abriu a porta para que a repressão tomasse fôlego e assim, após o afastamento da Dilma, o governo Temer aumentou a repressão.
De novo este governo só tem mesmo o aumento da recessão e de desempregados. O povo continua sem saúde, servidores do Rio sem salários e inúmeros outros setores carecem de investimento público urgente.
Agora o deputado Federal Alberto Fraga (DEM/DF) apresentou um o PL 4893/2016 que acrescenta um dispositivo ao Decreto-lei nº 667, de 2 de julho de 1969, para que a PM, tenha acesso a sistemas oficiais de informações sobre cidadãos.
Na prática o que estão querendo é que todos os trabalhadores estejam sob os olhos do aparato repressor do estado, ou seja, é um monitoramento aos militantes do movimento operário, da juventude e todas as organizações operárias. Apesar de já existir um serviço de inteligência política, agora querem ter o controle absoluto sobre os passos das pessoas. Junto com isso há uma ofensiva em todo o Brasil para instituir a Lei da Mordaça.
Só existe uma saída para barrar esses ataques: a unidade da classe operária e suas organizações mobilizados nas ruas. Não existe saída para classe operária e a juventude por dentro do capitalismo. Assim, temos que lutar com bandeiras claras que os trabalhadores se identifiquem.
Em defesa das liberdades Democráticas!
Fora Temer e o Congresso Nacional
Por uma Assembleia Popular Nacional Constituinte!
Por um governo dos Trabalhadores!