Cine-Debate em Joinville apresenta iniciativa da Frente de Esquerda

Os mitos sobre a perfeição do capitalismo foram tema do Cine-Debate organizado neste sábado (11/7), em Joinville, com a exibição do filme “Capitalismo: uma história de amor”. A atividade foi organizada pela Esquerda Marxista para apresentar para jovens da cidade a proposta da Frente de Esquerda.

Os mitos sobre a perfeição do capitalismo foram tema do Cine-Debate organizado neste sábado (11/7), em Joinville, que teve como guia o filme “Capitalismo: uma história de amor”, do documentarista norte-americano Michael Moore. A atividade foi organizada pela Esquerda Marxista para apresentar para jovens da cidade a proposta da Frente de Esquerda, a qual está em discussão com estudantes, trabalhadores, lideranças, grupos e organizações.

Antes de assistir o filme, foi feita uma breve apresentação da proposta da Frente e distribuído o Manifesto que abre a discussão para sua constituição (veja aqui). Enfatizou-se que essa ideia difere da debatida por Lula, o PT e grupos como o de Marina Silva. Sua principal proposta é superar a fragmentação da esquerda e unir os lutadores sociais em um combate conjunto no cotidiano da luta de classes, com a meta de fazer um mundo novo nascer.

O documentário de Michael Moore atravessa a linha histórica do capitalismo desde sua reestruturação após a Segunda Guerra Mundial. O predomínio do imperialismo dos Estados Unidos é exposto com um sarcasmo provocante, expondo sinais de decadência e degeneração da sociedade existente. A crise de 2008 e seus desdobramentos adquire uma explicação compreensível ao passar pelas câmeras de “Capitalismo: uma história de amor.”

Ao refletir sobre os assuntos abordados na obra, os jovens presentes ressaltaram diversos aspectos relacionados com a situação brasileira. Entre eles, apontou-se a semelhante crise política que vive o país e o predomínio dos interesses dos banqueiros e dos grandes empresários. Outro destaque feito referiu-se à votação da redução da maioridade penal aprovada pelo Congresso Nacional, que foi articulada com a fraude na prisão de menores para fazer lucrar investimentos em prisões privadas, descrita no documentário de Moore.

Ainda pensando os vínculos com a realidade do Brasil, os participantes também enfatizaram a necessidade de encontrar alternativas ao regime social em crise. Na obra de Moore, as cooperativas de trabalhadores são apresentadas como saídas. A isso, foi contraposta a experiência brasileira de ocupação de fábricas sob a bandeira da estatização sob controle operário. Ao invés de criar centenas de micro capitalistas, argumentou-se a necessidade de colocar a responsabilidade do estado na manutenção dos empregos, mostrando as contradições desse sistema e a necessidade uma nova sociedade baseada no fim da propriedade privada dos grandes meios de produção e comandada por aqueles que produzem a riqueza social, a classe trabalhadora.