No início de julho, documentos vazados por Edward Snowden, ex-funcionário da CIA, revelaram que o Brasil foi alvo de espionagem dos EUA. Segundo reportagem de Glenn Greenwald no jornal O Globo, o país é monitorado pelo telefone, internet e até por meio de satélites.
No início de julho, documentos vazados por Edward Snowden, ex-funcionário da CIA, revelaram que o Brasil foi alvo de espionagem dos EUA. Segundo reportagem de Glenn Greenwald no jornal O Globo, o país é monitorado pelo telefone, internet e até por meio de satélites.
Em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, no último dia 24, a presidente Dilma condenou o ato de espionagem dos norte-americanos. Uma semana antes, cancelou a visita que faria ao país em 23 de outubro.
Dilma assim atuou no grande teatro da ONU no papel de presidente indignada, que afirma a independência e soberania do seu país perante o império.
Independente?
Após o discurso na Assembleia, Dilma e dois de seus ministros da área econômica (Guido Mantega, da fazenda e Fernando Pimentel, do desenvolvimento), buscaram reuniões junto a investidores potenciais, já que os leilões anunciados de aeroportos e rodovias foram adiados em consequência do “desinteresse” dos consórcios em participar.
Os empresários impuseram ao governo a flexibilização das regras do Programa de Sustentação do Investimento (PSI). O programa original permitia empréstimo de recursos para aquisição de bens de capital, ou seja, o investimento das empresas seria com empréstimos do Governo Federal, com juros abaixo do mercado e carências para pagamentos, um pequeno pacote de bondades para empresários.
Mas os pobres empresários acham isso insuficiente e o Ministério da Fazenda já anunciou novas regras que permitirão a realização de projetos no âmbito do Programa de Investimentos em Logística para Rodovias e Ferrovias.
Os capitalistas querem a concessão para exploração e geração de lucros, desde que quem pague a conta dos investimentos seja o governo. Leia-se: o povo trabalhador brasileiro, com seus impostos, pagando as bondades do governo aos pobres empresários desestimulados e desconfiados a investir no Brasil.
O ufanismo e celebração de um “discurso duro”, que “mostrou para os E.U.A. que não aceitamos espionagem” foi apenas uma cortina de fumaça, a encobrir a entrega dos recursos naturais e serviços estratégicos ao imperialismo, no maior pacote de privatizações da história do país.
Para que não continuemos financiando as bondades do governo aos empresários, para que cessem as privatizações e de fato conquistemos independência, os trabalhadores devem se organizar de forma independente, em torno das suas reivindicações e exigir do governo que pare de pagar as dívidas interna e externa.