O governo Bolsonaro é direto e claro: ele proclama-se de direita, em defesa do livre mercado e contra os direitos dos trabalhadores. Essa é a essência e isso fica claro na pretendida Reforma da Previdência e no aprofundamento da Reforma Trabalhista.
Bolsonaro e Paulo Guedes querem instalar um sistema aonde a condição para não ter a aposentadoria reduzida será que se tenha 65 anos de idade e 40 anos de contribuição. Para a maioria dos trabalhadores, essas condições são quase impossíveis de alcançar. As pensões seriam reduzidas no máximo a 60% da aposentadoria e tanto aposentadoria como pensões poderiam ficar abaixo do salário mínimo.
Paulo Guedes cita o Chile como um “bom exemplo”, onde a aposentadoria é miserável e os patrões não contribuem com um cêntimo sequer para o sistema. Essa é a dura realidade que querem implantar aqui. O general Mourão (Vice-Presidente) declara que a Previdência é uma “pirâmide financeira” e Guedes que ela é uma “maquina de transferência perversa de renda”. Nenhuma palavra sobre a transferência “bondosa” da dívida pública para os banqueiros. O Banco Safra estima uma “economia” de 1 trilhão de reais com a proposta. Traduzindo, significa transferir um trilhão de reais dos trabalhadores para a burguesia.
O que eles querem é acabar com a aposentadoria solidária (os que trabalham hoje sustentam os aposentados), impondo a aposentadoria por capitalização (você tem que economizar para a sua aposentadoria). E quem vai administrar esses fundos? Os bancos. Em outras palavras, os fundos de aposentadoria serão roubados como estão sendo roubados os fundos de aposentadoria das estatais. Esse é o futuro que Bolsonaro quer nos impor. O problema é: como agir contra essa proposta?
A oposição parlamentar ao governo é uma farsa. A votação da presidência do Senado e da Câmara dos Deputados mostrou isso. Uma pesquisa feita entre os parlamentares mostrou que 37% dos parlamentares do PT são a favor da Reforma da Previdência. O governador do Piauí e o governador do Ceará, ambos do PT, são favoráveis à Reforma.
Para completar o quadro, na primeira semana deste mês, a direção da CUT foi discutir com o vice-presidente a sua proposta de previdência. Afinal, com quem podem contar os trabalhadores?
A força dos trabalhadores está em sua unidade. Só é possível vencer se todos nos unirmos para derrubar esta Reforma da Previdência e revogar a Reforma Trabalhista. Quando os dirigentes aceitam o discurso de “existência de privilégios” e querem atacar um setor ou outro, já entraram no discurso do governo. As centrais sindicais têm que ir muito além de aulas públicas, panfletagens e atos unificados. Precisam se colocar claramente contra as propostas de Bolsonaro e começar a preparar uma greve geral. O que derrubou a Reforma da Previdência de Temer foi a grande greve geral de 28 de abril de 2017, que colocou milhões na rua e desmoralizou de todo a sua proposta.
Por isso, nós dizemos: As centrais sindicais devem convocar a greve geral contra a Reforma da Previdência. O país tem que parar e impedir que essa medida vá em frente. A CUT, que tem em seus estatutos a defesa do socialismo, não pode ficar “explicando” para os generais de Bolsonaro, um inimigo declarado do socialismo e dos trabalhadores, que “não aceitamos a retirada de direitos”. Este governo só entende uma linguagem: a linguagem da força, da pressão, da mobilização.
O combate da Esquerda Marxista é pela unidade da classe trabalhadora, para ajudar a classe a se unificar, derrotar e derrubar este governo e abrir caminho para o socialismo e para o comunismo.
Fora Bolsonaro!
Abaixo a Reforma da Previdência! Abaixo a Reforma Trabalhista!